terça-feira, 20 de março de 2012

A sentença para os subservientes!

Este provavelmente é meu último texto para este blog. Agradeço aos amigos palmeirenses que nesse período dedicaram um período de seu tempo para ler, opinar ou discordar do que escrevi. Não sou um bom escritor nem mesmo um exímio entendedor de futebol e jamais tive a pretensão de assim ser considerado, sou apenas um palmeirense comum, apaixonado pelo time e que precisava de um canal para poder manifestar suas opiniões e indignações a respeito do que vem acontecendo nos últimos tempos com o Palmeiras. Há na rede inúmeros blogs e sites de palmeirenses, com ótimas opiniões, notícias e analises muito bem feitas, que são fundamentais como alternativa para essa imprensa podre que temos em nossa terra. Eu tenho perdido a vontade de escrever, pois estou descrente no futebol e me sinto um verdadeiro palhaço perdendo meu tempo se preocupando com algo decidido nos bastidores. A cada dia mais os interesses políticos e financeiros de alguns grupos tem decidido quem é quem no futebol brasileiro e grande parte dos torcedores não tem o mínimo discernimento para tomar consciência de tudo isso e prosseguem seu destino de cardume, movimentando-se para lá e para cá, repetindo frases babacas apenas orientados pela direção que apontam.

É evidente que há algum tempo o Palmeiras tem sido o time mais esculachado pela imprensa, parte por culpa própria e parte pelo ódio latente nutrido por alguns jornalistas. Ontem foi aberta mais uma página de desrespeito a nossa tradição e ao tamanho de nossa torcida, talvez o maior de todos. A rede Globo e a CBF suprimiu a transmissão de jogos do time a miseras quatro partidas e marcou jogos em dias e horários absurdos, digno de times sem expressão alguma. Obviamente isso não é por causa meramente de IBOPE, pois mesmo sem ter números em mãos, duvido que somos o time de menor audiência dentre todos os grandes. Esse movimento foi muito agudo para ser definido como uma mera estratégia televisiva, duvido que os diretores da emissora dona do futebol no Brasil, são tão burros para de um ano para o outro reposicionar o 2º time que mais teve jogos transmitidos em 2011 para o último entre os grandes. É óbvio que isso tudo é uma espécie de retaliação, tal qual o ano passado foi feito com o São Paulo. Agora os motivos que não são tão evidentes, pode ser por conflito de interesses de patrocinadores, questões políticas ou uma mera animosidade entre o jornalismo tialaiferano da Globo e o Palmeiras. Fato é que com isso aquele palmeirense que não tem dinheiro para pagar uma TV a cabo e que não costuma ir tanto aos estádios será impedido de assistir seu time vez ou outra. Outro agravante é que o Palmeiras está negociando o patrocínio da omoplata e a pouca exposição inevitavelmente desvaloriza o espaço na camisa.

O que mais me magoa em tudo isso é que nossos dirigentes sempre mantiveram uma postura de cordeiro em relação a CBF e a Globo. Juro que teria o maior orgulho se assim estivéssemos sendo boicotados em razão de alguma rebeldia do Palmeiras, mas não, nem sequer nesse momento tivemos a manifestação de alguém do Palmeiras indignado com a situação, pelo contrário, Roberto Frizzo deu entrevista dizendo que acha bom o horário das 21:00h no sábado a noite, uma postura absolutamente subserviente e repugnante. Ninguém respeita um imbecil sem posicionamento, respeita-se até os inimigos menos os puxa-sacos. O São Paulo bateu de frente com Globo e CBF ano passado, foi boicotado, mas aposto que ganhou respeito, tanto que este ano, depois de uma aproximação, já tomou o lugar do Palmeiras nas transmissões. Como se dissessem: Tome o lugar desse idiota, pois esse não reclama e não faz diferença. Infelizmente é assim! Hoje a rede Globo, CBF e FPF podem literalmente cagar aos montes em cima do Palmeiras sem terem medo de qualquer reação. Tudo será acatado e continuará a mesma coisa. O futebol no Brasil tem um dono, que mexe as peças do tabuleiro conforme seu ânimo e pelo visto as coisas continuaram assim ainda por muitos e muitos anos, lamentavelmente.

Como pronunciamento final deste blog, deixo essas palavras:

- Foda-se a rede Globo;

- Foda-se o Ronaldo gordo;

- Fodam-se o Tirone, Frizzo, Mustafa, Piraci, Gilto e todos esses vermes decrépitos malditos;

- Fodam-se a CBF, FPF, Sulamericana, FIFA e qualquer outra instituição com um monte de vagabundo que vive do dinheiro do futebol;

- Fodam-se o marketing esportivo, as frases feitas e a alienação do torcedor;

- Fodam-se esses jogadores sem caráter, que ostentam carrões, correntes de ouros e vagabundas, que se não fosse essa merda de fanatismo do futebol, não passariam de estúpidos, inúteis para humanidade;

- Fodam-se os comentaristas esportivos que agem por interesse de empresários ou paixão clubística;

- E fodam-se intensamente todos aqueles que transformaram o futebol nesse lixo, terreno de políticos e mafiosos. 

terça-feira, 13 de março de 2012

Novos tempos

É evidente que como todo palmeirense, estou feliz e empolgado com a goleada de domingo sobre o Botafogo de Ribeirão Preto. Independente de o adversário ser fraquíssimo, pior talvez que muitos times da primeira fase de Copa do Brasil, o Palmeiras mostrou um futebol muito melhor do que vinha demonstrando todo esse tempo, coincidência ou não, mas os volantes demonstraram uma evolução absurda, principalmente o Marcio Araújo. Se há algum tempo ficávamos ansiosos com o surgimento de alguma falta perto da área, agora o gol parece poder surgir de outras possibilidades. Outro fator positivo foi que o Palmeiras deu todas dentro em termos de contratações e nesse aspecto tenho de tirar o chapéu à diretoria e ao César Sampaio. Enquanto nossos rivais não acertam bons laterais, temos ao menos dois disputando posição pela direita (Cicinho e Arthur) e pela esquerda o Juninho parece não ter estranhado a camisa e está jogando muita bola. O centroavante também foi outra bola dentro, apesar de ter perdido uma chance clara de gol no primeiro tempo, Barcos sabe jogar e parece já estar entrosado com Maicon Leite e Valdivia.

Apesar de toda essa euforia, creio que o Palmeiras começará ser provado na hora que precisar disputar jogos decisivos, algo que tem sido muito difícil nos últimos anos. Caso esse time consiga enfim conquistar um título, tudo mudará e creio que nós palmeirenses viveremos dias melhores. Pode ser bipolaridade, mas estou confiante que esse ano terá motivos para comemorar.


9nine, marketing e a morte do futebol como o conhecemos.


É natural que as coisas mudem, não podemos ser inocentes em achar que o futebol ficaria alheio a tudo, como se fosse um terreno resguardado da invasão dos interesses econômicos. Há anos que nossos sacerdotes midiáticos clamam por um modelo europeu ao futebol brasileiro, só se esquecem que tudo que se importa para o Brasil sofre algumas anomalias que acentua os efeitos colaterais. Um exemplo disso é a privatização das estradas, nosso Governo orgulha-se em dizer que aqui em São Paulo possuímos as melhores estradas do Brasil e que o pedágio é uma realidade no mundo todo, de fato, na Europa e Japão também existem estradas pedagiadas, a única grande diferença é que no resto do mundo respeita-se um direito sagrado do cidadão - de ir e vir – e alternativas não pedagiadas são mantidas para quem não está disposto a pagar, já no Brasil ou você paga ou não pode ir nem vir.

O início foi a tal Lei Pelé, que transferiu o direito do passe do time ao atleta e posteriormente ao empresário. Essa lei deu vazão a criatividade brasileira de "dar rasteiras" e os clubes formadores de jogador começaram a perder atletas aos montes sem receber um centavo, através do assédio de outros clubes ainda nas categorias de base e dos artifícios legais encontrados por empresários para tirar o atleta do clube antes mesmo do término de seu contrato. Isso matou todos os times do interior que não tinham outra fonte de renda a não ser a venda de atletas e agora apenas cedem sua camisa a empresários. O São Paulo foi o time que se adaptou mais rapidamente a essa versão brasileira de futebol moderno e assediou jogadores a torta e a direita, encontrando subterfúgio moral na alegação de que os atletas queriam o São Paulo devido a sua estrutura. Foi o São Paulo também que começou a trabalhar o seu "marketing" de modo mais agressivo, vendendo a imagem de time de sucesso agregou a sua torcida milhares de torcedores da nova geração, mais interessados no status de torcer por um time vencedor do que no fato de realmente torcer por um time de futebol, algo muito diferente. A imprensa que também levou sua parte no quinhão elevou o São Paulo aos céus, transformando-o em modelo para os demais times brasileiros. Um a um os times começaram de forma desastrada tentar criar ações de marketing, sem se importar com o fato que a relação que o torcedor tem com o time é diferente da relação que um consumidor tem com um produto, exceção feita a esses "novos torcedores". 

Quando todos tentavam copiar o "sucesso" são-paulino, eis que surge uma série de empresários com uma nova estratégia de futebol e se alia ao Corinthians e ao seu então presidente Andrés Sanches. O princípio se deu numa tentativa frustrada (ou não) de aliar o time a um grupo que lava dinheiro comprando e vendendo jogadores, essa parceria não deu certo e resultou na queda do time. Essa foi uma oportunidade para que o marqueteiro corintiano usasse de forma maquiavélica, porem eficiente a paixão da torcida pelo seu time. A ideia era valorizar o sofrimento do corintiano e o tamanho de sua torcida, temas que já lhe eram auto-atribuídos, para que o torcedor comprasse a ideia que só ele seria capaz de carregar o time para cima novamente.  Isso tudo aliado ao conceito político vigente no país e a influência que um time de massa pode ter no resultado de eleições. Foram criados slogans, canções, camisas e a torcida respondeu e realmente se sentiu parte daquilo tudo. Todo esse sofrimento não se refletiu na hora de fazer contratações, parecia que de repente acharam um poço de petróleo dentro do clube e um time que estava beirando a falência passou a fazer extravagâncias financeiras.  O time subiu (que não é grande coisa) e uma nova fase da estratégia seria inaugurada o que estava em jogo agora não era apenas formar um bom time, era exposição na mídia para atrair patrocinadores, foi então que houve a ideia de contratar, ou melhor, convidar Ronaldo como um quase sócio. Esse já estava praticamente com a carreira encerrada como jogador, mas ainda tinha grande prestígio com a torcida brasileira pelo que ele fez e pelo muito que lhe atribuíram ter feito. O sucesso dessa estratégia definiria o novo rumo do futebol brasileiro e deu certo, o Corinthians foi campeão paulista e da Copa do Brasil e Ronaldo fez belos gols nas finais. A camisa do Corinthians foi loteada como um abadá de micareta e Ronaldo ficou com boa parte dos lucros disso tudo.  Mais uma vez os outros clubes iniciaram uma nova corrida atrás de meios no marketing para subsidiar suas loucuras. Nesse período fomos testemunhas de verdadeiras aberrações, tipo conseguir um pool de patrocinadores para trazer jogadores decadentes como Luis Fabiano e Ronaldinho Gaúcho, contratar um jogador chinês de segunda linha só para fazer barulho e até mesmo fazer uma vaquinha de nome sofisticado para tentar trazer um atleta com um preço superdimensionado.

Ronaldo que sempre foi um fenômeno em vender sua imagem, tão logo se aposentou sob o pretexto de uma tireoide, juntou-se a alguns empresários e abriu uma empresa de nome 9nine, que já foi inaugurada com um grandes clientes, atraídos pela influência do gordo. Uma das atividades da empresa é trabalhar a imagem do atleta, e a tática é tentar transformar seus clientes em rockstars. No caso do Neymar foi mais fácil pois ele joga bola, mas no caso Lucas por exemplo, tentam a todo custo colocá-lo como um novo ídolo do futebol nacional, quando é evidente que não passa de um jogador razoável com raros lampejos de craque. Essa semana meteram o tal Lucas a dar uma camisa autografada para o Príncipe Harry da Inglaterra, na mesma semana em que o jogador está sendo questionado até pela sua torcida. É o sinal dos tempos, onde o jogador antes de se consagrar no futebol se consagra na mídia. Acho que essa é uma realidade sem volta.