quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Jogando merda na história

Não curto muito comentar as especulações de fim de temporada, principalmente porque o que mais tem é notícia ventilada na imprensa para valorizar passe de fulano ou cicrano. Mas o que o presidente Arnaldo Tirone tem feito com o Palmeiras tem me tirado do sério e não possuo outro meio de manifestar senão por este blog.

Cada vez que o presidente do Palmeiras fala à imprensa me sinto tão envergonhado que imploro para que a entrevista acabe o quanto antes. Antes ele falasse errado, comendo plurais ou conjugações, mas não é isso, seu discurso como representante de uma instituição tradicionalíssima é de submissão e humilhação. A retórica é um dom e é evidente que Arnaldo Tirone não a possui, só uma configuração política tão absurda quanto a do Palmeiras seria capaz de eleger um líder que nem ao menos tem capacidade de argumentação diante aos microfones. Nem quando ele quer forjar um sentimento de indignação ou de firmeza ele convence, parece um Poodle tentando se passar por Pitt Bull.

Outra qualidade que Tirone parece não possuir é a auto-crítica, pois se tivesse ao menos um pouco, evitaria se expor diante aos microfones, principalmente de veículos inimigos, que já nem tentam esconder uma posição de denegridores do Palmeiras, caso de Jovem Pan e TV Bandeirantes. Mas não, Tirone faz questão de falar, falar e falar muita bosta, como se quisesse enterrar a história do Palmeiras em um monte de merda. Darei abaixo só alguns exemplos recentes:

- O Douglas quer mesmo jogar no Corinthians, mas o Corinthians não o quer.   

Cara. Juro que me deu uma vontade imensa de obrigá-lo a colocar a língua entre os dentes e dar um soco no seu queixo, fazendo com que ele perdesse ao menos parte da língua. Primeiro que se houvesse algum resquício de orgulho o Douglas não deveria sequer ser procurado – até porque é um jogador comum e é gambá. Mas tendo o procurado e sentido que ele pediu um salário para não pegar, fique quieto e finja que nem o consultou. Imagina se um cara desses vem jogar no Palmeiras ganhando essa grana e ficasse com aquela palhaçada de não comemorar contra os Gambás?

- É uma pena que não acertamos com Dagoberto, mas ele preferiu o Sul.

Acho que o Tirone tem alguma espécie de tara sexual pelo Dagoberto, não é possível. O Dagoberto é um mala do caralho e está na cara que ele não quis o Palmeiras, por um motivo óbvio, nossa diretoria conseguiu tornar o Palmeiras a última opção. Esse tipo de lamentação pública só serve para dificultar mais as coisas, pois essa raça maldita que se chama empresário dobra o preço a qualquer consulta do Palmeiras.

- Não acho que o Palmeiras tenha um time ruim. Todo mundo falava isso esse ano e surpreendemos todo mundo. O Palmeiras é sempre superior na posse de bola, parece um time estrangeiro que recentemente ganhou de um time brasileiro.

Presidente... presidente.... guarde seus comentários patéticos para sua roda de amigos. Se esse time que o senhor citou seja o Barcelona (como ao que tudo indica), só pode ser uma piada com nós torcedores do Palmeiras. Concordo que o time do Palmeiras não seja essa desgraça que todos pintam, mas a campanha de 2011 foi terrível, péssima. Tentar comprar esse time do Palmeiras ao time atual do Barcelona é coisa de lunático ou idiota, creio que o senhor encaixa-se melhor na segunda opção. Poupe-nos de sua imbecilidade.

- É uma pena que a FIAT tenha saído do Palmeiras, mas quem tem a perder é ela.

Não presidente, quem tem a perder somos nós. A FIAT prosseguirá vendendo bem no Brasil, mas o Palmeiras segue sem patrocínio e irá ter de pedir o penico para as possíveis interessadas. O senhor comanda um time que detêm a 4ª maior torcida do país e o 2º que mais se televisiona jogos e mesmo assim corre o risco de iniciar o ano sem patrocínio ou ter de baixar os valores, contra-mão do que vem ocorrendo com outros times. Sua diretoria de marketing foi desprofissionalizada e serviu como cabide de emprego a aliados políticos, dentre eles o filho do Marco Polo Del Nero - aquele que cantou o hino do Corinthians e escalou o PCO na semi-final do Paulista – e até agora foi inerte, correndo o risco de ficar atrás até mesmo do Santos em valor de patrocínio.

 

Felipão

Outro que já me deu no saco é o Felipão. Na boa, o técnico já passou do limite com suas pirracinhas. Se é para ficar com um técnico que só quer trabalhar com jogadores que ele indica,  vive reclamando na mídia, até agora não ganhou porra nenhuma e faz questão de jogadores incompatíveis com a torcida palmeirense, contrata um técnico mais barato e menos vaidoso.

Já foi um abuso praticamente expulsar o Pierre, que sempre fez questão de ficar no Palmeiras, agora querer em sua troca o Richarlyson é de foder, isso é bater de frente com os anseios e orgulho dos palmeirenses. Não é questão de o cara aparentar ser homossexual, quanto a isso que se dane, mas não da para aceitar a contratação de um jogador que outrora fez exames médicos no Palmeiras de manhã e apresentou-se no São Paulo à tarde. Só de ventilar a contratação de um cara que fez isso já merecia justa causa, mas insistir na sua contratação é demais. Dizem por aí também que ele barrou Suazo e algum tempo atrás até Ricardo Oliveira, em compensação insiste em nomes como Tardelli (será que não aprendeu nada com Kleber?).

Essa declaração infame de que estava cansado de arroz feijão e agora queria comer camarão, teve duas conseqüências, alertou os empresários que o Palmeiras sairia babando atrás de jogadores, inflacionando o mercado; e desvalorizou o elenco do Palmeiras, que dentro do que se fala por aí, não é tão inferior assim. Ou alguém acha que Douglas, tanto dentro de campo como fora, é melhor que Valdivia?  Que Richalyson é melhor que Marcio Araujo ou Pierre? Que aquele Edson Silva é melhor que Leandro Amaro? Esse tipo de analogia é um prato cheio para imprensa que agora insiste no trocadilho para ridicularizar o Palmeiras.

Na boa, entendo as vezes as reclamações do Felipão, me parece um cara profissional, trabalhador e honesto, mas não da para o Palmeiras ficar a mercê de suas vontades e suas pirraças.

 

Maicon Leite

Esse é outro que tem me irritado. Na boa velho, ta arrependido de sair do Santos, se joga da ponte malandro, o dinheirinho ta na conta não tá? Porra, não da para o cara jogar no Palmeiras e toda vez se portar como se tivesse abandonado sua grande paixão. Esse bando de acéfalos tem de entender que o futebol vive de torcida e se hoje ele está no Palmeiras, tem de demonstrar dedicação pelo Palmeiras. Fora que ta na hora de jogar bola também, jogadorzinho medíocre, um Basílio com grife que até agora só pipocou. Por que ele não pede para o Laor o recontratar?           

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

This is The End

Essa é uma época do ano no futebol em que não há muito que se comentar, porque também não há futebol, apenas uma série de especulações sobre contratações, patrocínios, parecerias, etc. Por este motivo este também é meu último texto do ano. Há os que gostam dessa temporada e acompanham atentamente a montagem do time para o próximo ano, confesso que me informo todos os dias, mas já fui de gostar mais. O que tem me impressionado muito, e não é de hoje, são os valores que envolvem essas negociações hoje em dia e isso não só no Brasil, e pior ainda, números absurdos para jogadores abaixo do medíocre. Eu acho que em pouco tempo o futebol vai se tornar impagável, que obrigará uma mudança drástica no comportamento financeiros dos clubes e conseqüentemente dos jogadores. Há uma bolha imensa que não tem mais para onde crescer e o nível do futebol tem caído na inversa proporção que essa infla.
No futebol europeu, por exemplo, há uma epidemia de times sendo vendidos para milionários excêntricos que os usam ou como um brinquedo ou como uma grande máquina de lavar dinheiro. Isso ocorre porque o processo inflacionário por lá se iniciou muito antes do Brasil, junto com uma praga chamada marketing esportivo. Times menos poderosos que não conseguiram acompanhar essa nova realidade perderam condições de se manter sozinhos, sendo alvo fácil desses aventureiros, a coisa agora começa chegar até em times de porte com situação financeira complicada. Os números que envolvem a transferência de atletas medianos entre times europeus chegam ao irreal, valores que antes só fazia parte do mundo dos negócios. O Manchester City por exemplo, que tem como dono um sheik árabe, gastou só com salários nesta temporada o equivalente a R$500 milhões, isso tudo para ser eliminado da Liga dos Campeões dando lugar ao Napoli (chupa!). As dívidas de clubes como Reais Madri e Barcelona assustariam até o Eike Batista, mas há quem diga: Mas esses clubes têm dinheiro para pagá-la! Tudo isso é calculado e as receitas do marketing cobrem. Ok! Mas quando essas "receitas de marketing" não cobrirem mais todos esses custos, principalmente em um momento em que países como Espanha e Itália estão no olho do furacão de uma crise européia? Será que estes clubes se manterão como ilhas alheias aos efeitos da recessão? Já há um movimento na UEFA no sentido de delimitar os gastos das equipes, o chamado fair play econômico. O mais interessante é que mesmo todo esse dinheiro não garante boas equipes, o Milan, por exemplo, tradicionalmente o time que mais investe na Itália, tem um elenco pífio, formado por uma legião de jogadores velhos ou promessas que não se concretizaram (Pato, Robinho...). Atualmente o líder da competição é a Juventus com um elenco muito mais barato.
Com a saturação do principal mercado europeu essa bolha agora se desloca para os mercados emergentes do futebol, como Japão, os países do leste europeu, Arábia e agora o Brasil, que até então é o principal exportador de jogadores, mas começa reverter o quadro pagando mais por jogadores medíocres que qualquer outro time do mundo está disposto a pagar. Os dirigentes e empresários por aqui estão eufóricos pela grana que começa circular no meio do futebol e ainda tem a copa do mundo como mote desse "milagre econômico".  As cotas de TV, valores de patrocínio e investimento de grandes grupos no futebol cresceram absurdamente em todos os times nos últimos anos e conseqüentemente qualquer atleta e empresário hoje se acha digno de uma fortuna a cada negociação. O país tem sido um ótimo local para jogadores consagrados em fim de carreira ou "quase craques" de outros países da América do Sul vir ganhar dinheiro. Os jovens talentos que não são negociados no útero da mãe, na primeira oportunidade são fatiados e leiloados entre os times brasileiros, que rastejam implorando para que eles aceitem sua oferta.
Essa nova realidade ainda me assusta, mas assusta ainda mais – apavora - quando vejo que o Avaí está pedindo mais de R$7 milhões pelo Willian Batoré. Se ele ainda fosse um jovem que teve uma má fase no Santos e se recuperou no Avaí, tentaríamos entender, mas o cara já rodou o Brasil inteiro e nunca se consagrou e quando foi artilheiro em um time rebaixado, pedem o mesmo preço pelo qual o Palmeiras vendeu o Kleber. Nessas horas eu me lembro daquela música do Marvin Gaye – What's going on! O nível do futebol brasileiro está tão baixo e a receita dos times aumentou tanto, que nos deparamos com bizarrices como esta. Nessa temporada de contratações, todos os times com desempenho pífios estão atrás dos mesmos jogadores e os empresários estão aproveitando para pedir preço de ouro por latão. A situação do Palmeiras é ainda pior, pois é explícito que o time está desesperado atrás de peças e a situação política do clube o torna alvo de malhação de toda imprensa, desse modo é normal que os jogadores peçam um $$$ adicional para acertar. Dizem que o Tardelli pede salário milionário, fora a rescisão com o Anzhi, que especulasse R$14 milhões, não estamos falando de Leandro Damião, falamos de Tardeli que só emplacou no Atlético/MG.  Ainda não da para saber o que tem de verdade ou mentira nas histórias, mas os números e nomes que surgem nos fazem pensar que estamos na merda. Há algum tempo atrás os times do interior abasteciam de bons jogadores os grandes clubes, hoje esses times estão falidos e cheio de refugos, ou então alugados para algum empresário expor sua mercadoria.
O investimento em base é cada vez mais caro e improdutivo, quando se colhe qualquer coisa que parece que presta, logo esse jogador trata de arrumar um bom empresário e forçar o clube a vendê-lo ou transformá-lo em milionário. Os clubes fazem centros de treinamentos, bons alojamentos, pagam escola, dentista, fisiologistas e vez ou outra conseguem revelar algum bom jogador, coisa que nunca acontece com o Palmeiras, que aparentemente também tem essa estrutura, mas por ali contamos no dedo revelações: Wagner Love, Wagner Love, Wagner Love...
A impressão que tenho é que apesar do aumento das receitas, o aumento das despesas cresce desproporcionalmente e os times com gestões mais incompetentes – caso do Palmeiras – sofrerão cada dia mais para sobreviver competitivo nesse meio. Já ouve aqui algo semelhante ao que acontece naqueles times europeus que citei acima, quando o Corinthians foi praticamente comprado pela MSI, não se sabe até hoje se esse contrato foi mesmo rescindido, mas não duvido que em algum tempo outros casos semelhantes apareçam. Aí sim seria o início do fim. Onde será que vai parar tudo isso?                        

  

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Meus pesares

Um campeonato que teve o fim que a maioria queria. O Corinthians campeão é rentável para emissora que detêm os direitos de transmissão, para políticos populistas e para empresários e mafiosos do futebol. Saiu tudo dentro do script para eles, o teatro armado para legitimizar a doação de dinheiro do Estado para construção de um estádio; a abertura da Copa alinhada muito antes do anunciado; a cota diferenciada de transmissão de televisão; a imbecilização total de sua torcida, estimulada por campanhas de marketing a repetir frases feitas, dignas de livros baratos de auto-ajuda; as valiosas ajudas da arbitragem em seus jogos durante o campeonato, que na dúvida sempre foram pró-corinthians; e por fim a conquista de um campeonato modorrento, que nivela ao mesmo peso um clássico ou um jogo contra o Avaí. Porem a tentativa da CBF de dar mais emoção ao campeonato - que desde que mudou de fórmula fatalmente perdeu espaço para competições mata-mata – colocando clássicos tradicionais na última rodada, deu um ar meio amarelo a esse conquista, pois ficou claro que apesar de todos os artifícios, o Corinthians seria incapaz de vencer um jogo que realmente exige alma. Até as tradicionais brincadeirinhas ficaram no vácuo, pois o Corinthians não ganhou o título do Palmeiras, ele apenas conseguiu não perder para o Palmeiras, que é muito pequeno para um time campeão. O time do Palmeiras está longe do que o seu padrão histórico exige, mesmo assim arrisco a dizer que nem se houvesse dez jogos contra esse Palmeiras o Corinthians não ganharia um, nem mesmo com a vantagem numérica de jogadores que os juízes sempre lhes proporcionam. O que se viu ontem foi uma reprise do que aconteceu no campeonato Paulista, o Corinthians foi covarde e se beneficiou do regulamento e da predisposição da arbitragem.

Não tenho muito a dizer hoje, não vou ficar com esse discurso hipócrita e polido de parabenizar o vencedor, de que venceu o melhor, e coisa e tal. Se Para mim venceu o pior, o mais sujo, o mais nefasto ao futebol brasileiro.