quarta-feira, 23 de abril de 2014

Um centenário de incertezas


Amigos palmeirenses. Depois de um longo período decidi escrever algumas linhas nesse meu blog há tanto tempo inativo.
Na verdade após a queda para série B, mudança de diretoria e um campeonato longo e chato, não havia o que ser falado. As críticas seriam injustas, uma vez que o time estava sendo montado para uma disputa secundária no cenário nacional e o presidente que assumiu na oportunidade, o Paulo Nobre, não merecia críticas pelo desastre total que foi a gestão Tirone. Do mesmo modo, não havia motivos para otimismo exacerbado, pois disputar a ponta com Chapecoense é algo que não há do que se orgulhar. A despeito disso havia outras barreiras que o Palmeiras tinha de enfrentar, que determinaria se o ano de seu centenário seria digno de uma história escrita no século XX, ou se por mais uma temporada teríamos de nos conformar com o papel de coadjuvante. As principais eram: o saneamento das finanças; aumento das receitas através de patrocínios ou ações de marketing; uma melhor política com os meios de comunicação e em especial a Globo; ambiente menos conturbado, estancando o vazamento de informações.
Em 2013 nenhuma dessas barreiras foram superadas: o Palmeiras perdeu o Barcos por questões financeiras, disputou de forma pífia a Libertadores com um time remendado, passou o ano todo com a camisa lisa, teve pouquíssimas partidas transmitidas na TV aberta e o estancamento das informações veio através de concessões políticas feitas à ala do Mustafá Contursi. Apesar de tudo o torcedor palmeirense foi compreensivo, entendeu que se tratava de um momento difícil e mesmo com o time na série B garantiu o aumento exponencial no programa Avanti.
O ano do centenário começou promissor, com a promessa do tão famigerado patrocínio de camisa, com o aporte financeiro através de uma complexa operação bancária e com o time de volta a elite do futebol, no seu centenário, não havia porque as emissoras de TV continuar o desprestigiando nas transmissões em rede aberta. Mas esse otimismo durou pouco! A queda no campeonato Paulista diante ao Ituano mostrou que o time ainda não estava preparado para almejar algo maior no Brasileiro - e o pior - a perspectiva de ter um time na disputa do campeonato da série A inferior ao da série B. No sistema defensivo, por exemplo, iniciamos 2013 com Henrique e Vilson, em 2014 é Lucio e uma interrogação. As renovações de Wesley e Kardec estão emperradas devido a nova política salarial do clube e há sim um grande risco da perda de ambos. Não há substituto a altura, só um monte de entulho que aceitou a tal política de produtividade. Sem contar a dificuldade de contratar zagueiro, lateral direito e volante.
Como se já não bastasse tudo isso, está difícil vislumbrar aumento de receitas. A Globo, mais uma vez, praticamente tirou os jogos do Palmeiras da grade de transmissão para TV aberta, prestigiando o “time do povo” e o “time da elite”, com isso fica mais difícil conseguir bons valores de patrocínio de camisa. O Programa de Sócio-Torcedor que vinha numa escala de crescimento, estancou depois do desânimo causado pela eliminação ridícula no Paulista e deve regredir caso o presidente resolva abrir mão dos poucos atletas de nome que tem no elenco. E o que mais incomoda em tudo isso é que nenhum membro da diretoria aparece para dar satisfação, dar um alento ao torcedor, pelo contrário, permanecem calados e escondidos em notas oficiais.
Creio que há tempo de o presidente Paulo Nobre salvar seu mandato. Sem dúvidas há virtudes nele, mas essa postura Quixotesca de querer sozinho deflacionar o futebol brasileiro tem transformado o Palmeiras num time grande de jogadores pequenos. É bacana ver o Palmeiras se defendendo quando atacado injustamente pela imprensa, mas é preciso também se manifestar contra esse downgrade que a Globo vem impondo ao Palmeiras. Paulo Nobre está perdendo a oportunidade de se colocar no hall dos presidentes memoráveis e pouco a pouco fixando seu quadro no hall dos presidentes medíocres. Há de se ter um pouco mais de culhão!

Alan Kardec


Em meio a esses anos complicados o Palmeiras conseguiu ter uma sorte rara, conseguir dois ótimos centroavantes. Primeiro foi Barcos que veio a um custo relativamente baixo da LDU e em pouco tempo ganhou destaque no futebol brasileiro. O Palmeiras o perdeu numa transação nebulosa, péssima para o Palmeiras e que começa dar bons frutos ao Grêmio. Na oportunidade, o substituto era o tal do Kleber, grosso, que perdeu aquele gol feito contra o Tigres na Libertadores. Foi então que o Palmeiras acertou o empréstimo com o Alan Kardec, que não vinha bem no Benfica de Portugal. O centroavante que chegou sob desconfiança foi se destacando e hoje está entre os principais em atividade no futebol brasileiro. Não dizem que a sorte é um cavalo que passa alado e você tem de agarrar? Pois então! Para o Palmeiras passou dois! Mas pelo que parece faz esforço para perder o segundo. Toda essa novela tem atraído a atenção de outros clubes, que dificulta ainda mais a negociação. Se tudo fosse feito com mais agilidade não haveria tantas especulações e o Palmeiras poderia estar focado em contratar outras peças que são fundamentais ao time. Isso precisa de um desfecho rápido e positivo, se o Paulo Nobre perder essa, pode jogar esse mandato no lixo.

2 comentários:

  1. Legal que apareceu um post seu, olha sobre as suas considerações você fez uma síntese certeira da gestão Paulo Nobre, que já me fez desanimar também, vendo que é mais do mesmo, tipo Beluzzo que acreditamos e deu no que deu...Cara, no começo do ano empolguei, abriu uma loja da Academia Store na minha cidade, mesmo no aperto comprei camisa, ano do centenário e tal, e, como em situações anteriores o próprio time se encarrega de ir apagando esta chama, este entusiasmo, hoje assistir aos jogos tem sido uma tortura, sem falar que quando você fez este post a saída do Alan não tinha sido concretizada ainda, sem falar no Henrique que é seleção e deixamos escapar por picuinhas, então te falo uma coisa..tá muito difícil ser palmeirense...ahh e sendo chato, o próprio nome do blog já diz, como é que ficou aquele jogador que o Grêmio nos deve na transação do Barcos...? ABRAÇO NORA

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    1. Olá Nora. Tudo bem?

      Ando meio sem inspiração para escrever no Blog.. o Palmeiras não tem nos animado muito não é verdade. Essa venda do Kardec foi mais trágica pelo lado moral que técnico.. ta difícil.

      Abraço

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