segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Tirone e o delegado
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Os "sem futuro"
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
O tamanho do buraco
Quando assumiu o Palmeiras, Arnaldo Tirone dizia aos quatro cantos que sua função principal era tapar os buracos financeiros do clube para depois pensar na montagem de um elenco poderoso. Pois bem, sua administração pífia no primeiro ano de mandato era sempre justificada pela falta de dinheiro e pela estrapolação da administração anterior. Porém no ano seguinte o discurso mudou um bocado, vislumbrando a candidatura para reeleição a história é que o Palmeiras tinha sanado suas dividas e tinha recursos para fazer "boas contratações", os tais camarões. Estranhamente esses "recursos" não pareceram tão sedutores aos atletas e o Palmeiras perdeu uma pancada de divididas com rivais, sobraram algumas apostas de times do interior ou refugos encostados em outros times. A janela de inicio do ano se encerrou e os tais "camarões" não chegaram e pior, até nas apostas mais ousadas como foi o Wesley e toda a palhaçada que envolveu sua compra, o Palmeiras teve o azar do jogador se contundir seriamente. Apesar dos pesares o time vinha fazendo uma boa campanha no Paulista e avançando na Copa do Brasil, algumas apostas pareciam ter dado certo e aí surgiu o conceito do: Por que não? Ao invés de contratar um meia-esquerda caro e entrar na dividida com outros clubes, por que não trazer o Daniel Carvalho cedendo o Pierre em definitivo? Afinal, ele já foi um grande jogador antes dessa pança toda. Por que não contratar um lateral pouco badalado como o Arthur do São Caetano para substituir o Cicinho? Quem sabe ele não da certo. Para que contratar mais um bom volante, por que não manter o Henrique, já que deu certo em alguns jogos. Por que não confiar no Valdivia? Ele pode mudar, parar de se contundir e se dedicar ao time... quem sabe?
E a administração foi nessa do "por que não" durante todo primeiro semestre. O conceito teria tudo para dar errado, inclusive o time já havia sido desclassificado no Paulista pelo poderoso Guarani, mas ainda restava a Copa do Brasil que poderia transformar merda em ouro, poderia resgatar um trabalho do limbo ao olimpo. Não era difícil para um entendedor medíocre de futebol enxergar que aquele Palmeiras tinha deficiências graves, que hora ou outra apareceriam, mesmo com o time avançando na tal Copa. Como um presente divino essa diretoria foi agraciada por um título ganho mais na raça que na bola. A torcida carente por conquistas emocionou-se ao ver um time com tantos problemas conseguir aquele feito, com um gol saído dos pés de um "por que não" do tamanho da Lua. Foi o apogeu de Tirone, Frizzo, Piraci e Cia, batiam no peito regozijando e diziam: essa é uma administração vitoriosa? Tanto que jamais houve uma comemoração tão grande e tão extensa por uma diretoria do Palmeiras quanto essa. O feito era um palanque que ouro que Tirone desfrutaria para engatilhar mais um mandato. E o Campeonato Brasileiro? Foda-se o Brasileiro! "Por que não" tocar com esse time mesmo até o final, só para se manter ali numa zona confortável. Passou a janela do meio do ano e mais uma vez nada de contratação.
Mas o "por que não" veio cobrar seu preço com estilo, não deixando espaço para saídas de última hora, veio lento, pesado e sufocante, como um muro de concreto que se fecha numa velocidade suficiente para dar tempo de refletir a cagada e tentar consertá-la desesperadamente. O "por que não" Daniel Carvalho prossegue gordo e sem vontade e o outro, Valdivia, prossegue se machucando e arrumando problema como sempre. O time não tem criação, é apenas um bloco tentando correr com a bola para a área adversária, as apostas das laterais estão jogando com o calção pesado e quando podem cruzar mal conseguem fazer a bola sair do chão. O técnico, sem ter o que fazer, tem que colocar um monte de "por que não" para tentar reverter a situação do time durante os jogos, aí entram Vinicius, Betinho, Mazinho, etc.
Agora meus amigos, nós constataremos qual será o tamanho do buraco que vai nos causar a nova queda a série B, porque infelizmente eu não acredito mais que esse time é capaz de reverter essas situação. O Tirone que ostentou a bandeira do saneamento financeiro está levando o time a uma situação muito mais crítica da qual ele assumiu. Além dos prejuízos morais que nós torcedores temos de pagar, aguentando urubus da imprensa tripudiando sobre nós, que o Palmeiras fará com esse monte de encostado filho da puta, que ganha uma fortuna por mês e que duvido ter a hombridade de encarar uma série B? Que o Palmeiras fará com Valdivia, Maikon Leite, Mazinho, Betinho, Luan, Arthur, Márcio Araujo, Obina, fora o monte de tranqueira que ainda recebe salário e joga por outro time? Que barca vai levar essa gente e que jogadores virão no lugar? Ou alguém inda acha que o Alex toparia "por amor" vir ao Palmeiras e jogar a série B? Como será essa Libertadores com todo mundo se preparando e o Palmeiras tendo de se remendar? O buraco é imenso e o próximo presidente, que nessa altura já nem da para imaginar quem será, terá uma missão 30 vezes mais difícil que a que o boçal do Tirone pegou. Não temos ainda a dimensão correta desse rombo, certo é que é mais uma mancha na história, que traduz o quão infame tem sido nosso história recente.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Retomando
Este Blog passou por um grande "hiato" de publicações, não porque eu estava em férias (muito pelo contrário) ou porque parei de acompanhar o Palmeiras, mas simplesmente estava sem saber o que falar sem sair do trivial. Óbvio que nesse meio tempo tivemos uma grande conquista que foi "o grande passo para as Diretas", mas dentro de campo o que vem acontecendo ainda é aquele sobes e desce de comportamento dentro de campo que faz com que qualquer um que fale de Palmeiras torne-se incoerente da noite para o dia. Vou fatiar esse texto em temas que mesmo que requentados, trata-se da minha opinião:
Diretas
Tal qual no que diz respeito a política nacional, há aqueles que se interessam pelo assunto (minoria); aqueles que não gostam mas sabem que é importante e tentam se informar um pouco; e ainda aqueles que sabem que existe, detestam, não se interessam, ainda reclamam de ter de votar e por ter o justo direito o exercem tomando por base fatores superficiais do tipo: esse fulano gosta de cachorros como eu, ele é da mesma igreja que eu, ele é engraçado ou ele pode me arrumar uma boquinha em algum lugar. No âmbito de um clube de futebol, soma-se tudo isso ao fato que o universo de quem pode decidir (os sócios do clube) pode não necessariamente ter os mesmos anseios da torcida do time. No caso do Palmeiras a situação é ainda mais complicada, pois além de ser uma "democracia" representativa, ou seja, seus anseios são manifestados por intermediários (conselheiros), existe uma pancada de conselheiros vitalícios, eleitos pelo próprio conselho, que deixam de passar por esse crivo democrático, isso torna a política palmeirense uma quase dinastia comandada por famílias que remontam a fundação do clube. Creio eu que todos esses "filtros" foram idealizados afim de manter o clube as suas origens, ao comando dos que o criaram, mas tal qual outras dinastias os ideais que pautam as primeiras gerações não se perpetuam às próximas e tudo acaba virando uma mera luta pelo poder e orgulho. A ruptura com esse sistema não é só importante, é vital, e as Diretas aos sócios é apenas um primeiro passo, pois depois desse saberemos se estes novos detentores do "direito" saberão multiplica-lo com os milhões que ainda não o terão – creio que sim. A democracia direta depende demais da qualidade de quem vota, portanto o Palmeiras daqui há alguns anos será reflexo dos detentores do direito, isso imputa ao sócio do clube a qualidade de representante de uma torcida, não será mais possível pensar na temperatura da piscina ou da sauna, aquele que vota é milhões de palmeirenses de todos cantos do Brasil.
Sou 100% a favor das diretas, mesmo não tendo direito a voto. Acredito que só pelo fato de um presidente dever satisfação aos sócios e não aos conselheiros, mudará radicalmente a forma de fazer política no Palmeiras. Mas deixo aqui minha observação: se as mudanças pararem só aí não teremos saído do zero. O Palmeiras tem que se abrir a sua torcida, tem de sair da encruzilhada clube x time de futebol, tem que dar direito, nem que seja numa menor proporcionalidade, ao sócio-torcedor votar, tem que expurgar todos conselheiros vitalícios independente de sua história no clube.
Eleições
Essas eleições enfim deram uma boa lição naqueles que acreditam que fazer "média" com torcida garante voto. Com o advento do "Isentão" e essa febre populista que cerca o Corinthians, muitos foram na onda para tentar uma boquinha: Tomaram no cu. Principalmente o Marcelinho Carioca que convocou o galinheiro inteiro como cabo eleitoral. A única figura que restou foi o Marco Aurélio Cunha, infelizmente!
São Paulo x Palmeiras
Foram poucos que naquela "simulação" de pontos contaram com uma vitória do Palmeiras contra o São Paulo no Morumbi, esperança todo torcedor tem, mas sabíamos que seria difícil encerrar um tabu vexatório justo em um ano com o time tão instável. O que irritou foi a forma com que perdeu. O técnico apostou errado, talvez tenha sido uma falha que ensine ao Kleina uma lição: alguns jogadores que estavam encostados no Palmeiras, tinham motivo de estar. Ele escalou Daniel Carvalho junto com Valdivia, graças a uma boa partida contra o Milionário no meio da semana. O Palmeiras sofreu com isso e ficou muito exposto aos três atacantes do São Paulo. Uma outra cultura idiota dos técnicos brasileiros colaborou com isso, a de não fazer alterações no primeiro tempo, estava evidente que o time estava acuado e Kleina resolveu esperar o intervalo, caso o São Paulo não tivesse feito gol, ele poderia até dar um jeito no vestiário, mas o São Paulo fez dois. Como azar pouco é bobagem, Kleina voltou com duas alterações, logo em seguida Juninho sentiu dores e pediu para ser trocado, ou seja, logo no início do segundo tempo, perdendo de 2 x 0, o técnico teria de queimar todas suas substituições. Daí em diante foi só drama, expulsão do Arthur, contusão do Valdivia, dois a menos em campo, São Paulo tocando bola fácil e tomou o terceiro e poderia ter tomado o quarto e o quinto. Creio que não é motivo de desandar a carruagem, agora o treinador terá de ter jogo de cintura para não deixar o elenco perder a confiança das três vitórias e de suprir a ausência do Valdivia até o fim do ano. São três jogos filhos da puta que o Palmeiras terá e esses sim não pode pensar em outro resultado que não a vitória. A torcida não pode deixar de apoiar o técnico, que errou sim, mas pode ter tirado uma lição importante.