Saber ganhar
Ninguém pode dizer que o Palmeiras está mal no campeonato brasileiro, pelo contrário, o time está em terceiro lugar na tabela e já enfrentou grandes times fora de casa, dessa vez foi o temido e badalado Internacional de Porto Alegre, um dos favoritos segundo nosso profeta do acontecido Walter Casagrande. Apesar do bom resultado a sensação do palmeirense hoje é de frustração. E porque? Pois o Palmeiras foi superior do início ao fim e só cedeu o empate no finalzinho do jogo.
Luis Felipe Scolari optou mais uma vez por deixar W. Paulista no banco e manter a formação e ataque com Kleber centralizado, Luan pelo lado esquerdo e Adriano Michael Jackson pela direita, minha impressão é que com a chegada de Maykon Leite, sairá Luan (que volta ao Touluse) e o técnico manterá W. Paulista no banco. Na lateral esquerda a opção foi Gabriel Silva no lugar de Rivaldo, alias, Gabriel jogou muito mal e errou passes infantis no início do jogo – da pinta que o garoto ficará só na promessa. O time controlou o jogo no meio campo e não deixou o Inter jogar. Mais uma vez a zaga se portou muito bem e Cicinho é sempre uma boa saída pela direita. Luan esforçado como sempre, mas nem sempre tão talentoso, jogou bem pela esquerda, Adriano M. Jackson foi discreto mas fez seu papel, Kleber jogou muita bola, sendo responsável pela maioria das jogadas ofensivas do time. A impressão que dava é que o gol palmeirense era questão de tempo, eis que em uma jogada em que Danilo se machucou e Oscar preferiu prosseguir a jogada ao invés de parar para o atendimento, o Inter pegou a zaga palestrina desarrumada e com a intenção de afastar a bola pela linha de fundo, Marcio Araujo fez um belo gol contra. Houve reclamação quanto ao tal Fair Play, mas lembremos que gentilezas não estão no livro de regras. O Palmeiras não se abateu, foi para cima e pressionou o Inter, nosso Pop Star recebeu uma falta pela direita, Marcos Assunção bateu bem na bola e no bate e rebate Kleber chutou, desviou em Rodrigo do Inter e foi para o gol. O Palmeiras continuou dominando o jogo e numa magistral jogada de Marcos Assunção, que inverteu com muito efeito uma bola e encontrou Luan bem posicionado pela esquerda da grande área, saiu o segundo do Palmeiras. Já ouvi alguns palmeirenses chiando que Luan bateu errado e deu sorte de a bola entrar, de fato ele bateu mastigado, mas vamos pegar menos no pé do cara, não foi uma jogada simples, ele tinha um adversário o marcando e conseguiu fazer o Gol.
Com o Palmeiras agora na frente o time se acomodou e passou a querer segurar o resultado. Felipão tirou Patrik e colocou Lincoln, que apesar de jamais ter feito grande coisa pelo time, muitos ainda pedem a entrada do cara. O jogador entrou mal e fora de ritmo, na primeira jogada errou um passe infantil para trás. A mesma torcida que é intolerante com Luan destoa quando o assunto é Lincoln, que ganha muito mais e faz muito menos. O Inter cresceu no jogo, meio desordenado mais foi para cima. No final do jogo, cobrança de escanteio no meio da área palmeirense, ninguém conseguiu afastar a bola e Leandro Damião marcou o gol de empate. O Inter se satisfez com o placar, já o Palmeiras sentiu-se derrotado.
Conforme eu já havia dito em ocasiões anteriores, o Palmeiras geralmente tem mais volume de jogo que todos seus adversários e é dificílimo de ser batido, foi assim durante todo Campeonato Paulista, mas isso nem sempre resulta em vitórias. O Felipão já passou seu conceito ao time e hoje todos jogadores são voluntariosos e com muita disposição física, mas em momentos que precisa manter o resultado o time falha. Contra o Corinthians na semi-final do Paulista o Palmeiras saiu na frente, com um jogador a menos, controlou a partida e tomou o gol de empate, contra o Cruzeiro a mesma coisa e dessa vez contra o Inter. Parece que o time não sabe ganhar. Felipão dessa vez também errou na minha opinião, a entrada de Lincoln foi com a intenção de cadenciar o jogo, mas não da mais para apostar no cara que está mal tecnicamente e fisicamente. O técnico que está fazendo um grande trabalho, precisa agora trabalhar a estabilidade emocional do time para que seja capaz de vencer em jogos decisivos.
Fair Play
Para mim essa coisa de Fair Play tem que acabar, pois ética é subjetiva e geralmente quem mama não chora e defende a exclusividade da teta. Acho que se tem jogador machucado o árbitro deve parar e devolver a bola para quem estava com ela. Já cansei de ver time perdendo que manda a ética para os quintos, não devolve a bola na lateral, etc. Ontem o jogador Oscar ignorou o fato do zagueiro do Palmeiras estar machucado e prosseguiu a jogada que resultou no gol. Acaba logo com essa frescura de Fair Play e adotemos o Selfish Play.
O caso Luan
Houve uma confusão entre torcedores e jogadores durante um jogo sub-15 do Palmeiras. Agora não sei ao certo qual foi a ocasião, mas torcedores acabaram se encontrando com alguns jogadores do Palmeiras, dentre eles Luan. Alguns membros da torcida acabaram sendo mais ostensivo pedindo a saída de Luan, Marcos Assunção comprou a briga e se envolveu na confusão também. Minha opinião é a seguinte. Não acho que o Luan seja um grande jogador, mas também não acho que mereça tal tratamento. Quem opta pela sua titularidade é o técnico e há um motivo, ele se dedica ao time os 90 minutos. Há muitos jogadores no elenco que não fazem uma boa partida faz tempo e nem sequer demonstram vontade, mas são poupados da ira da torcida. Acho que o Palmeiras deve ter outro atacante e o Luan, se ficasse, seria apenas uma opção de banco, mas tentar agredir um cara que se esforça tanto dentro de campo eu jamais vou concordar.
DIS x Felipão
A briga solitária continua e o técnico mostrou que está disposto a ir até o fim. Já barrou Tinga e Vinicius que tem os direitos vinculados aos empresários do Grupo Sonda e promete manter a decisão se a empresa teimar em "roubar" o Palmeiras. Para explicar melhor o caso, veja o exemplo do Vincius, formado nas categorias de base do Palmeiras, o time já investiu em toda formação do atleta e agora a empresa, que gerencia a carreira do jovem, trabalha para impedir que ele renove o contrato antecipadamente, forçando uma saída sem bônus nenhum ao time que o formou ou um contrato milionário. Semanas atrás o jovem recebeu uma oferta da Udinese que seria vantajosa também para o clube, mas declinou orientado pelos empresários, já mostrando ao clube que daqui a alguns meses pode sair de graça . Se todo o treinador trabalhasse para o bem do clube que o contratou, faria o mesmo que o Felipão, quem sabe assim a relação clube/empresários seria a de negócios e não de extorsão. Parabéns Felipão, você merece nossa idolatria.
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