segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sugestão maluca

Hoje é um dia péssimo para escrever sobre o Palmeiras, corro um risco enorme de ser incoerente e volúvel, pois na quinta-feira pós-jogo Palmeiras e Grêmio tudo parecia maravilhoso para mim, mas agora depois dessa derrota humilhante para os reservas do Corinthians tudo parece péssimo.  Sou torcedor, por mais que eu me esforce não consigo ter um pensamento ponderado e creio que o Palmeiras colabore demais com essa bipolaridade.

Ainda disputaremos a final mais importante dos últimos 13 anos e apesar do revés de ontem ainda acredito que temos grandes chances, pois será um mata a mata com o time motivado e podemos superar as limitações evidentes que tem o time. Tentarei ser equilibrado e realista apesar de eu estar muito puto com a derrota de ontem. O Palmeiras não tem um time bem montado, isso ficou claro ao decorrer dessa temporada. Houve um grande erro na formação desse elenco, parte por culpa do Felipão e parte pela diretoria. O meio-campo, como eu já disse aqui, é muito fraco, principalmente quando jogam juntos Marcio Araujo e João Vitor. Penso que volante tem de ser forte alto e saber jogar com a bola no pé, no caso de ambos são fracos, baixos e tem sérios problemas com passe, isso faz com que a transição entre zaga e ataque seja feita através de lançamentos diretos, sem passar pelo meio campo, além de a zaga ficar constantemente exposta ao ataque adversário. O técnico tentou resolver esse problema escalando Henrique como volante, mas Marcio Araújo é um sujeito de sorte, primeiro Marcos Assunção se machucou e agora Henrique foi suspenso na Copa do Brasil e a âncora voltará ao time titular. Na criação Daniel Carvalho está muito abaixo das expectativas e Valdivia não sabe se fica ou se vai e toma um cartão por jogo. O ataque é melhor, com Mazinho e Barcos, que é técnico e goleador. Note que há boas peças, mas não há equilíbrio e nem um padrão tático definido, ficando o time dependente da motivação dos atletas e de jogadas individuais. No jogo de ontem o Palmeiras jogou desmotivado – como vem jogando no brasileiro – e os problemas voltaram a ficar evidentes. Lembremos que esse time do Corinthians até então, só tinha feito um ponto e perdeu até para Ponte Preta. O Palmeiras saiu na frente e deixou o adversário crescer. As bolas que eram recuperadas pela zaga logo eram estouradas para frente caindo nos pés do Corinthians de novo. Tite treinou o Corinthians - titular e reserva - de um modo a não dar espaço nas saídas de bola e o Palmeiras se embananou com isso. De tanto ficar com a bola não foi difícil o Corinthians, mesmo com reservas, virar com dois belos gols de um jogador que fazia sua estreia como titular. É o Palmeiras dando moral para jovens revelações.

Independente desse jogo eu acredito no título da Copa do Brasil, pois não há dúvidas que Luis Felipe Scolari é bom em motivar equipes para jogos assim e o bicho deve ser bom também. Em dois jogos uma equipe mal formada pode se superar e conseguir os resultados, ainda mais vestindo uma camisa de tanta tradição. O título será de suma importância para salvar o ano e pode servir de atração para chegada de mais atletas. Mas está claro que independente de título ou não o Palmeiras precisará de pelo menos 3 ou 4 contratações de bom nível, principalmente para compor o meio-campo, do contrário será uma metade de ano difícil para o palmeirense, principalmente para aquele que gosta de ver o time jogar bem.

 

Sugestão maluca


Sei que muitos palmeirenses me xingarão de todos os nomes, apenas evitem xingar minha mãe, mas devido ao meu desespero em ver Marcio Araujo e João Vitor no meio-campo do Palmeiras, tenho pensando em inúmeros nomes que poderiam ser contratados. A coisa ta brava, de princípio não me lembrei de nada viável e bom no mercado, eis que surgiu na minha cabeça Magrão, que está hoje nos Emirados Árabes.

Tudo bem! Sei que ele jogou no Corinthians e que a torcida ficou puta com isso, mas recentemente vi uma entrevista com ele dizendo que gosta do Palmeiras e tudo mais. Na verdade é babela, jogador gosta de quem paga ele e o importante é ele dentro de campo honrar com seu salário. Não sei como ele está hoje, mas achava ele um volante de muita garra e que sabia jogar com a bola nos pés, infelizmente pegou umas fases bravas no Palmeiras. Vendo uma dupla como a que temos, Magrão cairia muito bem por ali se estivesse em boas condições físicas. O que acham da ideia? Tem alguma outra? 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Goela abaixo


Na última década surgiu um novo tipo de abordagem nos programas esportivos, a verba de publicidade que mantêm o negócio se pulverizou na caralhada de mídias novas que surgiram e o que antes sobrava passou a faltar, nesse cenário os diretores de programação começaram ser mais pressionados por audiência e lucro e em detrimento da qualidade recorreram ao popularóide, pois para venda de espaços publicitários em mídia aberta mais importa a quantidade de audiência que a tal audiência qualificada. Emissoras de TV e rádio que antes mantinham grandes profissionais e programas esportivos optaram por debates mais polêmicos e especulativos que beira a baixaria ou direcionar suas atenções a segmentos mais numerosos. O lucro também pode vir por outros meios que não o ortodoxo, agradar certas figuras do meio empresarial e político também pode deixar determinado meio mais simpático ou antipático aos investimentos.
Onde estou querendo chegar com tudo isso depois de uma classificação emocionante como a de ontem? Vocês entenderão.
Junto a tudo isso a mídia transformou os times em personagens. Coube ao São Paulo o personagem da eficiência e pioneirismo, onde tudo vira referência para outros times; ao Corinthians o time do povo, que assim como a massa, tudo vem através do sofrimento, da luta..bla, bla; e ao Palmeiras o time da bagunça, onde sempre tem polêmica, que faz tudo errado. Pode notar que todos jornais esportivos buscam polêmicas no Palmeiras. Virou uma moda jornalística enaltecer a boa administração do São Paulo, a força da massa corintiana e as desgraças no Palmeiras.
Antes do jogo contra o Grêmio TODOS comentaristas esportivos cravavam o Palmeiras fora e São Paulo e Grêmio dentro. Não houve sequer uma ponderação, de que o time do Grêmio também tem seus problemas, que o Palmeiras fazia uma boa campanha na Copa do Brasil ou o tradicional "em clássico não tem favorito". O argumento é sempre o de que o Palmeiras passa por problemas, mas e os outros times também não passam? Temos ciência das limitações do Palmeiras, no jogo de ontem passamos sufoco, pois nossa dupla de volantes é muito fraca e não protege adequadamente a zaga, mas em compensação há de se reverenciar o belo centroavante que temos, coisa que o Grêmio, por exemplo, não tem. Não é que tudo que era ruim virou maravilhoso por uma classificação, mas é incompreensível que no confronto de dois times com tradição, que tem problemas semelhantes, seja apontado de forma tão unânime um time como amplo favorito. A campanha do Palmeiras na Copa do Brasil é irretocável, mas ao invés de ser falado isso antes de um confronto, apenas lemos problemas, problemas e problemas. Agora ficam todos esses comentaristas com cara de cu, tentando criar matérias "legalzinhas" sobre a vitória do Palmeiras, enfiem essas matérias em seus respectivos cus. Podem ter certeza que até o primeiro confronto do dia 4 de julho, surgirão mais e mais matérias sobre problemas financeiros do Palmeiras, conflito entre treinador e diretoria, lembranças constantes da eliminação para o Coritiba do ano passado, etc.
Desculpem a revolta, mas a classificação de ontem para mim, além do prazer imenso de chegar a uma final, teve o gosto do troco, da vingança. Jogadores e torcida do Palmeiras enfiaram goela abaixo da imprensa essa classificação.

Considerações diversas

Anotem aí! Esse time do Grêmio não será campeão de nada e quando o Luxemburgo sair deixará um rombo milionário. Tenho dó dos gremistas que estão caindo no conto do profexô.

O estádio do Grêmio Barueri é como uma Ferrari numa estrada de barro. Aquele retorno na Castelo Branco logo após o posto Lagoa Azul não comporta um volume de carro como o de ontem, estava na cara. Fora que o estádio fica em meio a uma zona industrial, com oferta limitada de estacionamentos e ruas esburacadas. É inviável pensar numa decisão com mais de 30 mil pessoas se deslocando para lá num dia de semana, que rotineiramente já tem transito.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Façam história

Se perguntar para um palmeirense qual o título mais importante da história do Palmeiras, muito provavelmente ele dirá que foi a Libertadores da América de 1999. De fato foi uma campanha heroica em que o Palmeiras venceu times como Vasco, Corinthians e River Plate e ficou marcada pela apoteose de São Marcos. Se essa pergunta for feita a mim eu direi: O Campeonato Paulista de 1993. Os palmeirenses da nova geração pode se perguntar: Mas como alguém pode considerar um Campeonato Paulista mais importante que uma Libertadores? Mas quem viveu aquilo sabe do que estou falando.
Em 1999 quando o Palmeiras venceu aquela Libertadores era um time acostumado às vitórias, havia o estigma da Libertadores, que mesmo em 1994 e 1995 com um time fenomenal não conseguiu a conquista. Já em 1993 a história era bem parecida com a qual vivemos hoje. Vale ressaltar que o Campeonato Paulista na época era bem mais valioso que hoje, pois os times do interior sempre vinham fortes e com elencos próprios, diferente de hoje que são vitrines de empresários, fora que a Libertadores não era tão superestimada como hoje, onde parece que a valia de qualquer título é somente à vaga para este torneio. O Palmeiras estava há 16 anos na fila, muitos palmeirenses como era meu caso, nunca tinha visto o time ser campeão e os mais velhos viviam das glórias passadas. Durante todo esse período o Palmeiras também teve grandes frustrações, como uma final perdida para Internacional de Limeira, onde o elenco palmeirense era amplamente superior.  Naquele ano de 93 o time do Palmeiras era espetacular, mas havia a sina da fila que pesada sob os ombros da torcida e dos jogadores. No primeiro jogo da final contra o Corinthians o Palmeiras perdeu por 1 x 0. Parecia inacreditável que mesmo com o time mais poderoso do Brasil o Palmeiras perderia mais uma final, mas no segundo jogo no Morumbi o Palmeiras trucidou o Corinthians e enfim torcida e time retomaram a confiança de um time grande e a partir dali a década de 90 foi do Palmeiras.
Por que relembrar isso fora de época na véspera de uma semifinal da Copa do Brasil contra o Grêmio? Porque julgo a missão deste Palmeiras tão importante quanto a daquele time de 1993 e julgo também que um possível título de Copa do Brasil nesse momento, teria uma importância absurda, talvez uma das maiores da história. O elenco de hoje está longe, mas muito longe de ser o de 93, como também a diretora atual tem sido muito mais trapalhona do que daquela época e isso se torna um desafio extra para torcida e time. Um torcedor palmeirense de 13 anos, idade que eu tinha em 1993, teve o desprazer de acompanhar jornadas terríveis do Palmeiras, eliminações catastróficas, crises dantescas e uma sequência de administrações patéticas que expos a história do clube aos leões da imprensa. Mesmo com tudo isso a esperança renasce com mais uma oportunidade de lutar, de vibrar, de apoiar o time e de recolocar no caminho que ele jamais deve sair, pois não nasceu para mediocridade. Sabemos que apesar do resultado favorável no Olímpico o Palmeiras não pode dar margem a erros, pois são momentos de nervosismo e falta de confiança que levam o Palmeiras à pane e a torcida tem a função fundamental de passar essa confiança ao time, de mostrar a quem entrar com o manto verde em campo que ali é Palmeiras e quem veste aquele uniforme não teme a filho da puta nenhum no mundo, nem traíra e muito menos mercenários do futebol. Cada jogador tem de estar ciente que está escrevendo mais uma página de uma longa história e o Palmeiras tem o poder de transformar mortais em mitos.  
Amanhã às 21:00h em Barueri começa mais uma batalha na história do Palmeiras e essa é só a primeira, pois se vencido virão mais duas. E não há espaço para fraquezas, polêmicas ou medo. Aos palmeirenses da nova geração eu peço que se mantenham convictos; aos da velha geração que não caiam na armadilha da comparação, que eu muitas vezes também caio, torçam por quem entrar em campo e apoiem sua luta, não vaiem ninguém em nenhum momento;  e aos jogadores que joguem com tranquilidade e raça, não entrem na pilha de árbitro e nem de adversário e façam sua história.

E hoje tem Programa Reversão direto do Zero a Zero Bar em SBC.
Quem puder ouça ao vivo a partir das 20:30h através do site:

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Incoerência, a gente se vê por aqui!


Hoje deixarei de lado os comentários mais profundos sobre Palmeiras x Vasco, até porque, a atenção dos palmeirenses parece estar mais voltada à Copa do Brasil, de qualquer modo creio que só 2 pontos até agora é preocupante. O problema do Palmeiras no jogo de ontem foi aquele velho conhecido de não saber ganhar. O time estava bem, havia criado boas chances, fez um belo gol, mas após isso recuou, caiu de produção e mereceu levar o empate. Felipão poderia ter testado Felipe no lugar de Daniel Carvalho, creio até que ele faria isso, mas as lesões durante a partida impediram mais substituições. Agora é entrar concentrado para o jogo contra o Grêmio.
Mudando de assunto, hoje se definem os classificados do grupo C, grupo de Itália e Espanha e para variar a seleção italiana chega ao último jogo no aperto, dependendo de uma vitória sobre a Irlanda e torcendo para que não haja um empate por 2 x 2 entre Espanha e Croácia. Logicamente surgiu a especulação de um possível acordo entre Espanha e Croácia para a classificação de ambos, o tipo de polêmica que sempre existiu no futebol e provavelmente sempre existirá.  Aqui no Brasil a Eurocopa teve os direitos de televisão adquiridos pela rede Globo, pessoalmente prefiro a cobertura da ESPN Brasil, que a meu ver tem comentaristas mais experientes no futebol europeu, tendo em vista que eles transmitem quase todos os campeonatos por lá, mas sabemos que na hora do filé mignon, ganha quem tem mais dinheiro e influência. O comentarista Maurício Noriega, funcionário das organizações Globo, hoje proferiu um comentário através de seu twitter, disse ele que o técnico da Espanha rechaça a combinação de resultados e que ele também crê nisso, mas que o problema é a Itália, pátria do resultado arranjado no futebol, ficar com medo disso, conforme podem ver abaixo:  
Mauricio Noriega ‏@norinoriega O problema é a Itália, a pátria do resultado arranjado no futebol, ficar com medo disso agora.
Mauricio Noriega ‏@norinoriega Espanha rechaça teoria do 2 a 2 com a Croácia para eliminar a Itália. Também não acredito nisso.
O Noriega não é um comentarista que considero ruim, pois senão nem o seguiria, mas em minha opinião ele foi infeliz em sua frase, pois o termo "pátria do resultado arranjado" é generalista demais e coloca na mesma cumbuca, jogadores criminosos e atletas sérios que estão apenas defendendo sua seleção. Imagino que o que ele saiba sobre a corrupção no futebol italiano é o mesmo que todos sabemos via imprensa, caso ele tenha esmiuçado todo o caso e possua informações mais amplas que envolvem todo futebol italiano, aí retiro o que eu disse. Por discordar de sua opinião e o Twitter ser um espaço de livre interação eu respondi de modo educado:
Fabio Cardi ‏@fcardi @norinoriega se um jornalista estrangeiro falasse algo semelhante do Brasil, que é o país dos esquemas, tenho certeza que não gostaria.

Talvez eu não tenha me expressado bem, até porque no twitter há um limite de caracteres e eu escrevia de meu celular, mas parece que ele não entendeu muito bem e do alto de seu cargo de comentarista do Grupo Globo de Comunicação, sentenciou:

Mauricio Noriega ‏@norinoriega @fcardi tô falando de futebol e de fatos. Problema de quem não gostar. Basta pesquisar e pensar.
  
Pois é senhor Maurício Noriega, eu estava justamente falando sobre futebol e eu já pesquisei bastante a respeito e pensei também, talvez não com sua genialidade e conhecimento, afinal, és comentarista de futebol da Sportv, isso faz de qualquer opinião sua superior a de um mero torcedor não é mesmo? Imagino que durante sua vida acadêmica, antes de alcançar de sua consagração, deva ter estudado a difícil ciência do futebol e seus bastidores para que hoje seja capaz de emitir comentários embasados, diferente de gente como eu, desinformada, fanática e consequentemente incapaz de raciocinar. Ciente dessa minha limitação, argumentei apenas que estava falando de futebol e que li, não com tanta erudição, histórias sobre "esquemas" no futebol de outros países, talvez de outra modalidade, mas esquemas, e que se fossemos usar esse critério para desqualificar as revindicações de algumas seleções, tudo se justificaria.
Fabio Cardi ‏@fcardi @norinoriega esquemas no futebol são fatos em vários países, Brasil, Argentina, Inglaterra, se prejudicar uma seleção por isso justifica, ok

Ironias a parte eu até já havia escrito algo relacionado a isso, sobre a corrupção no futebol italiano, sobre a lavanderia de grana que é o futebol inglês e sobre a caralhada de denúncias criteriosamente não investigadas do futebol brasileiro. Imaginem se amanhã a FIFA resolva vender todos direitos de transmissão da Copa do Mundo para uma rede britânica de televisão e altere toda tabela da Copa do Mundo para privilegiar a grade de programação dessa emissora? Aí o técnico da seleção brasileira reclama de um determinado horário de jogo e um jornalista inglês diga: O problema é o Brasil, pátria do futebol vendido a uma emissora, reclamar disso agora. Será que o Sr. Noriega concordaria com a frase? Na época em que houve aquela tentativa de abrir concorrência para transmissão do futebol brasileiro, que a Globo alinhada ao Ricardo Teixeira e ao Andrés Sanches, usou seu poder para dissolver o Clube dos 13 e desrespeitou um processo transparente de licitação de direitos de transmissão, os jornalistas da "casa" omitiram sua opinião. Entendo isso, corriam o risco de perder seus empregos. A crítica ficou por conta dos excluídos, comentaristas de outras redes ou meios, que provavelmente se tivessem do outro lado também se calariam. Assim é a vida infelizmente. Compreendo que o Maurício Noriega discorde de esquemas de manipulação de resultados, eu também discordo, e é fato que o futebol italiano foi maculado por esses episódios, mas não posso concordar que um país que investigue tão seriamente esses esquemas seja chamado de "pátria do resultado arranjado", pois então valeria mais apena não investigar como é feito em vários locais do mundo. Por fim, creio também ser incoerente julgar a ética no futebol sem falar dos jogos no meio de semana às 22:00h, citar as denúncias que estão sendo investigadas contra a CBF ou o monopólio da venda de direitos de transmissão do futebol nacional.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

13/06/2012


Há dentro de cada palmeirense a esperança latente que o time retome sua posição de gigante, ela que nos mantém firmes em nossas posições, que nem mesmo as mais duras tragédias são capazes de apagar essa fagulha, pronta a acender quando o time dentro de campo mostre dignidade. Não somos torcedores de um time sem passado, sem honra ou "popularóide", apesar de tentarem nos apequenar nos últimos tempos, conhecemos nossas raízes e a força de nossa camisa, por isso somos bipolares, pois nos desespera ver um Palmeiras catatônico diante de uma bagunça sem fim na mesma intensidade que nos empolga o ver ressurgindo em campo.
 Posso estar entorpecido de otimismo em excesso após a vitória de ontem, mas o jogo de ontem pode marcar um ressurgimento de um Palmeiras forte, temido e sempre favorito. Há de se ressaltar que apesar da campanha horrorosa no campeonato Brasileiro e a desclassificação para o Guarani no campeonato Paulista o Palmeiras na Copa do Brasil tem feito uma excelente campanha, nem parece o mesmo time. Ontem enfim Felipão voltou acertar e ouviu as preces da torcida, mexendo no meio-campo, tirando o âncora do Márcio Araújo e escalando o Henrique como um quase líbero. Eu já tinha pensado nisso nas últimas partidas, vendo que o Henrique estava se dando muito melhor no ataque do que os próprios volantes e creio que a maioria dos palmeirenses também havia pensado nessa possibilidade. Deu muito certo! O meio campo se fortaleceu com um homem forte de marcação, alto e com mobilidade para atacar e defender. Com isso os zagueiros Thiago Heleno e Maurício Ramos ficaram menos expostos, fazendo também uma bela partida, muito segura e confiante. Arthur foi muito importante na marcação, principalmente porque é mais forte que Cicinho. Na parte defensiva o Palmeiras foi impecável, Kleber não conseguiu jogar, estava sempre bem marcado e me parece não ter deixado tantos amigos assim no Palmeiras, pois ninguém aliviou para ele. Na parte ofensiva o time ainda pecou um pouco, com muitos erros de passes do Luan e uma marcação pesada em cima de Daniel Carvalho e Barcos. No segundo tempo o Palmeiras voltou com ainda mais atenção, eliminando os espaços do Grêmio no meio campo e começando esboçar algumas jogadas ofensivas. Felipão acertou em colocar o Mazinho e o Messi Black é iluminado na Copa do Brasil. Primeira bola no cara foi gol e 1 x 0 já estaria ótimo. Mas veio mais, Barcos ainda deixou o dele. Ganhar de 2 x 0 fora de casa na Copa do Brasil é um puta resultado, ainda mais sobre um Grêmio animado por vitórias no Brasileiro. O Palmeiras esteve concentrado o tempo todo, vibrando, marcando em cima e deve passar para pelo Grêmio aqui em São Paulo. Ontem o palmeirense pode sentir orgulho de seu time, não só pela vitória, mas pela dedicação e seriedade em campo.
Fazia tempo que eu não dormia tão satisfeito e esperançoso. E que nenhuma polêmica estrague meu dia de hoje.

Palmeirenses?
Que porra de palmeirenses são esses que se preocupam mais com o Corinthians que com o Palmeiras? Entendo que faz parte secar o rival, mas não em nível de ficar pagando pau para o Santos ou deixar de dar preferência para vitória do Palmeiras. Não me conformo com isso!
Nós temos um time para torcer e a prioridade é o Palmeiras ser campeão! Vamos parar de dar IBOPE para o Corinthians!

Obs: Me perdoem os erros de português. Fiz esse texto no tempo que me sobrou no trabalho.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Palpite: Valdivia não joga mais no Palmeiras!

Não é informação, até porque não sou jornalista, mas alguém aqui quer valer uma aposta que Valdivia não joga mais pelo Palmeiras?
Ouso a fazer uma previsão da sequência de fatos que a partir de agora vai ocorrer.
O jogador chegará ao Brasil e terá uma conversa com a diretoria, alegando querer sair do time e da cidade em virtude da ausência de sua família. Obviamente há um contrato em vigor e as partes sabem disso e pelo que consta o Palmeiras honra com os pagamentos em dia. Um impasse será formado e via imprensa gerente de futebol e treinador demonstrarão apoio ao atleta nesse momento difícil, pois sabem que qualquer declaração neste momento poderá ser usada como subterfúgio para um pedido de rescisão ou desvalorizará o atleta. Notem que em nenhum momento alguém do Palmeiras emitiu opinião questionando o jogador e mesmo assim em entrevista no Chile Valdivia se disse chateado com alguns boatos de que estaria usando isso como desculpa para não jogar. Para quem não se lembra, Kleber cavou um mal estar com treinador e diretoria para sair do time mesmo sob contrato, a declaração de Felipão que ele não jogaria mais serviu como barganha jurídica, tendo ele e seu empresário ameaçado romper o contrato por o Palmeiras estar impedido o jogador de exercer sua profissão e por assédio moral. Creio que dentro do Palmeiras - se houver alguém com dois neurônios – já se sabe da intensão do atleta de deixar o clube. Valdivia e Kleber são da mesma espécie de jogador, com a diferença que o primeiro é um pouco mais cínico que o segundo. É notório que o chileno cavou o cartão amarelo na Copa do Brasil e que ele evita jogar. Imagino que nesse momento o empresário do atleta já deva estar buscando clubes que ele possa sugar jogar e o Palmeiras se movimentando (será?) para diminuir sua grande perda de dinheiro.
Quanto a possibilidade de ele e a esposa ter inventado o sequestro, ainda não da para dizer nada. Pode ser que tenha ocorrido de fato um sequestro relâmpago. Mas independente de qualquer coisa, sendo tudo verdade, querer deixar o clube por causa do ocorrido é uma grande desculpa, pois imagino que não falta dinheiro para aumentar sua segurança pessoal ou até mudar de bairro se for o caso. Vamos aguardar os desdobramentos, mas alerto aos valdiétes que é melhor se preparar, pois esse é o prenuncio de mais uma decepção.



domingo, 10 de junho de 2012

Samba de uma nota só

As rodadas vão passando e uma coisa tem ficado cada vez mais clara: o Palmeiras tem o time mais fraco dentre os tradicionais. Além disso, há a desvantagem da pressão que o time sofre quando as derrotas começam vir em sequência, que pode fazer com que um time medíocre se torne péssimo e o pesadelo do rebaixamento ressurja. Eu honestamente não acredito em queda, muito menos em briga pelo título, creio que esse campeonato o Palmeiras repetirá o desempenho insosso dos últimos anos. O time do Atlético Mineiro, que há tempos não é apontado como um time grande, mostrou ontem que tem o time superior ao do Palmeiras. Não é só pelo Ronaldinho Gaúcho, que ontem jogou bem, mas o Atlético Mineiro é um time montado, com jogadores cientes de seu papel dentro de campo, que trabalham uma jogada de forma integral, partindo da zaga, passando para o meio-campo que arma o ataque. Não estou dizendo que é um candidato a título, mas é um time competitivo. O Palmeiras, do contrário, é um time desorganizado, que insiste na correria e em jogadas individuais para tentar alguma coisa, as jogadas de maior perigo saem de cobranças de faltas do Marcos Assunção, que por sinal, só se mantêm como titular graças a essa utilidade. Aquilo que insisto em dizer aqui, sobre o meio-campo do Palmeiras fica cada vez mais evidente, mas me parece que essa não é a preocupação da comissão técnica. Arrisco a dizer que o Henrique se sairia melhor como volante que o próprio Márcio Araújo, que se jogasse no São Caetano ou no Ipatinga, não causaria espanto. O que causa mesmo espanto é constatar que esse é um time que completará três anos de montagem, com muita grana investida (mal investida) e com um "super-técnico" com o maior salário do Brasil, mas que até agora ainda é um rascunho mal feito. Alguém saberia me dizer qual o time titular do Palmeiras? Existe um time ideal, no "mundo das ideias", que raramente consegue ser escalado porque em prática depende de peças que nunca da para contar ou que estão abaixo das expectativas.

Não entrarei no mérito do sequestro relâmpago do Valdivia, inclusive se tudo que foi comentado na internet for verdade, sinto muito pelo ocorrido, mas vale lembrar que calamidades como essa acontecem diariamente em São Paulo com pessoas das mais diversas posições sociais. A despeito disso é claro que o chileno reduz o quanto é possível suas participações em jogos do Palmeiras, fosse ele um funcionário comum do setor privado, já teria sido demitido há tempos. O Valdivia virtualmente seria o meia titular do Palmeiras, mas ele não joga o que força o treinador a tentar buscar outras alternativas, que no caso do Felipão parece difícil, pois ele é o samba de uma nota só. O substituto natural é o Daniel Carvalho, mas no esquema do treinador ele seria o único meia de criação, coisa que nem ele e nem o titular consegue cumprir. Marcio Araújo, João Vitor e Marcos Assunção são nulos criativamente e limitados defensivamente. Felipão tentou consertar isso na partida contra o galo escalando o meia Felipe, mas numa equipe desorganizada como a do Palmeiras o garoto tenta insistentemente carregar a bola e não vem tendo sucesso. O Palmeiras parece as vezes um time de futebol americano, todo mundo correndo, trombando, sem a menor cadência. E olha que desse vez nem podemos reclamar da arbitragem, pois milagrosamente o árbitro ajudou  o Palmeiras.

E de quem é a culpa? Todos sabemos e no fundo sabemos não merecer melhor sorte, pois o clube tem a pior administração de todos os tempos. Eu gostaria muito de que uma simples troca de treinador e a contratação de uma ou duas peças solucionasse a coisa, mas isso talvez apenas trouxesse um alívio imediato (se trouxesse). O time foi mal montado, mal planejado e depende exclusivamente da sorte ou da má sorte do adversário.  Arnaldo Tirone é para mim a referência maior de covardia e omissão. Pensa num cara perdido, num cego no tiroteio, num cachorro em dia de mudança, pode substituir todas essas alusões a uma única figura – Arnaldo Tirone. Ele nem manda mais ou talvez nunca mandou, hoje quem responde pelo Palmeiras é o diretor jurídico Piraci. O Palmeiras segue desgovernado rumo ao ostracismo e o torcedor palmeirense acompanha tudo desesperadamente.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ronaldinho Gaúcho X Base do Palmeiras


Tão logo Ronaldinho Gaúcho sacramentou o término de sua passagem conturbada pelo Flamengo na justiça, surgiu o boato que ele poderia vir ao Palmeiras, através de um fundo árabe que ninguém sabe de onde veio e qual seria a intenção, o mais provável é que esse grupo de investidores habite o mesmo mundo do grupo chinês que traria um investimento pesado para o Palmeiras, do time da Juventus da Itália que faria um amistoso contra o Palmeiras quando foi assinado o contrato com a FIAT ou da empresa de marketing esportivo inglesa que faria um mega aporte no futebol do Palmeiras e que o Tirone havia conhecido em uma de suas viagens a terra da rainha. É plenamente compreensível esse tipo de invenção: Assis quer aquecer o mercado para Ronaldinho (como fez na sua vinda) e os "jornalistas" esportivos precisam de pauta a qualquer custo, principalmente quando o campeonato está parado. Mas o que me assusta é que tanto a torcida do Palmeiras quanto a diretoria comprou essa ideia e estamos prestes a fazer papel de palhaço mais uma vez, para um sujeito sem identificação com o Palmeiras.

O presidente do Palmeiras negou, mas o Tirone tem uma habilidade incrível em negar não negando e afirmar não afirmando e sempre foi assim. Quem não se lembra do caso Kleber? Ele jamais se posicionou que o jogador ficaria ou sairia. Em contrapartida já encontrei muitos palmeirenses adeptos à contratação de Ronaldinho Gaúcho e isso que me incomoda. Lógico que respeito a opinião e a ilusão de cada um, mas isso não impede que eu discorde frontalmente disso, pois se tivéssemos o mínimo de orgulho, refutaríamos qualquer tipo de especulação.  

O que acontece com nós palmeirenses? Será que já não bastam as decepções recentes para não aceitarmos jogadores desse tipo vestindo nossa camisa? Ronaldo Gaúcho é o ícone máximo de uma geração de jogadores superestimada, displicente, cínica e hedonista. Para quem acha que o Valdivia é vagabundo, o Ronaldinho Gaúcho é o original enquanto o chileno é uma cópia. E outra, Ronaldinho NUNCA QUIS JOGAR NO PALMEIRAS, NUNCA! A especulação que surgiu na sua volta foi apenas para valorizá-lo. Além do mais o Palmeiras possui hoje uma dívida monstruosa e esse papo de patrocínio é balela, empresas são atraídas por bons negócios, como é o Neymar hoje, o Ronaldinho é um péssimo negócio, se você fosse um gestor de uma grande empresa, investiria milhões de seu Budget para ligar sua marca a um canalha, irresponsável, decadente e sem carisma algum? Pois é! Quem arcaria com a peba seria o Palmeiras e mesmo arcando com 20%, no melhor dos cenários, ainda seria caro. Então peço aos poucos palmeirenses que insistem nessa ideia, não deem pilha a pesquisas sobre o tema, pois isso só nos expõe mais como carentes de ídolos ou coisas do tipo. Enquanto à senhora Patrícia Amorim, se o Tirone é patético, essa senhora é patética ao cubo e isso já tinha sido provado no caso Kleber. Se a diretoria do Palmeiras tivesse um dos culhões convocaria a imprensa e diria: Vai tomar no cu Patrícia.

De outro lado a seleção sub-20 conquistou o Torneio dos 8 em cima da Argentina. Nesse time são 3 jogadores palmeirenses: Bruno Dybal, Diego Souza e Luiz Gustavo. Já saiu no Lance a reclamação desses atletas sobre a falta de oportunidade no time do Palmeiras. Ainda na internet saiu uma reportagem do César Sampaio falando sobre o volante João Denoni, impressionando com o rendimento do garoto, mas pelo visto, por enquanto, Felipão prefere a dupla Araujo & João Vitor. Li na Folha também uma matéria sobre a perda do projeto São Roque, que já tinha o terreno, financiamento pré-aprovado, mas que a diretoria prefere insistir em Guarulhos. Santos e São Paulo que criticas a parte investem em suas categorias de base, já possuem hoje jogadores valiosos, que hora ou outra podem render dinheiro ao time, enquanto o Palmeiras não possui em seu time principal jogadores dessa expressão. Sabemos que uma coisa é jogar nas categorias de base, outra é no profissional, mas não seria o caso de investir mais nesses atletas ao invés de ficar buscando ex-promessas.


Adendo


Enquanto eu escrevia saiu a notícia que Ronaldinho Gaúcho fechou com o Atlético Mineiro, outro time que insiste nessa estratégia furada para tentar retomar seu lugar na história. Podia desistir de postar, mas creio que seja válida a reflexão, pois até site de apoio a contratação de Ronaldinho chegou a ser criado por palmeirenses. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Saudoso Palestra

Confesso ser um sujeito demasiadamente saudosista e tenho muito orgulho disso, só tem saudade quem tem história, quem tem do que sentir saudade. Acredito que com o passar do tempo à medida que vamos acumulando histórias, os bons momentos do passado se tornam a verdadeira referência de felicidade, por exemplo, se me fosse concedido a escolha de qualquer lugar como "o paraíso", não optaria pela referência católica daquele belo lugar de natureza bucólica, ou nem mesmo as dez virgens prometidas aos islâmicos, seria apenas eu reviver meu passado consciente do valor das coisas que me cercavam.

Hoje passei em frente ao Palestra Itália e passar lá em frente para mim não é como passar em frente a um lugar qualquer, eu deixo de prestar atenção em qualquer pessoa ou qualquer pensamento para prestar reverências àquele local. Talvez pelo fato de eu ser de Santo André, não passar em frente regularmente e de nunca ter sido sócio e encarado aquilo como um clube, não sei, só sei que é diferente. Não pude deixar de reparar na grande obra que lá está sendo feita, dos imponentes prédios, da estrutura das novas arquibancadas e dos grandes guindastes que trabalham a todo vapor, com um pouco de imaginação já da para ver ali o esqueleto da arena que a maquete mostra, moderna e alinhada aos novos conceitos multiuso. Resistindo ao vendaval de mudança ainda está lá parte da arquibancada, que só foi mantida para não descaracterizar a obra de "reforma", como manda o alvará, para "construção", algo que gera a revolta de muitos palmeirenses contra o nefasto Kassab. Mas embora o estorvo que aquilo deva causar à construtora, confesso que a mim me fez feliz, me trouxe boas lembranças. O pedaço de arquibancada antiga é aquela da entrada da Francisco Matarazzo e ainda é possível ler as inscrições em verde "Sociedade Esportiva Palmeiras". Como não me lembrar da primeira vez que fui assistir um jogo no Palestra Itália ainda pequeno, junto com meu pai em 90, quando a primeira coisa que chamou minha atenção logo após passar os portões de entrada, foi aquela inscrição. Era um Palmeiras e Cruzeiro em que o Palmeiras venceu, não me lembro muito dos detalhes do jogo, eu tinha 10 anos, lembro que o Palmeiras ganhou por 3 x 2 e foi um jogo disputado pra caramba. Meu pai naquela noite ficou super feliz, sempre é bom levar o filho a um jogo que o time ganha, principalmente porque o Palmeiras vivia um jejum terrível de títulos. Só hoje percebo que aquilo já era minha escola de Palmeiras, não era comemoração de campeonato, era celebrar o renascimento da esperança com uma vitória e assim foi na década de 80 e assim é na atual. Só em 1993 foi ver o Palmeiras ser campeão, mas aí no Morumbi, também junto de meu pai.

Depois disso fui muitas vezes a jogos no Palestra Itália com meus amigos. Naquela época o trem que vem de Santo André não parava no Brás, ele ia direto até Francisco Morato, no meu caso eu parava na Barra Funda. Saíamos no domingo logo após o almoço, às vezes com as camisas escondidas quando tinha risco de encontrar alguma organizada rival no trem, até porque eu e meus amigos nunca fomos de briga (e nem aguentaríamos muita coisa com 14 anos). Chegando na Barra Funda já encontrávamos aquele monte de palmeirenses vindos de todos cantos de São Paulo e todos rumo ao Palestra Itália via Francisco Matarazzo. Não tinha nada de ingresso antecipado, era aquela muvuca nas bilheterias e preço de R$10,00. Ingressos comprados era hora de fazer àquele tempo, comer alguma coisa lá em frente esperando o momento certo de entrar. O cheiro do pernil ou da calabresa invadia o ar, sempre foram os lanches preferidos do torcedor, eu preferia comer um hot-dog. O dinheiro era contado, as vezes eu precisava pedir algum emprestado para algum amigo se quisesse comer mais alguma coisa e vice-versa. Comíamos de gosto enquanto conversávamos sobre futebol, sobre os cantos da torcida, sobre bandeiras, sobre alguma possível contratação ou até mesmo sobre os assuntos do nosso bairro. Tão logo abrisse o portão e víssemos a galera entrando, já seguíamos em direção ao portão principal e passávamos pelo mesmo ritual, entrega do ingresso, revista da polícia e depois de liberado a adrenalina já estava lá em cima na expectativa pelo jogo. Enquanto entrávamos pelo fosso do Palestra, já dava para ouvir os primeiros torcedores gritando alguma coisa da arquibancada, que aumentava ainda mais a ansiedade pelo início do jogo. Quando o Palmeiras ganhava a saída era cantando e quando perdia comentando com os outros palmeirenses os erros do jogador, do técnico ou xingando o juiz. Seguíamos a mesma marcha à estação Barra Funda, tomávamos o mesmo trem no sentido oposto, depois cada um em sua casa assistiría algum programa esportivo e o domingo acabava assim.

Com o passar dos tempos as coisas foram mudando, comecei a ir de carro aos jogos, tomar cerveja antes de entrar no estádio, mas o clima se mantinha. Ao contrário de estádios como o Morumbi ou até mesmo o Pacaembu, onde mansões e vigias de rua os cercam, os arredores do estádio do Palmeiras é um caso a parte, sinto muito pelos torcedores rivais não saberem o que é isso, mas tudo ali em volta combina com futebol e com o Palmeiras. Os bares ficam cheios e bebe-se bem e come-se bem. Não estou falando de bares elitistas, com porras de comandas e que cobram o olho da cara por um chop, falo de bar, Bar.  Achei péssimo quando construíram o shopping Bourbon ao lado do estádio, gostava mais do velho shopping Matarazzo que era térreo e não destoava tanto da bela frente verde do Palestra Itália.

Pelo que pude ver hoje tudo vai mudar, a Arena Palestra Itália será sim muito bonita, mas não sei, parece que algo faltará. Pode ser mesquinho de minha parte querer que as coisas se conservem do jeito que estão gravadas em minha mente, sei que as novas gerações querem algo mais imponente, que demonstre grandeza, riqueza, mas não sei se nos sentiremos tão em casa como antes. Pode ser que com o tempo nos acostumemos com o novo estádio, como se acostuma com um sapato novo depois de algum tempo de uso, mas será inevitável sentir uma saudade enorme das coisas como eram toda vez que eu passar em frente.