segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mal explicado

Sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013.

Meu primeiro dia de férias. Saí para comprar algumas coisas antes de viajar e estava totalmente desligado de rádio, televisão e internet. Para mim, até então, estava sendo mais um dia comum. Meu telefone toca e é meu primo dizendo: Fabinho! Não tem jeito... o Palmeiras não tem jeito, só acontece coisa errada. Nessa altura ele imaginava que eu soubesse o que estava acontecendo - mas não - imaginei então que fosse mais alguma do Valdivia ou sei lá, qualquer dessas coisas que vivem acontecendo no Palmeiras, mas eu jamais imaginaria que seria a saída do Barcos, da noite para o dia, para um time brasileiro. Na hora meu passeio acabou e comecei buscar notícias desesperadamente. Mesmo tendo de enfrentar mais de 12 horas de viagem fiquei a todo tempo conectado buscando um só motivo convincente que me fizesse de alguma forma entender o que Brunoro e Paulo Nobre fizeram. Juro que esse é um tipo de coisa que eu não esperava dessa diretoria. Se o Tirone foi responsável pelo rebaixamento do Palmeiras no campo, a atitude de Brunoro rebaixou o Palmeiras fora dele, para uma condição de time de segundo escalão.

Entendo que a situação financeira é complicada e não me iludo com declarações de amor de jogador, era evidente que o Barcos queria sair e que também nessa altura do campeonato um bom dinheiro viria bem a calhar para o Palmeiras. Uma boa venda poderia ser questionada, mas não incompreendida. O grande problema é que neste caso algo não fecha, existe uma parte da história que ainda não sabemos. Como seria possível trocar o craque do time por jogadores por empréstimo, uma grana relativamente baixa e o pagamento de algumas dívidas e isso tudo em tempo recorde, na calada da noite, com um desespero absurdo em atender as necessidades do Grêmio e não do Palmeiras. Um dos nomes citados a princípio para troca era do Marcelo Moreno, eu tinha certeza absoluta que isso não iria rolar, não imaginaria que um sujeito que a pouco foi contratado por uma pequena fortuna aceitaria servir de moeda de troca para outro centroavante, ainda mais para um time que acabou de cair. Jogador tem o ego nas alturas. Não demorou muito para mais uma parte nojenta dessa história surgir. O Palmeiras vendeu o Barcos ao Grêmio mesmo sem ter certeza da moeda de troca, coisa de irmão, coisa que nos dias de hoje não se faz nem com um amigo. Seria como: Olha... toma aí meu melhor jogador e veja como e quando pode me pagar beleza!

Durante a viajem SMS de outro amigo: Viu o que o pai do Marcelo Moreno falou? Ligo o rádio e ouço o sujeito alterado e vomitando um monte de ofensas gratuitas a história do Palmeiras. Apesar da insignificância do safado não pude deixar de ficar com raiva de quem havia nos colocado numa situação dessas.

Mesmo após quatro dias muitas dúvidas ainda pairam sobre esse negócio. Que será feito agora que Marcelo Moreno não virá? Por que o Grêmio e por que essa confiança entre as partes? Por que agora, justo quando o contrato foi reformulado, o Palmeiras não exigiu um valor maior do que a proposta que surgiu no ano passado? Por favor, quem tiver tais respostas me passem, pois quero acreditar que essa gestão veio para profissionalizar o clube e não para jogar uma pá de cal na nossa história.

Imagino que todo palmeirense hoje esteja se sentindo como eu: puto, sem entender porra nenhuma do que aconteceu e com dois pés atrás com essa nova diretoria.

Parece-me que a paz política tão almejada acabou depois dessa! Infelizmente!

Adendo

Estava em Porto Iguazu no domingo e um vendedor argentino me atendeu usando uma camisa do Palmeiras. Não pude deixar de perguntar se ele era brasileiro ou o porquê de estar usando a camisa. Ele disse ser o único argentino palmeirense – apesar de ter o Boca Jr. como primeiro time – depois do que aconteceu na sexta-feira, acredito realmente que seja ele o único argentino palmeirense.

 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Desânimo

A melhor palavra que descreve a minha sensação ontem após o jogo é: desânimo!

Desanima pensar que será mais um ano como coadjuvante nos campeonatos, suportando em campo um time medíocre e covarde. Por mais que temos ciência que a situação financeira e política do clube exija tempo para se equilibrar, nós torcedores vivemos do time em campo e entristece ver um time incapaz de impor sua superioridade a um XV de Piracicaba. Honestamente, com esse time do Palmeiras, sem reposições e com esse grau de confiança, tenho dúvidas até se a ascensão para série A será tão tranquila.  

A vitória fácil de 5ª feira contra o São Bernardo não refletiu exatamente o que foi o time. Os dois "pontas" Maikon Leite e Vinicius, são maus cruzadores e alçam poucas bolas aproveitáveis na área, além da péssima pontaria em arremates a gol, com isso o time erra muito e fica totalmente exposto nos contrataques. Márcio Araújo acaba ficando sobrecarregado na proteção a defesa, considerando sua já evidente deficiência técnica, deixando então os dois zagueiros e laterais todo momento no mano a mano com os atacantes. No caso do jogo contra o SBC a vantagem foi a que o Palmeiras saiu ganhando e o adversário se apequenou, com isso Valdivia conseguiu exercer seu papel e distribuir o jogo, algo que deveria acontecer com mais frequência. Já no jogo de ontem o XV saiu na frente e quem se enervou foi o Palmeiras, com isso o time passou a errar passes, chutes, cruzamentos e a cometer uma série de atrapalhadas na defesa. Valdivia se escondeu e só apareceu para cavar seu cartãozinho sagrado, já são dois em dois jogos como titular, um aproveitamento de 100%, se não se machucar para o jogo de quinta-feira que vem contra o Atlético de Sorocaba, deve ficar de fora do confronto contra o Mogi Mirim no domingo e assim poder passar o fim de semana no Chile. Wesley foi patético, nem o lendário Misso seria capaz de dar cruzamentos tão bizonhos. A sorte foi a de que num escanteio a bola sobrou para Henrique que soube chutar no gol com categoria.

No segundo tempo o time parecia ter melhorado com a entrada de Denoni no lugar de Vinicius e a volta ao 4.4.2. O time passou a mandar no jogo e até o improvável aconteceu, Marcio Araujo fez um belo gol, o gol da virada. Depois disso o Palmeiras voltou jogar mal e o XV cresceu. Márcio Araújo que tinha feito o gol da virada fez pênalti, na minha opinião não foi absolutamente nada, mas deve haver uma recomendação para os árbitros, na dúvida apite contra o Palmeiras. O XV voltou a empatar e foi questão de tempo para marcar o terceiro. Aos 47 do segundo tempo, na base do bumba meu boi, Henrique que estava na área, escorou de cabeça e conseguiu o empate no final da partida. Ainda teve tempo para o Valdivia se jogar no campo e meter a mão na coxa. Ali eu já pensei: Pronto! Agora mais um mês fora.

O time do Palmeiras é fraco, alias, muito fraco. Alguns jogadores chegam essa semana, a primeira vista nada muito animador, mas quem sabe não venham ao menos com um astral diferente. A grosso modo o Palmeiras precisava de um time novo, mas sabemos ser impossível. Acreditar em alguma conquista nesse primeiro semestre é um exercício incrível de otimismo. Duvido muito até mesmo que Kleina dure até o fim do Paulista. Nós palmeirenses temos de nos preparar para um ano de forte estiagem e muita humilhação.

 Patrocínio

 A contrato com a Kia Motors se encerrou no final de janeiro. Apesar de flagrantemente superestimado pela gestão passada, foi um bom contrato. Agora chega a fase das mentiras estratégicas. Lógico que para montadora não é negócio manter o valor com uma exposição infinitamente menor, principalmente quando se vislumbra as expectativa e potencial do time para o ano e o corte drástico de jogos transmitidos para televisão aberta. Mas não é "elegante" a Kia declarar isso e sustenta sua decisão no baixo desempenho do setor no mercado brasileiro. Me permitam aqui gargalhar em voz alta com os olhos lacrimejando. As montadoras ganham rios de dinheiro aqui no Brasil e tenho certeza absoluta que não é por isso, do contrário o Flamengo não teria acabado de assinar com a Peugeot. Não será muito fácil Paulo Nobre buscar no mercado alguma empresa que queira nesse momento investir no Palmeiras valores semelhantes aos de times rivais, mas eu acredito que se o presidente de fato mostrar solidez no projeto de reestruturação do Palmeiras é possível sim conseguir um novo e bom contrato de patrocínio. O próximo ano será o centenário do time e com a inauguração da arena existirá uma gama maior de possibilidades para ações com a torcida. Lembrando que independente da má fase do Palmeiras, são 15 milhões de torcedores por todo Brasil, sendo que grande parte desses são apaixonados e imunes ao modismo. É mais que a população do Estado da Bahia por exemplo. Vale a pena apostar.