sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mais do Mesmo!

Após o fatídico jogo contra o Flamengo, que decretou o rebaixamento do Palmeiras a imagem que marcou foi o banho de sol do Tirone no Leblon, com seu bermudão, bonezinho e óculos escuros. Esse retrato foi o símbolo maior dessa gestão, deixar o Palmeiras como um trabalho de segunda ordem, como se fosse um voluntariado filantrópico realizado nas horas vagas. O presidente Tirone jamais deixou de aproveitar sua vida de playboy mesmo em meio as crises no Palmeiras, pelo contrário, até usou seu cargo no clube para filar algumas viagenzinhas. Mas alguém pode se perguntar: por que esses sujeitos que já são ricos, tem seus negócios, não abrem mão do poder. A resposta é muito simples: vaidade. Sim, a coisa vai muito além da grana - mesmo sabendo que muitos enriqueceram as custas do clube – a questão é sentir-se importante, ter gente puxando seu saco te chamando de presidente pra lá e pra cá e a própria sequência da dinastia de sua família. Um time como o Palmeiras requer atenção exclusiva e total.
Como se seguisse uma cartilha o papo na semana seguinte ao rebaixamento foi cheio de falsas promessas e uma dissimulada abnegação. Foi definido que haveria uma extensa lista de dispensas e uma reformulação radical no elenco, além de uma rotina de tratativas com os principais candidatos presidenciais afim de alinhar o planejamento para 2013 independente da gestão. Mas não há mudança de atitude sem a mudança das pessoas, no fundo sabíamos (pelo menos os realistas) que por fim tudo daria em água e demorou pouco tempo para constatarmos isso.
Creio até que a intenção seria a de dispensar mais atletas, mas plagiando o grande Joelmir Betting, quem fala o que pensa muitas vezes não pensa no que fala, ou, na prática a teoria é outra, quando o Frizzo e o Sampaio saíram as compras notaram que tal reformulação não era tão simples de se fazer, até porque jogadores bons estão bem empregados e não é qualquer conversa de balcão de lanchonete que o convencerá mudar de time. Outra coisa é a questão jurídica da coisa, tocada pelo falastão-mor, não dá para você chegar em jogadores com contrato vigente e falar: passa no RH e pega suas coisas. Não estamos falando de sujeitos que ganham 2, 3, 5 ou 10 mil reais, jogadores como Luan, Maikon Leite e Valdivia, apesar de não merecerem, foram agraciados por contratos milionários com clausulas de proteção que os permitem estar numa paz tibetana neste momento. Pro final a misteriosa lista de dispensa tratou-se de uma grandessíssima falácia, recheada de atletas que já não vinham sendo utilizados e outros que estavam no fim de empréstimo. Nem seria necessário falar de sujeitos como: Fabinho Capixaba, Tadeu, Daniel Lovinho, Luis Felipe e Tinga por exemplo, tampouco João Vitor, Daniel Carvalho e Leandro Amaro. Pro final o Palmeiras deve iniciar o ano de 2013 com as mesmas figuras de 2012 e a desculpa já está pronta: com o time na segunda divisão fica difícil contratar.
Quanto as promissoras reuniões de presidenciáveis era questão de tempo para dar merda e olha que a rapidez foi recorde. Logicamente na hora que a água bateu no rabicó do Tironinho ele humildemente foi a favor de propostas de trégua, de união de paz e amor, mas isso foi até a fervura abaixar. A primeira reunião foi feita e todos que participaram foram unânimes nas declarações: as conversas foram positivas e devemos prosseguir com essa agenda. A segunda teve a data remarcada para ontem (quinta-feira) devido a compromissos do Tirone - talvez algum aniversário, competição de kart ou paintball – ontem os candidatos apareceram na hora marcada e surpresa, Tirone não havia chegado, devia estar retocando as madeixas douradas , enquanto Frizzo e Cezar Sampaio não os atenderam pois estavam em meio as tratativas da espetacular lista de dispensas. Pescarmona soltou os cachorros e disse que por ele não tem mais conversa pela falta de respeito, os outros candidatos não se pronunciaram mas não devem ter gostado de tomar porta na cara, ou seja, as promissoras reuniões, que seriam  um motivo de união e trégua, se tornaram um desastre e motivo de mais troca de farpas e polêmicas. Isso é uma total vergonha, um sujeito que não consegue sequer organizar uma agenda de transição jamais deveria nem ser político no Palmeiras, o Tirone é a coisa mais patética que apareceu no Palmeiras em toda sua história, parece uma piada de humor negro que nós palmeirenses temos de aguentar.

Barcos

Essa semana também rolou: o acho que vou e depois o fico do Barcos. Não há o que se questionar no argentino quanto ao seu profissionalismo e o resultado que ele rendeu em campo para o Palmeiras, tanto que isso lhe proporcionou visibilidade a ponto de ser convocado para seleção argentina pela primeira vez aos 28 anos. Será muito importante a permanência dele no Palmeiras em 2013, não há centroavantes bons dando sopa no mercado e o argentino pouco se machuca. Agora só faço uma ressalva aos meus amigos palmeirenses: não acredite que Barcos está ou ficou no Palmeiras por amor. Não estou dizendo aqui que o cara é mau caráter ou que não é digno de nosso total incentivo, mas ele é um jogador de futebol e como todos procurará sempre o que é melhor para ele e se ele ficou não é por abnegação e sim por compensação. Não é necessário muita sagacidade para entender o que aconteceu, Barcos ganhou muito destaque neste ano mas antes disso era apenas uma aposta, ninguém cravava que ele seria esse jogador todo quando ele veio da LDU, alguns golaços no youtube, alguns comentaristas dizendo que era um bom jogador, outros que era um cara de 28 anos que rodou o mundo e nunca teve grande destaque, muito provavelmente se ele fosse para o mundo árabe ele continuaria um desconhecido pois ninguém acompanha o Al Garrafa, Al Ali, Al Caralho a quatro. Com certeza o seu salário não é (ou era) dos maiores do elenco e o Palmeiras criou uma dependência enorme dos gols do Barcos, tanto que em pouco tempo se tornou ídolo. Foi convocado para seleção argentina pela primeira vez e ganhou respeito da imprensa que no início fazia piadinhas. O jogador e seu empresário sacou que cabia um aumento e nenhum argumento é tão convincente como a ameaça de ir embora e a pressão da torcida. Muito provavelmente nesse meio tempo deve ter vindo um novo contrato ou alguma promessa que o fez mudar de ideia. Há muitos times no futebol brasileiro e internacional em que Barcos caberia, mas são poucos os dispostos a investir alto num jogador de idade já avançada e que surgiu agora, o que torna sua negociação muito difícil. Ele ficar no Palmeiras, onde já tem o carinho da torcida, com um aumento substancial mesmo na segunda divisão é um ótimo negócio tanto para ele quanto para o time, pois nada da mais visibilidade para ser convocado para uma seleção quanto a idolatria da torcida do time que defende.      

Joelmir Betting

É normal termos mais afeição polos nossos irmãos de torcida, principalmente quando vivemos uma fase difícil que filtra os torcedores oportunistas e consolida ainda mais a paixão dos verdadeiros torcedores. A tendência é sempre simpatizar mais com personalidades palmeirenses. Talvez os mais jovens conheçam mais o Joelmir através do Mauro Betting, até porque hoje são poucos os jovens que fogem das páginas e programas esportivos para acompanhar noticiários de economia ou política. Para quem não conhece muito bem, Joelmir foi umas das principais referências jornalísticas principalmente no que tange a economia, quando o Brasil vivia um período onde era mais complicado entender a economia do que física quântica, Joelmir trouxe aos lares brasileiros as análises em um formato compreensível para os leigos, através de metáforas geniais e uma comunicação simpática. Foi protagonista por muito tempo na rede Globo, tornando-se nacionalmente conhecido e referência para outros que. Depois voltou a Bandeirantes onde trabalhava até hoje. Eu era fã dele antes mesmo de reconhecê-lo como palmeirense, pois suas analises era um show a parte, com tiradas engraçadíssimas e elegantes, herdadas pelo seu filho que faz isso hoje também com maestria. A parte mais conhecida por nós e que Joelmir nunca escondeu seu amor pelo Palmeiras, é autor de uma das frases mais célebres sobre o Palmeiras que já foi repetida exaustivamente durante esses dias e renunciou a carreira no jornalismo esportivo por acreditar que seu fanatismo pelo Palmeiras o impediria de ser um bom profissional – algo que muito dos que tão aí hoje deveria fazer. Conseguiu ser gênio sem se esquivar da sua paixão, jamais escondeu que era palmeirense seja na época de Ademir, Bizu ou Betinho. É referência para o jornalismo e para nós torcedores, pois mesmo com sua mente privilegiada e com os frutos que isso lhe rendeu, sempre colocou-se como um torcedor comum e doente de saúde manteve-se doente pelo Palmeiras, escrevendo um belo prefácio para o livro do São Marcos no hospital. Viveu e morreu feliz e orgulhoso por ser palmeirense, porque entendia que torcer não é apenas ver títulos e craques, mas ser capaz de amar incondicionalmente o time e isso por si só já basta. É uma perda irreparável mas um legado imortal.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Balanço final

Acabou 2012 para nós Palmeirenses, um ano que parece ter sido escrito por um roteirista sádico, pois tudo o que foi possível dar errado deu. Até a Copa do Brasil que deveria ser uma alegria, foi ofuscada por uma campanha pavorosa no Campeonato Brasileiro.
Fogos e mais fogos após o empate entre Portuguesa e Grêmio. Está consumado o que já vinha se desenhando a pelo menos 4 meses, o Palmeiras caiu matematicamente para segunda divisão. Nas redes sociais piadinhas, daquelas sem graça que as pessoas compartilham sem discernimento, faz parte, desde que não venham com essa hipocrisia de "ANTI" quando é o contrário. A noite foi dura para os palmeirenses, em todos canais matérias a respeito da queda, comentaristas tentando explicar os "porquês", jornalistas assumidamente rivais fingindo-se comovidos com a queda e ostentando aquele discurso politicamente correto de que sempre é ruim quando um grande cai ao mesmo tempo que solta algum gracejo nas entrelinhas, coisas das quais já estamos acostumados. Eu por exemplo, sonhei a noite toda com o Palmeiras e não estou inventando isso para pautar meu texto. Nada mudará sabemos disso. Quem é palmeirense continuará sendo e sentindo orgulho dessa camisa do mesmo modo que sente quando o time é campeão, pois somos o Palmeiras e temos ciência de nossa importância principalmente em momentos como este.
O jogo contra o Flamengo teve um pouco do que foi todo esse campeonato brasileiro: gols perdidos cara a cara, roubo de arbitragem, gol de empate no último minuto por cagada da zaga, ex-jogador no papel de algoz, todas situações recorrentes durante todo campeonato. A sensação é de impotência ao ver um time doente. Todos tem culpa (menos a torcida, lógico), principalmente a diretoria que teoricamente é quem deveria ter controle sobre tudo. Mas com uma visão um pouco mais abrangente percebe-se que alguns problemas são sintomáticos e acometem o Palmeiras há muitos anos. A mudança na estrutura política já está atrasada há uns 10 anos e é vital que se faça em passos largos. Muito se comenta de uma união de chapas em torno de um projeto, tudo ficará mais claro quando se passar esse período de comoção, aí que veremos de fato se haverá essa abnegação ou cada um buscará o poder para os seus novamente.
Há alguns abacaxis difíceis a serem descascados que virão logo de cara. O que fazer com o Valdivia, maior salário do elenco? Como segurar o Barcos? Como se livrar desse monte de entulho? Quem aproveitar? Como competir com outros times na janela de contratação? Deve-se manter o técnico? Lembrando que não é tão simples vender atletas desvalorizados, principalmente quando o salário oferecido pelo outro time é inferior ao que o jogador recebe hoje, será que mais uma vez teremos de pagar salário de atletas que não defendem mais o time?
O importante agora é implantar a seguinte mentalidade, tanto na montagem do time quanto na reestruturação política:
- Parar de viver de passado. Chega de contratar ex-jogadores;
- Dar mais chance para jogadores da base;
- Analisar o comportamento extracampo de um jogador antes de contratá-lo;
- Não permitir que técnicos pautem 100% a montagem do elenco;
- Profissionalizar a diretoria de futebol, marketing e o departamento jurídico;
- Punir conselheiros que vazam informações a imprensa;
- Ser participativo na vida política das confederações;
- Se impor nas decisões a respeito de quotas de TV, regulamento de competição, sorteio de arbitragem, etc.
- Tomar posicionamentos claros na busca pelos direitos do time;
- Acabar com a eleição de conselheiros vitalícios;
- Eleições diretas;
- Criar mecanismos de responsabilidade fiscal, impedindo que gestões desastrosas afundem o time em dívidas.
Por enquanto tudo está no campo da utopia, mas nós torcedores temos o papel de cobrar dia-a-dia essas mudanças, pois se não for na pressão tudo continuará sempre igual. 

Agradeço aos amigos palmeirenses que durante este ano de 2012 leram meu blog, fizeram seus comentários, dividiram alegrias e também tristezas. Aproveito para ressaltar que mantenho esse espaço para dividir essa paixão em comum, sem a intenção de ser coerente em todo tempo, ponderado e muito menos ser referência de algo. Não possuo preferência política, não sou sócio do Palmeiras e não ganho nada com meu blog (inclusive esses anúncios são da marcenaria de meu pai..rs) e não creio escrever tão bem a ponto de ganhar. Sou mais um palmeirense anônimo como a maioria, que tem como vinculo exclusivo com o time o amor gratuito e incondicional, nisso nos sentimos ligados de alguma forma. Continuaremos juntos em 2013 sendo um ano pior, igual ou melhor e prosseguirei escrevendo e espero que tenhamos dias melhores.
Um grande abraço a todos. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Será que Rauzito tinha razão?


O genial Raul Seixas gravou a música "Aluga-se" em 1980. É um clássico do rock nacional principalmente por ser atemporal, pois os mesmos problemas que o Brasil enfrentava na década de 80 continua enfrentando hoje. Se alguma banda, dessas de agora, tivessem capacidade de compor tal música nos dias de hoje ela teria exatamente o mesmo sentido. Lógico que é uma alegoria, pois tem uns babacas que acusam o Raul Seixas de antipatriótico por "menosprezar" o Brasil. Eu penso exatamente o contrário, creio que a mensagem da música é de atentar que muitos gostariam de ter um país tão rico e belo para administrar, enquanto nós mesmos não somos capazes de transformá-lo num lugar bom.
As vezes eu fico pensando se todos envolvidos na política palmeirense, tanto situação quanto oposição, são capazes de recolocar o Palmeiras na grandeza que lhe pertence. A nota emitida pela Mancha Verde está perfeita e vai direto ao ponto,  o Palmeiras não consegue títulos por contra própria desde a década de 70. Tudo que conquistou nesse período foi com alguma parceria. A Parmalat lavou a égua no Palmeiras, souberam aproveitar a força da torcida e em pouco tempo o Palmeiras era a maior potência nacional. Em todos esses anos de parceria o Palmeiras não teve a capacidade de se estruturar para andar com as próprias pernas e foi a Parmalat sair que pronto, tudo voltou a estaca zero. Acreditávamos que o grande problema era o Mustafá, que o dia que ele saísse do comando voltaríamos aos tempos áureos e não foi assim. Hoje a política é um embaralhado que para quem está de fora é desesperador, você não é capaz de saber quem é aliado de quem ou inimigo de quem, lógico que devam ter pessoas bem intencionadas lá dentro, mas honestamente não sei se elas são capazes de colocar o Palmeiras nos trilhos da história novamente, pois não basta boa intenção, tem de haver competência, coragem e principalmente saber se cercar de gente leal e séria, algo escasso no Palmeiras. Não adianta esconder-se dos fatos por de traz de uma história imensa e empoeirada, hoje o futebol é muito mais que colocar 11 em campo e cobrar raça, o exemplo ta aí, em times rivais que fortaleceram seus departamentos de marketing dependendo cada vez menos de patrocínio em camisa, profissionalizaram seu jurídico com especialistas em legislação específica e colocaram gente especialista em gestão esportiva para gerenciar o departamento de futebol. Acabou o espaço para o amadorismo, gostando ou não temos de conviver com isso.    
Uma vez escrevi sobre essa tendência na Europa de magnatas comprando times de futebol para brincarem de manager e não duvido que isso um dia chegue ao Brasil. Se o Palmeiras, em pouco tempo, não mudar radicalmente sua gestão por conta própria, profissionalizando o futebol e não deixando que a política de clube afete o time, ou se tornará um time pequeno ou acabará sendo comprado.

César Sampaio

Respeito muito o Sampaio como atleta, mas como gerente de futebol não serve para o Palmeiras. Hoje ao se pronunciar pelo Barcos mostrou que absorveu muito bem o estilo Tirone de ser. Fraco, acenou com a possibilidade de o atleta sair dizendo que ele tem um preço, que fará tudo para segurar mas que chegarem no preço que o Palmeiras pede não pode fazer nada. Tem um preço é o caralho! Que postura de covarde! Será que venderão o Barcos como fizeram com o Vagner Love em 2003? O Palmeiras tem que marcar terreno, fincar o pé e dizer: daqui o jogador não sai! Atitudes como essa só abre a porta para as especulações. Fora Sampaio!  

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sofrimento, a gente se liga em você.

No início do Campeonato Brasileiro o palmeirense foi surpreendido com uma notícia no mínimo humilhante, a rede Globo, dona do futebol brasileiro, rebaixou o Palmeiras em suas transmissões garantindo apenas duas transmissões no primeiro turno. Na verdade tratou-se de uma manobra política do SPFC, que no ano anterior sofreu boicote parecido da Globo e percebeu que não adiantava lutar contra a poderosa de nosso futebol e tratou de mexer seus pauzinhos para mudar o cenário. A reaproximação SPFC e Globo deu-se início quando o pai do Caio Ribeiro (comentarista da Globo) assumiu o cargo de diretor de comunicações do São Paulo, houve a mediação de conversas entre as duas partes e por fim as rusgas foram deixadas de lado o São Paulo facilitou a venda dos direitos de transmissão para Globo que em troca cedeu mais espaço para o time em sua grade de programação. O Corinthians pela relação longínqua e pela audiência já tinha garantido seu espaço cativo. Sobrou para o Palmeiras, que nos bastidores é um time fraco, subserviente e que também possui um histórico recente de Campeonatos Brasileiros desastrosos. Nós torcedores palmeirenses ficamos revoltados, pois em nossa cabeça o Palmeiras jamais será digno de qualquer desprestígio, porem quando entendemos um pouco do futebol como um negócio gigante que envolve muito dinheiro e poder, constatamos que nos bastidores não existe afeição por um ou por outro, apenas um frio jogo de interesses que movimenta tudo conforme a conveniência de quem comanda e aí não basta montar grandes times e sim ter uma boa rede de influências e "o que" oferecer em troca. Apenas usando mais um exemplo prático, o atual presidente da Federação Paulista e forte candidato a presidente da CBF é o Marco Polo Del Nero, conselheiro do Palmeiras, filho de diretor do Palmeiras e pai de diretor do Palmeiras, nem mesmo isso é o suficiente para que o Palmeiras tenha alguma força de bastidor, pois no cargo que ele ocupa e que alcançou graças ao Palmeiras, o que mais lhe interessa é quem pode lhe dar mais poder e digo mais, se não fosse arrumar um cargo para o filho dele mamar no clube, era capaz até de ele jogar contra. Voltando ao fio da meada, na oportunidade em que foi divulgada a grade de programação do Brasileiro, nosso atual presidente revoltado e durão pronunciou: "A gente fica um pouco chateado com a Globo, mas temos de entender que ela também tem os interesses dela, eu tentarei falar com os diretores de lá para ver se conseguem aumentar, quem sabe, de repente, a participação do Palmeiras nas transmissões, mas claro, sem ofender e se indispor, pois a Globo sempre foi uma grande parceira."   Por vias de "protesto" nosso presidente não conseguiu, para dizer que não conseguiu nada a Globo deu mais um joguinho de lambuja para não aborrecer tanto o torcedor palmeirense, mas depois também tirou o jogo contra o Cruzeiro e mudou de horário (atendendo sua TV fechada) para transmitir o Corinthians. Porém Tirone conseguiu "mais espaço" para o Palmeiras na televisão por outros meios, montando um time fracassado que alcançou um número de derrotas inédito na história do Palmeiras. Sorrateiramente a rede Globo conseguiu espaço para o Palmeiras, preterindo Corinthians e São Paulo, transmitindo o drama do rebaixamento a autodestruição da história de um time, com torcedores desesperados, jogadores em pânico e adversários sapateando em cima de uma tragédia anunciada.

Já que o Corinthians não busca mais nada nesse campeonato e que o São Paulo luta apenas por uma vaga na Libertadores, nada garante mais audiência do que a desgraça de um time que antes fora temido e hoje vive uma decadência sem fim. Todos querem ver nossas chagas, nosso pranto, nosso desespero, nessa transmissão de domingo tudo estava preparado para a glória do Fluminense e a desgraça do Palmeiras e o Galvão Bueno nem fez questão de disfarçar isso. O resultado da Portuguesa no sábado aborreceu a Globo, que tinha a intenção de em um só jogo mostrar o céu e o inferno, o êxtase e o desespero, tanto que as trinta e poucas câmeras estavam mais focadas nas manifestações de angustia da torcida do que no jogo em si. Repetia o narrador insistentemente como um bordão: olha o desespero do torcedor. O Palmeiras é hoje a novela mexicana da Globo, que garante a audiência dos muitos que se excitam com nossa desgraça e dos outros que tentam se agarrar a um fio de esperança. Enfim o Tirone conseguiu o que queria, transmissões seguidas do Palmeiras na Globo, uma vitória torta para essa administração desastrosa que transformou o Palmeiras num animal sendo abatido, como numa tourada, para deleite da plateia sádica que se entretém com o espetáculo de sangue e morte. Sofrimento, a gente se liga em você.    

 

Sobre o jogo

 

Nem tenho a comentar. É apenas o prolongamento de um sofrimento e a manutenção de uma sina. E olha que se ganhasse os resultados dessa vez colaborariam.  

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A barca do inferno


A nau já aportou no Palmeiras e aguarda o desfecho das rodadas para o embarque de seus passageiros. Candidatos é que não faltam e agora começa a fase das justificativas e dos artifícios para deixar o Palmeiras. Sou um cara extremamente cético ao se tratar de seres humanos, principalmente jogadores de futebol, não queria ser assim, preferia ser mais inocente e acreditar no que é explicito e ignorar o implícito, mas nos meus 32 anos já vi e ouvi muita coisa que faz com que eu desconfie, já vi enormes teatros com enredo e cenário bem montados, apenas para se chegar a um fim de uma forma mais digerível, brigas arranjadas, falsas inimizades ou amizades, discursos inflamados e emotivos totalmente simulados, entre outras tantas coisas. Nesse caso em específico das ameaças aos atletas do Palmeiras, não posso afirmar que seja uma "desculpa esfarrapada" de alguns atletas que já vislumbram outros ares, mas também, enquanto não aparecerem provas materiais tenho todo o direito de ficar com um pé atrás. O histórico pesa contra nós, infelizmente há no meio do futebol a má fama de nossa torcida, que é passional, violenta e que espanta bons jogadores. Exageros e invenções a parte, também acho que muitas vezes nossa torcida agiu de modo irracional mas não diferente das outras torcidas Brasil a fora. Essa má fama insistentemente repercutida atrapalha muito o Palmeiras em dois aspectos: cria uma rejeição para possíveis reforços e serve de artifício para qualquer jogador pedir sua saída do clube sem ter que pagar o valor integral da multa.
O caso Vagner Love contribuiu muito para os jogadores usar a justificativa da insegurança. Até hoje aquele caso mal esclarecido sobre a agressão sofrida pelo jogador na saída do banco volta a tona quando se discute esse tipo de coisa no Palmeiras, poucos se lembram que na verdade o Vagner Love saiu do Palmeiras não (ou não apenas) pela suposta agressão, mas porque ele queria ir para o Flamengo e o Palmeiras devia muitos meses de salário a ele. Recentemente quando Kleber também forçava sua saída, tentou-se criar a história de ameaça também, divulgando uma foto de meia dúzia de gato pingado protestando na frente da sua casa.
No caso de agora a coisa é um pouco diferente, a torcida está puta sim e nem seria diferente, mas principalmente com a diretoria. Todos times grandes que caíram houve manifestações de revolta da torcida, foi assim com o Corinthians, com o Grêmio e até com times menores como o Coritiba. Até acreditaria se jogadores como o Valdivia, Daniel Carvalho, Leandro Amaro e João Vitor estivessem sofrendo ameaças, mas o que me admira é que os supostos ameaçados são jogadores até certo ponto insossos à torcida. Nunca ouvi um palmeirense falando informalmente: Esse Thiago Heleno tinha que apanhar; O grande culpado por essa fase do Palmeiras é o Juninho. Realmente custo a crer que até mesmo a ala mais radical de nossa torcida teria ameaçado alguns jogadores citados. Até o Barcos, que os palmeirenses aclamam, ontem meio que dizendo e não dizendo, ameaçou deixar o Palmeiras por causa da violência. A impressão que me passa é que muitos ali já estão querendo caçar argumentos para procurar outro time saindo de graça. No caso do Barcos, creio que um aumento e uma boa conversa irá resolver o assunto, uma boa grana a mais trás "segurança" para qualquer um. O fato é que conforme a coisa aperta muitos já buscam seus acentos na Barca do Inferno rumo a outro time, como foi em 2002, deixando uma herança maldita ao palmeirense e de modo indigno alimentando a má fama do Palmeiras.  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Recolhendo os cacos

Já há algum tempo que eu tinha dado como certo a queda do Palmeiras, não por falta de amor ou torcida, mas por perceber que o time já incorporou o estigma da derrota e que tudo conspira para queda do Palmeiras. Nós torcedores palmeirenses já estamos calejados, sabemos que um sopro no Palmeiras vira um furacão e que entrar e sair de uma má fase não é algo tão simples. Apesar de tudo, de o meu racional dizer que o time não sairia dessa situação, a cada véspera de jogo sempre surgia o lastro e esperança que talvez ainda desse, "se ganhar e o Bahia perder, o Sport perder, o Coritiba perder", mas a realidade nunca escondeu sua face e sempre impôs ao torcedor palmeirense explicitamente que não dava, qualquer sopro de esperança e logo vinha um balde de água fria. As cenas de Araraquara de ontem não poderiam ser mais representativa, a torcedora chorando a cada gol perdido do Palmeiras, como se ali em campo estivesse o destino se despindo mostrando que ele já estava escrito e que nada seria capaz de mudar. Não adianta culpar o Patrick Vieira ou Luan pelos gols perdidos, nem mesmo o Maurício Ramos pelas cagadas, isso foi só um reflexo do que foi todo esse campeonato Brasileiro para o Palmeiras, uma sequencia de desastres, infortúnios, incompetência e displicência que não poderiam resultar em outra coisa. Já até me cansei de tentar explicar todos os motivos que levaram a essa eminente queda, quem costuma ler meus textos já sabe minha opinião. A única coisa que tenho a acrescentar é uma só: não podemos desistir do Palmeiras, por mais complicado que seja temos que continuar exigindo que as coisas mudem. A hora que nós torcedores nos conformarmos com situações ridículas como essas é a hora que o Palmeiras deixará de ser grande.

Desculpem a falta de inspiração de hoje, mas está sendo um dia ruim para mim.

 

Elenco 2013

 

Creio que todo palmeirense hoje está se perguntando o que será do elenco o ano que vem, até porque o time disputará uma Libertadores e depois a série B. Já está difícil contratar pois hoje esse Palmeiras não é convidativo a carreira de ninguém e com certeza a série B dificultará ainda mais as coisas. Por mim e por muitos palmeirenses ficaria Barcos e Henrique e trocaria todo resto, mas sabemos que não é assim que funciona, não dá para vender um monte de bagulho e contratar um time novo inteiro, ainda mais que os melhores jogadores devem optar por times que ficaram na série A. É fato que muitos jogadores devem sair, de imediato Daniel Carvalho, João Vitor, Mazinho e Betinho não devem continuar. Outros que precisam procurar outros ares são: Valdivia, Marcio Araújo, Arthur e Maikon Leite. Apesar das cagadas de ontem (podem me matar) não creio que Maurício Ramos deva sair, até porque apesar de tudo, ele me parece um cara identificado com o Palmeiras, na mesma linha que ele tem o Luan, que acho um grosso, mas que não foge do pau. O Marcos Assunção deve se aposentar, é uma pena que nessa situação, pois ele não merecia sorte melhor, mas fazer o que. O Juninho me parece ter findado sua passagem pelo Palmeiras, nem parece aquele lateral promissor do Campeonato Paulista, creio que o Palmeiras deve emprestá-lo. O Wesley já disse que fica (se não mudar de ideia). O Henrique e o Barcos principalmente são duas incógnitas, eles tem mercado fora do Palmeiras e no caso do Argentino, muuuito mercado, e mira a seleção. É um paradigma pensar que ele chegou a seleção pelas suas atuações no Palmeiras e agora pode deixar o Palmeiras para jogar na seleção, mas é justo também o cara pensar no lado dele, sem hipocrisia. Creio que ele só fica por um aumento substancial e se o Palmeiras aceitar emprestá-lo no segundo bimestre - que não é uma má ideia – ao menos poderemos tê-lo na Libertadores e em 2014, mas aí também vai depender do traste que for eleito para presidente o ano que vem, se for o Tirone é capaz do Barcos sair de graça. Eu manteria o Gilson Kleina, acho que ele é o menos culpado de toda história e não vejo ninguém melhor para substituí-lo no momento. De resto o Palmeiras deve dar chance para garotada da base, talvez se o Felipão tivesse dado chances antes para o Denoni e o Patrick Vieira não estivéssemos em situação tão ruim.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Moral seletiva

De sábado para cá tenho tido a impressão que acordei em outro país, se não fosse o calor acharia que o território brasileiro havia se rompido da America e se juntado aos países nórdicos. O gol de mão do Barcos causou uma comoção sem tamanho, fazendo se levantar a voz da ética e da moral da nobre imprensa esportiva brasileira. Dizem eles: é uma vergonha o Palmeiras querer anular um jogo por causa de um gol de mão, não importa se teve interferência externa; o Barcos é um cara de pau antiético, pois deveria admitir que fez o gol de mão, como fez o Klose no campeonato italiano; os torcedores palmeirenses se apequenam de apoiar tal atitude.
Muito interessante essa histeria moralista, principalmente vindo de um país onde se tem orgulho do adjetivo "malandragem". E não me venha com esse discurso idiota do "bom malandro" qualquer imbecil sabe que malandragem é conseguir as coisas por vias mais fáceis e não lícitas, é tomar vantagem nas coisas, a famosa lei de Gerson, que veja só que coincidência, foi um jogador de futebol. O maior herói nacional, segundo opinião do povo, não foi Rui Barbosa por exemplo, foi Airton Senna, que para garantir um de seus campeonatos jogou o carro propositalmente em cima de Alain Prost – mas aí era só a gana de vencer não é mesmo. Em todos os jogos de futebol de todas divisões jogadores simulam faltas, pênaltis, contusões, mas até aí é normal, trata-se da malandragem do futebol moleque brasileiro.  O Jorge Henrique por exemplo, que provoca o jogo todo, simula tapas na cara e bate sem bola é condecorado com o título de "guerreiro". Agora o gol de mão do Barcos não, isso foi uma sacanagem sem precedentes e deve ser anulada nem que seja por meios que fogem a regra.
Um recado a vocês jornalistas. Não venham falar de ética ao torcedor palmeirense, não venham nos dar lição de moral, pois nesta porra de campeonato todo tipo de erro de arbitragem já aconteceu conosco e nunca uma  única voz se levantou defendendo o uso do recurso de imagem ou até a anulação do jogo. Já tivemos pênaltis não marcados a nosso favor, pênaltis erroneamente marcados contra nós, pênaltis fora da área, impedimentos grosseiros que geraram gols contra ou anulação quando a favor e o discurso sempre foi o de que são "coisas do futebol", "erros humanos que acontecem para todos os lados", ou o pior, "isso que da graça ao futebol". Na ocasião em que o Adriano, jogando pelo São Paulo, marcou aquele gol absurdo de mão contra o Palmeiras numa semifinal, não me lembro de uma só voz que defendia a anulação do gol o do jogo com recursos de TV e nem mesmo a punição do Adriano, foi visto apenas como uma esperteza do craque, mas o episódio que marcou aquele ano foi o suposto gás pimenta dentro do vestiário do São Paulo no Palestra Itália. O Palmeiras construiu seu estádio com recursos próprios e está reformando a duras penas que cairão sobre nós nos próximos 30 anos, já nossos coirmãos da capital receberam aportes milionários do governo e as vozes contra são escassas. Quando o Palmeiras, na oportunidade atual campeão da Libertadores, deu lugar ao Vasco da Gama naquele mundialito do caralho que os corintianos comemoram até hoje, os poucos que comentaram foram no estilo an passant, sem contar o campeonato Brasileiro de 2005, que se houvesse o mínimo de ética no futebol desse país, teria de ter sido anulado por tudo que ocorreu escancaradamente. Relembram até hoje do José Aparecido em 1993, sem se dar conta que a arbitragem foi justa, que sua única falha foi a não expulsão do Edmundo na prorrogação, onde o Palmeiras tinha a vantagem e o Corinthians com jogador a menos, ou seja, nada mudaria. O juiz nunca mais apitou. Acusam o Palmeiras de ter entregue o jogo ao Fluminense em 2010, sem lembrar que aquele jogo foi uma das melhor atuações do Deola (quem dera tivesse jogado assim contra o Guarani esse ano) e que o Palmeiras capengava no campeonato enquanto o Fluminense tinha um belo time. Depois do medíocre empate do Corinthians com o Bahia no Pacaembu ainda somos obrigado a ouvir aquele babaca do Jorge Henrique subindo ao palanque e falado de "ética".
Outro recado. Nós torcedores do palmeiras não estamos comprando discurso da diretoria, pelo contrário, nossa posição continua a mesma e é obrigação desses estúpidos correr atrás disso, pois se estão correndo já é tarde demais, por permitiram outros tantos desmandos o ano todo.     
Para mim esse história nem dará em nada, creio que não aceitarão os argumentos do Palmeiras e tudo voltará ao normal. Na verdade a justiça ideal não seria voltar esse jogo caso fosse provado o uso de recurso da TV e sim voltarem os jogos que o palmeiras foi claramente prejudicado.