Nós palmeirenses não gostamos de ouvir algumas coisas, por exemplo, temos dificuldade de nos encarar hoje como a quarta força de São Paulo, que na década atual nosso retrospecto de vitórias é de time médio e que hoje o Palmeiras não pode ser considerado favorito em campeonato nenhum que disputa. Vivemos sob o estigma do perdedor, por exemplo, ontem eu não tive coragem de falar nada após o jogo do Corinthians, pois no fundo eu sabia que algo semelhante ou pior poderia acontecer com o Palmeiras. Não é pessimismo barato, mas há anos os vexames, as pipocadas tem sido recorrentes, como um drama obrigatório. A grande diferença entre nós palmeirenses e um torcedor da Lusa rebaixada, por exemplo, é que nós somos herdeiros de uma história colossal, de um time que livre dessa decadência institucional que nos assola desde a década de 80, seria de longe o time com mais conquistas em todo tipo de campeonato. Especificamente o jogo e a eliminação de ontem foi apenas mais um dos dramas dessa desgraça em loop que se tornou o Palmeiras. Podemos e devemos reclamar dos frangos do Deola, da mediocridade do Daniel Carvalho na armação, da facilidade com que o time do Guarani driblava e entrava na nossa zaga e da incompetência e soberba do Felipão, que desde que chegou não conseguiu ao menos dar um padrão tático ao time, mesmo tendo uma "carta branca" da diretoria e da torcida jamais dada a nenhum outro técnico antes dele. Mas sinceramente, não consigo diferenciar essa eliminação daquela contra o Santo André na Copa do Brasil, contra o Goiás na Sulamericana, contra o Vasco na Mercosul, contra o Asa de Arapiraca na Copa do Brasil, contra o Paulista de Jundiaí no Paulista, e assim vai. Todas essas, independente de terem sido nos pênaltis ou no jogo normal, foram doloridas e tiveram seus vilões.
Eu, como muitos outros palmeirenses, defendo também a saída de Felipão, não só por mais um fracasso como o de ontem, mas por crer também que a maior fatia da culpa não é dele, e sim de algo crônico no Palmeiras, que entra técnico, sai técnico, entra jogador, sai jogador e continua igual, por isso acho um desperdício gastar tanto com um cara que conseguiu os mesmos resultados de outros bem menos consagrados. Vou mais além, para preservar nossos "ídolos" eu defendo que jamais se contrate alguém que teve uma passagem vitoriosa pelo time, pois muito provavelmente a nova passagem desgastará a anterior. Mas quem contratar? Não sei! Qualquer um, pois é muito provável que terá o mesmo destino de Luxemburgo, Muricy, Felipão ou até do Mourinho se esse aceitasse essa pica em sua carreira.
Seja honesto comigo amigo palmeirense, honesto comigo e consigo mesmo, gente como a que comanda o Palmeiras, como a que vive aparecendo na mídia para conturbar o ambiente em troca de benefício próprio, merece o sucesso? Como associar um time campeão a uma figura da postura do nosso presidente? Um sujeito que jamais deveria ser lembrado como presidente do Palmeiras, responsável pelo apequenamento do clube. É justo que pessoas capazes de torcer contra o time quando estão na oposição sejam lembradas como vitoriosos? Que frutos merece uma diretoria que nem mesmo culhão de se manifestar contra as injustiças que o time sofre? Está na cara que esse ano será mais um ano medíocre e começo duvidar até mesmo que um título mudaria o rumo do barco, porque a doença está aí exposta para todos nós palmeirenses enxergar e não há cura a não ser extirpar, e mesmo assim, não se sabe a dimensão da infecção, talvez essa esteja até generalizada. Quando torço pelo Palmeiras, torço por algo que já está no meu imaginário, pois me causa repulsa as figuras que orbitam em torno do clube. Enoja-me ouvir declarações e entrevistas de gente como Tirone, Frizzo, Tirone, Gilto, Piraci, Pescarmona e Palaia. São imbecis, verdadeiros palhaços que expõe milhões de torcedores a momentos vexatórios. Tenho ódio dessas pessoas, ódio franco, pois sei que esse é o tipo de gente que munem escrotos como Fredy Jr. e Perrone.
A dor de uma eliminação como essa é grande, mas infelizmente nós palmeirenses temos nos acostumados com isso, o que mais incomoda é no fundo saber que não merecíamos melhor sorte e que não fazemos ideia de quando mereceremos. Tenho muitas dúvidas se ainda temos o tamanho que achamos ter, pois não somos mais a nossa história e sim um clube administrado por uma corja de filhos da puta, incompetentes e covardes.