terça-feira, 29 de maio de 2012

Se gritar pega ladrão


Essa semana mais uma vez o nome do futebol italiano foi à lama com mais um caso de corrupção, na verdade não sei se mais um ou mais do mesmo, pois em 2006 nas vésperas da Copa do Mundo (conquistada pela Itália), foi deflagrado o grande escândalo que culminou com o indiciamento de vários atletas e punição severa a vários clubes, incluído a Juventus que foi para terceira divisão.  Como diria o ditado: Miséria pouca é bobagem. A Itália, que eu tanto gosto por razões óbvias, vive uma fase terrível, com a crise financeira que a assola, desastres naturais atípicos e escândalos no esporte que os italianos mais gostam.

Mantenho esse blog para falar do Palmeiras e jamais foi diferente, mas peço licença para falar de outro assunto, pois me assustei com os comentários de alguns "comentaristas" (nego chamar de jornalista) brasileiros de futebol sobre o assunto. Alguns buscaram ressaltar que o país já é famoso pela máfia e que agora é o futebol, outro mais indignado, o Sr. Milton Neves, disse que a FIFA deveria confiscar dois títulos mundiais italianos, e por aí vai. Faço eu uma pergunta: Será que a corrupção só existe no futebol italiano ou só no futebol italiano que a polícia investiga e pune esse tipo de coisa?

Infelizmente tudo que envolve dinheiro e poder é um terreno fértil para corrupção e por fatores óbvios, não existe no código genético de um só povo a tendência à corrupção, ela nasce onde há estímulo, no caso do futebol há muito dinheiro envolvido e grande capacidade de manipulação das massas, devido toda paixão e popularidade que o envolve, que amplifica mais ainda o fator "poder". O paradoxo nisso é que apesar desse apelo popular o futebol não é do poder público e sim privado, formado por equipes privadas e administrado por federações privadas, que excluindo as atitudes que se caracterizam como crime contra o Estado, não deve satisfação alguma ao povo, somente a parceiros comerciais. Grande parte da sujeira no futebol fica numa fronteira tênue entre o imoral e o ilegal, por exemplo, ser pago para defender um jogador na imprensa é imoral, mas dificilmente será possível enquadrar isso como ilegal. Graças a essa peculiaridade o futebol atrai também outros setores inescrupulosos. Vamos aos exemplos:

Na Inglaterra, onde por questões geográficas, não é a terra dos italianos e nem dos brasileiros e sim dos ingleses, famosos pela sua educação e cultura, temos no futebol algumas situações imorais que talvez se investigadas fossem enquadradas como ilegais. A Scotlandard, digna do rótulo de melhor polícia do mundo, poderia sem muito esforço realizar um pente fino, mas será que não é conveniente para Inglaterra manter as coisas como estão? O futebol inglês saiu de uma eminente falência para uma quase atração turística milionária, que movimenta rios de dinheiro e traz receitas ao país. O Chelsea é propriedade do magnata russo Romam Abramovich, que em seu país de origem é considerado criminoso, por sonegação, tráfico de influência, enriquecimento ilícitos, etc. Muito provavelmente os milhões de libras que ele aplica no seu time de futebol é de origem suja, mas isso não é impedimento algum, pelo contrário, recentemente quando o Chelsea foi campeão da Copa dos Campeões alguns jornalistas até reconsideraram o caráter do mafioso. Além do Chelsea, o Manchester City, atual campeão inglês, também usufrui do dinheiro de seu dono, um sheik dos Emirados Árabes, irmão do presidente do país e magnata do petróleo. Enquanto no seu país, manifestantes antigoverno são presos e torturados, Mansour Bin Zayed usa os bilhões oriundos do petróleo para brincar de Manager de um time de futebol de verdade. Kia Joorabchian, famoso aqui no Brasil por ser testa de ferro do grupo MSI que investia dinheiro de origem obscura no Corinthians, atua livremente como empresário na Inglaterra, há quem diga que ainda há um laço fraterno entre ele e o Corinthians, que não é de se estranhar, afinal, ele não é da fiel? Casas de apostas na Inglaterra são extremamente comuns, em Londres tem pelo menos uma em cada bairro e os ingleses são viciados em aposta. Não seria o fim do mundo se surgisse no futebol inglês algum escândalo de manipulação de resultado.

No Brasil as apostas são oficialmente ilegais, mas isso não impede que os indícios de corrupção aqui sejam tão evidentes. Os interesses do futebol se misturam com interesses políticos, empresariais e de outros setores mais escusos. O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e seu padrinho e ex-presidente da FIFA João Havelange possuem uma avalanche de denúncias dignas de um deputado federal. Já houve aqui vários escândalos envolvendo arbitragem que convenientemente não foram investigados a fundo, em 2005, por exemplo, o ex-árbitro Edilson Pereira revelou a Veja que recebia dinheiro para manipular resultados e apontou que havia outros árbitros que também recebiam. O esquema era bancado por sites de aposta, mas alguém pergunta: Apostas não são proibidas no Brasil? Sim, são proibidas, tal qual o jogo do bicho a venda indiscriminada de armas e o lança perfume. O então chefe de arbitragem mandou Edilson embora, mandou voltar os jogos apitados por ele e botou uma pedra no assunto. Mas e os outros? Só ele estava nessa? Esse foi só um capitulo de muitos outros de futebol brasileiro, já vimos resultados esquisitos em todos os campeonatos, sorteio manipulado de árbitros de futebol, erros recorrentes a favor e contra certos times, alteração de tabelas a torta e a direita pela emissora de TV (dona do futebol), jornalista pago para defender jogadores de empresário A ou B, jornalista que defende todos os jogos de grande apelo em determinado estádio de determinado time (leia Juca de hoje), técnicos donos de passe de jogadores, viradas de mesa, dinheiro público na construção de estádios privados, dirigentes que viraram vereadores ou deputados que hoje defendem o clube nas esferas políticas, são tantas coisas que atendem tantos interesses, que se a FIFA fosse seguir a orientação ridícula do Sr. Milton Neves, o Brasil teria os cinco títulos mundiais devolvidos – ops – a taça Jules Rimet não poderá ser devolvida, pois foi roubada e destruída.

Também me espanta a corrupção do futebol italiano, mas gostaria que a mídia brasileira ao invés de apontar com deboche a desgraça alheia, se inspirasse a exigir que investigações do gênero ocorressem aqui. Porém já dizia a canção: Se gritar "pega ladrão!" não fica um mermão! 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O balde de água fria!

Dizem os exotéricos, palestrantes motivacionais e supersticiosos que é preciso sempre manter o otimismo, mesmo na adversidade, pois são os pensamentos positivos que determinam o sucesso. Confesso que tenho imensa dificuldade em seguir tais orientações, principalmente quando o assunto é Palmeiras. Às vezes prefiro até omitir minha opinião para não ofender e nem tirar fé daqueles que as possuem com mais tenacidade que eu. A realidade do time em campo joga pesado contra a esperança, que por sua vez se mantém apenas num histórico longínquo e na força da camisa. Tento esquecer o jogo de ontem, pensar que na Copa do Brasil a motivação é diferente e podemos em dois jogos não cometer os erros recorrentes e conseguir superar um time que vive drama semelhante ao nosso. Torcer eu torcerei como sempre, com a mesma intensidade e amor, mas com uma dose bem pequena de otimismo.
Discordo dos que minimizam os resultados do campeonato brasileiro, creio eu que seria fundamental esses pontos que perdemos contra Portuguesa e Grêmio, além da classificação, dá ao time adversário certo respeito e ao Palmeiras confiança. O título da Copa do Brasil tem sim uma importância muito maior para o Palmeiras do que somente dimensão inerente ao campeonato, como foi para o Vasco o ano passado, mas não podemos abrir mão do Brasileiro e nem permitir que os jogadores pensem assim, pois em caso de não conquista, tenho certeza absoluta, que mesmo os que falam dane-se o Brasileiro, não gostarão de ver o time rodeando a posição de baixo da tabela. Porra! Temos duas semanas antes da semifinal contra o Grêmio, não serve como desculpa o preterimento do campeonato para ignorar que a partida que o Palmeiras fez em Porto Alegre foi péssima. O técnico do Palmeiras não poderia estar tranquilo, como se aquilo disputado em Porto Alegre fosse apenas um amistoso para testar o time, era campeonato porra, contra um dos Grêmios mais fracos dos últimos tempos dirigido por Vanderlei Luxemburgo e que tem o Kleber (que não jogou, mas está lá) no elenco. O Palmeiras foi péssimo! Um time fraco e desorganizado, como se fosse um catado de última hora.
Nem vou me apegar no pênalti não marcado no final do jogo, pois boa vontade de juiz é uma coisa que o Palmeiras não pode contar. É um absurdo que um técnico e sua equipe técnica, o gerente e o diretor de futebol e o presidente, não enxerguem que o Palmeiras não precisa de mais segundo atacante. Na mesma posição, talvez não com aquela qualidade, mas tem Luan, Maicon Leite e Mazinho o problema do Palmeiras é o meio campo, possivelmente o mais fraco entre os grandes. Não dá para pensar em Thiago Ribeiro enquanto se tem uma dupla de volantes fraquíssima, um meia direita que vive de faltas e um meia esquerda que quando não está machucado, está suspenso por cartão. Caralho! O Henrique vira e mexe tem que subir para o ataque, porque não tem a porra de um volante capaz de ajudar na armação do time. Não consigo me conformar que com a grana que já foi despejada e com o técnico mais bem pago do futebol nacional, possivelmente do sul-americano, o time parece estar sempre em montagem. Poderia ter perdido do Grêmio lá, não é um resultado tão atípico, mas não jogando tão mal como jogou. O Cicinho está numa fase péssima, não consegue alçar uma bola na área, nem estou falando dos cruzamentos do Arce, mas pelo menos uma bola alta para que o centroavante tente brigar. O pênalti que o João Vitor fez foi esdrúxulo, sorte que o Leo Gago errou. O Felipão tirou o Barcos para entrada do Maicon Leite, depois tomou o gol e tirou o Marcos Assunsão para entrar o Betinho, ou seja, tínhamos um centroavante razoável em campo, o técnico quis tirá-lo como opção tática para 10 minutos depois botar outro centroavante quase amador.
Confesso que o jogo de ontem foi um balde de água fria, pois pensei que o Palmeiras já mostraria uma postura digna de quem é favorito a vaga na final da Copa do Brasil. Se esse resultado se repetir será péssimo e se o time jogar do jeito que jogou e o Grêmio jogar um pouco melhor, pode ser que o resultado seja ainda pior e impossível de ser revertido aqui. Espero que ao menos a bosta que foi o jogo de ontem, sirva de alguma coisa para o técnico arrumar o time com que tem – lembrando que o Valdivia não joga - e para diretoria se mancar que precisa contratar jogadores de meio-campo para sequencia do Brasileiro, senão será mais um ano de amargura.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

As chances do Palmeiras



O Palmeiras, apesar das turbulências, conseguiu cumprir muito bem sua missão até agora na Copa do Brasil. Chegamos a semifinal e agora provavelmente a coisa se afunilará e enfrentaremos adversários de tradição. Diferente de nas últimas edições, despachamos todos os times de menos tradição que cruzaram nosso caminho e sem sofrimento, que é um bom sinal. Se o Palmeiras teve problemas durante o ano, o Grêmio também teve assim como o São Paulo está tendo. Lembrando que a final do Gaúcho desse ano foi entre Inter e Caxias e o São Paulo pega o Coritiba agora com as calças na mão.
O time do Palmeiras não é ruim, creio até mesmo que seja o melhor dos últimos três anos. Em minha opinião o grande problema do Palmeiras, e isso não já há algum tempo, é a dupla de volantes. Márcio Araújo e João Vitor são muito limitados com as bolas nos pés, chutam mal, são baixos e falham na marcação. Isso atrapalha o Palmeiras na cobertura da zaga e na transição de bola da zaga ao ataque. Creio que se o Palmeiras tivesse uma dupla de volantes mais capacitada poderíamos dizer que o Palmeiras tem um bom time. Creio também que as recentes declarações do Felipão não irão atrapalhar em nada, ele não disse nada além do óbvio. Independente disso é evidente que um título em sua despedida seria a chance de recuperar sua passagem, para o técnico é a oportunidade de calar aqueles que dizem que ele já era e para o time a chance de mostrar que tem valor e salvar o ano.
Nosso próximo adversário deve ser o Grêmio, um jogo que trás em ambas torcidas uma lembrança muito forte daquela quartas de finais de Libertadores 95, que fomos eliminados depois de um 5 x 0 para o Grêmio em Porto Alegre e um 5 x 1 para o Palmeiras no Palestra Itália. Naquela época Luxemburgo era técnico do Palmeiras e Felipão do Grêmio. Eu nunca me esquecerei desse confronto. A situação dos dois times agora é muito diferente, a competição é outra e Palmeiras e Grêmio já não são os protagonistas do futebol nacional, mas é curioso ser os mesmo técnicos daquele ano, só que dessa vez defendendo clubes diferentes. Outro ingrediente é que "Judas" pode jogar sua primeira decisão contra o Palmeiras depois da traição. Dois desafetos de Felipão no time que é de seu coração. Valdivia, que vem jogando bem, estará de fora na primeira partida por ter tomado o terceiro amarelo, fará falta mais uma vez, mas a despeito disso tenho confiança que o Palmeiras leva essa.
Do outro lado o São Paulo pega o Coritiba e tenho minhas dúvidas se o São Paulo aguentará o tranco. Se o São Paulo passar e o Palmeiras passar será uma final do cão. O Palmeiras costuma dar azar contra o São Paulo, mas na última decisão que tivemos contra elas, vencemos, no Paulista de 2008. No último jogo o Palmeiras poderia ter ganhado no Morumbi, mas para variar não soube segurar o resultado positivo.
Quem sabe um título como esse, em cima de adversários como esse, não reascendam a alma de um Palmeiras forte e não seja a fagulha que precisamos para novos tempos. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O fim de um "mito"!

Creio eu que nenhum Palmeirense gostaria que fosse assim, pelo contrário, a expectativa quando foi anunciado que Luis Felipe Scolari seria o novo treinador do Palmeiras reascendeu a esperança, mesmo durante uma temporada ruim como foi a de 2010.

Talvez nós sejamos culpados. Mitificamos em demasia um treinador por uma conquista inesquecível, a imagem daquele Palmeiras não é como do time magnífico de 93/94, mas de um time raçudo, que eliminou numa só Libertadores, Corinthians, Vasco e River. Lógico que Luis Felipe Scolari tem esse mérito e a história recente não pode tirar, mas era uma situação diferente, com um elenco diferente em um período em que o Palmeiras havia acostumado com a vitória. Foi culpa nossa também não ter enxergado que os tempos são outros e uma só pessoa, por mais virtuosa que seja, não traria de volta o passado e que o preço pago por tudo isso era fora na realidade do Palmeiras e do futebol brasileiro.

O que vi sábado no Pacaembu foi um homem cansado a beira do gramado, sósia de si mesmo, que vive sobre o rótulo eterno de Penta Campeão, e uma torcida exausta de ano após ano ver o time fracassar. É certo que essa situação é difícil para ambos, torcida e treinador, pois ambos são apegados ás convicções de um passado vitorioso: Felipão ainda acha que aquela sua tática de marcar um gol e segurar o resultado ainda funciona e a torcida ainda acha que jogos contra times pequenos deveriam ser fáceis para o Palmeiras. É discrepante a realidade de um time com o técnico mais caro do Brasil e com um dos elencos mais pobres. Quem é o jogador do Palmeiras hoje que poderia render um bom dinheiro?

Parece-me que nós torcedores já caímos nessa realidade e o técnico também. Um já está fazendo mal ao outro. A imagem mítica de Felipão já foi para o espaço e o treinador conta os dias para terminar seu contrato e tentar reviver seu sucesso em outro clube ou seleção. O que impede que o vínculo se encerre agora é a esperança de ainda conseguir algo que traga um pequeno alívio para essa passagem péssima que está tendo Felipão pelo Palmeiras. Mas no fundo, no fundo, creio que ambos já não ostentam segurança que isso vá ocorrer. Para nós torcedores resta torcer, mesmo cientes que o ano de 2012 provavelmente será uma repetição de 2011. Para Felipão resta a última chance de ganhar um título e tentar se desvencilhar um pouco do fracasso que o Palmeiras impregna. E para o presidente Tirone resta comemorar o título do Chelsea que ele acompanhou in loco, custeado pela "parceira" rede Globo àqueles que seguem a risca sua cartilha de subserviência. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Por que sempre contra nós?

Quarta-feira, dia 16 de maio de 2012. No Paraná jogam Palmeiras x Atlético Paranaense e no Rio de Janeiro Corinthians x Vasco. Ambos os times paulistas disputam vagas no mata-mata fora de casa e apesar de campeonatos distintos, quem apita são árbitros brasileiros. No jogo do Palmeiras em 4 situações duvidosas, 3 o árbitro decidiu contra o Palmeiras. No jogo do Corinthians em uma situação duvidosa o árbitro não teve dúvida e decidiu a favor do Corinthians. Mas porque isso? Será que há uma conspiração no futebol para prejudicar o Palmeiras e favorecer o Corinthians? Eu não creio nisso de verdade, eu apenas acho que hoje a força de bastidores do Palmeiras equivale a de qualquer time do interior.

O árbitro

O árbitro de futebol, tal qual a qualquer trabalhador comum, depende de relacionamento para se dar bem ou não em sua profissão. Vale lembrar que um árbitro não é um profissional assalariado das federações, ele ganha por partida apitada e esse valor depende se sua patente. Por exemplo, um árbitro FIFA chega ganhar R$3000,00 por jogo, já um árbitro básico R$2000,00, que não é pouco e pode servir como renda exclusiva ou principal renda desses caras. Consideremos que para galgar melhores posições ou ser mais sorteado para apitar jogos o fulano precisa ser bem quisto pela sua chefia, que consequentemente quer ser bem quista com quem banca o futebol. Mesmo em uma situação que não há a compra em si do resultado, um lance duvidoso, por exemplo, uma bola na mão dentro da área do zagueiro do Corinthians contra o Goiás, o próprio árbitro não tem certeza se houve ou não a intenção, mas se ele der o pênalti com certeza o Caio, Casagrande, Cleber Machado e Arnaldo Cezar Coelho vão o contestar e mais provavelmente ainda seu nome será meio que esquecido para próximos jogos e ele perderá sua renda, já no caso de mandar seguir o jogo, um comentarista ou outro pode até questionar, mas sempre sob a tese que o árbitro tem poucos segundos para decidir e que é um erro perdoável, em pouco tempo o lance será esquecido, sua chefia ficará satisfeita com a falta de repercussão negativa e ele continuará sua carreira normalmente.

Notem que não foi um roubo premeditado, mas mesmo assim, na dúvida ele prefere prejudicar quem menos pode lhe prejudicar. A carreira de muitos juízes foi construída assim, porque para quem paga o futebol é sempre melhor que seus melhores produtos prosperem – e isso não é segredo. Quem apitou a final do Campeonato Carioca desse ano? Quem foi à Copa do Mundo por três vezes consecutivas como árbitro? Pegue a carreia desses dois árbitros citados e veja que em divididas sua balança sempre tendeu ao lado mais forte. E nas empresas por aí a coisa é diferente?

Os bastidores

Como eu disse no meu último texto o Felipão tem participação em todos maus resultados dentro de campo, mas se há uma coisa que ele tem razão é quando reclama da omissão da diretoria palmeirense nos bastidores. Essa diretoria é sem dúvidas e disparada a mais insossa e subserviente de toda história. Mas há de se fazer justiça de não atribuir todo enfraquecimento de bastidores à gestão Tirone, pois o Palmeiras há tempos vem perdendo força e hoje praticamente não há mais poder algum.

Jamais o Palmeiras teve grande poder de bastidores, pelo menos pelo que eu me lembre. Não é mania de perseguição, mas dos três grandes de São Paulo o Judas que a imprensa sempre gostou de malhar foi o Palmeiras. O Corinthians é um time popular e ferramenta política importante para aqueles que usam esse apelo para adquirir mais poder, o São Paulo sempre teve em sua diretoria políticos e empresários influentes no governo e na mídia. O Palmeiras também possui alguns sujeitos influentes, mas a grande maioria ou pelo menos quem comanda, são pessoas bem sucedidas, mas pouco influentes. Juntando a isso há mais três agravantes: O Palmeiras deve muito e acaba tendo de submeter ao comando da CBF e rede Globo; a administração do clube na última década é péssima, atrapalhada e o time em campo não consegue resultados que justifiquem pleitear mais espaço; não surgiu em todo esse tempo uma liderança respeitosa que se faça ser ouvida.

Percebam que há tempos não vemos um presidente palmeirense tendo posições claras referentes a assuntos que envolvem o futebol. Na administração Tirone a imprensa nem consulta mais a diretoria do Palmeiras quando se trata de opinião a cerca de cotas televisivas, liga independente, Clube dos 13, entre outros, pois sempre que consulta não há convicção, não há posição, tudo é vamos ver..., temos de esperar... a posição do Palmeiras é aguardar... e assim vai. Se imagine como chefe de arbitragem, você se preocuparia se o Tirone dissesse que vai entrar com uma reclamação formal? E o Juvenal Juvêncio?

 A solução

Esse é um problema muito grave que o Palmeiras enfrenta e ele é decorrente de outros problemas piores, mas existe solução em médio prazo se houver competência política – aí fudeu..rs. Primeiramente o Palmeiras tem que voltar conquistar títulos e montar bons times, meio que a fórcipes isso irá forçar a mídia noticiar mais o Palmeiras e os erros contra o time ficarão mais evidentes também. Haverá mais receio de apitar contra o Palmeiras, vide o Santos hoje. Em segundo lugar o Palmeiras tem que se posicionar a cerca das coisas, emitir opiniões convictas a cerca dos assuntos que cercam o futebol e tentar influenciar os outros times grandes que assim como o Palmeiras também se sentem preteridos por quem comanda o futebol. Lembrando que pela história o Palmeiras tem credencial para liderar outros clubes. Como eu disse em outra oportunidade, um inimigo pode até ganhar respeito, mas um subserviente jamais. E em terceiro lugar o Palmeiras precisa buscar urgentemente diminuir suas dividas e dependência das receitas de TV. Para tomar posições independentes é vital que o time não seja subjulgado por ameaças financeiras e o Palmeiras têm recursos para buscar, afinal, são milhões de torcedores fanáticos por todo Brasil que ainda amam esse time.

Divida

Ontem saiu no Uol uma matéria sobre o aumento das dívidas dos clubes - http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2012/05/16/deslumbrados-por-dinheiro-da-globo-clubes-brasileiros-contraem-divida-recorde-em-2011.htm. Fiquei muito impressionado com a dívida do Palmeiras, não só pelo número, mas pelo tanto que ela cresceu nos últimos tempos. Nessa aí temos de dar os devidos "créditos" ao Belluzzo. Puta merda, botei uma baita fé no cara, achava realmente que ele ajustaria as coisas no Palmeiras ou pelo menos deixaria uma herança melhor do que a que ele recebeu, mas o Palmeiras durante sua gestão se aprofundou em dívidas e não me venham com papo que ele melhorou as receitas ou que ele também foi prejudicado por uma herança, pois esses números são racionalmente inexplicáveis. O Tirone é o pior presidente da história do Palmeiras, mas hoje tenho dúvidas de quem foi o segundo pior, pois a última gestão fez cagadas homéricas e passou uma batata quente para frente difícil de segurar. A impressão que eu tenho é que o Belluzzo se perdeu pela autocobrança, ele sabia da esperança que a torcida botava nele e se sentiu pressionado pelo compromisso de em dois anos ser o melhor presidente do Palmeiras. Não o absolvo, mas me parece que não foi de má intenção, fato é que as dívidas absorvidas com contratações malucas, com altos salários de jogadores imprestáveis, contratos mal formulados com técnicos caros, recisão antecipada de contrato de patrocínio, delegação de função para diretores incompetentes e não cumprimento de inúmeros compromissos financeiros, afundaram a credibilidade do Palmeiras e comprometeram as receitas futuras. O mandato Belluzzo financeiramente foi o pior de todos e nem mesmo os avanços políticos que o Palmeiras precisava ter tido e que eram de seu compromisso, foram feitos. Acho justo e prudente que nós palmeirenses não associados ao clube e excluídos das decisões políticas cobremos de todas alas palmeirenses suas responsabilidades, acho perigoso quando ao atacar um lado absolvamos o outro, em caso como do Palmeiras e do Brasil, por vezes todas as vias estão erradas. Não adianta agora os ex-aliados do Belluzzo virem pagar de progressistas e inocentes pois eles também tem seu belo quinhão de culpa. Acho que um bom caminho para eles retomarem a confiança da torcida e o apoio para voltar ao comando no Palmeiras é admitir também seus erros, propor soluções e não ficar só agitando e tentando jogar a peba para o outro.

Agora é correr atrás do prejuízo, aumentar as receitas e diminuir as despesas. O Palmeiras ainda tem muito que explorar em termos de marketing e até mesmo na formação de jogadores. Lembrando que há pouco tempo era o Corinthians e o Santos que estavam nessa situação e ambos reagiram e hoje, apesar de também terem crescido suas despesas, suas receitas aumentaram em maior proporcionalidade. E porque o Palmeiras não pode? Cadê a porra do Avante que disseram que iam reformular e até agora não saiu do discurso? Cadê as lojas do Palmeiras, que daqui a pouco até a Portuguesa vai ter e o Palmeiras batendo cabeça? Cadê as ações com os torcedores de outras cidades e outros Estados? Não basta levar o Marcos para lá e para cá, tem que levar a oportunidade de eles participarem na vida do time.

Revolta a parte

O Palmeiras jogou bem contra o Atlético e poderia ter virado para 3 x 2, aí mataria a classificação. Mas 2 x 2 foi um puta resultado e se não acontecer nenhum desastre, já estamos na semifinal. Ganhar uma Copa do Brasil em cima dos bambis mudaria completamente o astral do time e entraríamos no Brasileirão bem mais tranquilos e quem sabe o pêndulo não mude um pouco de lado. 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Só ele não tem do que reclamar!

Peço desculpa aos amigos por essa ausência temporária, mas na última semana não tive tempo para escrever em virtude de uma feira que estava participando, evento esse que também me impediu de assistir o jogo Palmeiras x Paraná.

O placar de 4 x 0 causa a quem não assistiu uma expectativa que o time tenha jogado bem, mesmo tendo enfrentado um adversário de 3ª divisão que precisava da vitória fora de casa. Os dois gols marcado pelo atacante Mazinho, que já tinha feito um bom primeiro tempo no jogo de ida, também causa boa expectativa, mas palmeirense calejado que somos, preferimos aguardar um pouco mais para sentenciar o jogador como bom reforço. Creio que todo palmeirense, independente desta goleada ou mesmo se essa fosse ainda maior – tipo 10 x 0 – ainda tem dúvidas sobre até onde esse time é capaz de chegar, mas mesmo sob todos esses "porens" que cercam essa classificação, nosso técnico sentiu que era o momento certo de "desabafar", ou melhor, tirar o seu cu da reta! Talvez se todo esse desabafo fosse feito após um título ou após um jogo contra um grande adversário, poderíamos dar um crédito por ter aquele efeito "chupa", mas depois de um jogo contra o Paraná!!? Por que isso tudo não foi dito após a derrota para o Guarani?

Concordo com o treinador quando ele diz que a diretoria não tem hombridade, que foge da responsabilidade sobre as contratações medíocres e acrescento mais umas 100 críticas que o treinador esqueceu de fazer, mas de maneira nenhuma aceito que Luis Felipe Scolari fuja de sua parcela de culpa, alias, se essa diretoria tivesse essa hombridade que ele cobrou, talvez não teríamos um técnico que ganha R$700 mil mensais para conseguir o mesmo que qualquer técnico da base conseguiria.

Mais uma vez faço a ressalva, não estou tentando absolver a diretoria, nós torcedores teríamos o direito de xingar qualquer um de dentro do Palmeiras - situação, oposição, situação-oposição ou oposição-situação -  de filho da puta na cara larga, pois em nenhuma vez tivemos nossas revindicações atendidas e não lucramos e nem temos intenção de lucrar nada com o Palmeiras, mas o Felipão não, pois tudo que ele quis e que esteve dentro das possibilidades da diretoria ela fez e é no mínimo uma covardia após uma vitória contra o Paraná o treinador vir na imprensa descarregar e tentar livrar sua imagem. Ano passado o treinador usou o mesmo artifício para livrar sua cara, disse que o Palmeiras precisava de camarões, lembram? Começou o ano e a diretoria trouxe com seu aval Wesley, Barcos, Juninho, Artur, Roman e Daniel Carvalho. Qual era o discurso do Felipão no início do ano, quando ainda o Palmeiras parecia estar bem?

- Esse ano a diretoria me deu as peças que pedi, portanto agora se algo não ocorrer bem, não é mais culpa da diretoria.

O que mudou Sr. Felipão? Por que não assume que esse elenco que está aí foi montado ao seu gosto e que além disso o senhor dispensou o Pierre o Wendel para apostar em Chico e João Vitor. Não estou dizendo que ambos são ótimos jogadores, mas são no mínimo iguais aos que temos hoje com a diferença que gostam do Palmeiras. Na dividida com o Kleber, uma das contratações mais caras que o Palmeiras fez nos últimos tempos, a diretoria comprou a briga do Felipão; na dividida entre Sérgio Prado e Galeano, mais uma vez a palavra do treinador fez a diferença; na compra absurda de Luan, Felipão fez biquinho e a diretoria investiu; a vinda de Ricardo Bueno também foi uma exigência do treinador que não queria mais o Pierre, ou seja, durante toda a era Tirone, Felipão teve carta branca para tudo.

Aí vem alguém e diz: Mas ele pediu outros jogadores e aceitou o que o Palmeiras poderia comprar. Pois bem, me fala um time nesse caralho de país, tirando o Fluminense, que contrata quem o treinador precisa! Ele pediu o Borges e o Thiago Ribeiro – tá fácil né! Agora me explica, se ele quer o Borges, porque ele aceitou esse traste desse Betinho? Para contratar um centroavante que fez UM gol no campeonato paulista, porque não puxa um moleque da base e vê o que dá. Mas para nosso treinador a base do Palmeiras é imprestável, vale mais a base do Mogi Mirim ou do Oeste talvez.

Luis Felipe Scolari teve uma ótima passagem pelo Palmeiras e talvez tenha conquistado o título mais importante de nossa história, mas se perdeu nessa passagem e está desesperado para que o fracasso do Palmeiras não fique grudado a sua imagem.