segunda-feira, 6 de junho de 2011

Palmeiras x Atlético PR

Pelas sombras

 

Em um gélido sábado às 18:30h, o Palmeiras enfrentou e venceu o Atlético Paranaense por 1 x 0. Com isso o time alcança 7 pontos, dividindo a liderança provisória com o Corinthians.

O Palmeiras teve domínio do jogo, levando apenas alguns sustos justamente quando estava com 1 jogador a mais. O sistema defensivo novamente atuou bem, comprovando o que foi mostrado no Campeonato Paulista, que o time dificilmente toma gols, exceção feita ao jogo contra o Coritiba, que o time estava com algum tipo de instabilidade que levou a um placar atípico. A preocupação é a saída do Danilo no meio do ano, não há no elenco um substituto a altura e até agora a diretoria não obteve sucesso nas contratações. Claro que o comentário geral da imprensa hoje não é em relação aos 3 pontos conquistados e sim à falta de criatividade do ataque palmeirense. O time, a exemplo de jogos contra Corinthians e São Paulo pelo campeonato Paulista, teve o domínio do jogo, mas não conseguia transformar esse domínio em oportunidades de gol. É óbvio que um jogador como o Valdivia faz muita falta, mas não estou certo que o problema seja apenas esse, creio que mais um atacante veloz, que puxe contra ataque e tenha qualidade no passe final seja essencial nesse sistema do Felipão – talvez Maicon Leite seja esse homem. Falando em Felipão o treinador foi muito questionado a respeito da não escalação do Wellington Paulista desde o início do jogo, também fiz esse questionamento, mas devemos confiar no trabalho do treinador que acompanha o dia-a-dia dos treinamentos. O que me assusta nesse time do Palmeiras é o Luan, ele é um cara muito dedicado, raçudo e que ajuda na marcação, mas é muito grosso, bizonho... Vá lá que no jogo contra o Cruzeiro ele acertou um belo chute, mas o cara parece que ta sempre com o pé espanado, ele não tem noção de força e nem direção. Por duas oportunidades ele teve a chance de um cruzamento ou toque perigoso mas a bola passou longe da trajetória correta, em uma delas, mais clara, seu companheiro passava livre a sua direita e sairia sozinho na frente do gol e ele conseguiu errar um passe de 2 metros. Na boa, nenhum jogador de futebol, nem mesmo um zagueiro poderia errar um toque desses.

Ao final do jogo a imprensa foi uníssona em alegar que o Palmeiras é um time desqualificado, dependente de bolas paradas e a exemplo do Casagrande, não qualificá-lo como um dos favoritos ao campeonato. Eu prefiro que seja assim, pois o favoritismo em si já atrapalha, mas eu não acho que o Palmeiras deva ser colocado de fora da briga. O time ainda joga sem algumas peças importantes que vão agregar e o time é pragmático, tanto que terminou líder do campeonato paulista com uma defesa pouquíssimo vazada. A deficiência de alguns jogadores acaba sendo superada pela dedicação tática e força física do elenco. O próprio Casagrande citou como favoritos o Cruzeiro, Inter, São Paulo e Flamengo, mais qual desses times tem jogado um futebol convincente? O Cruzeiro cujo comentarista faltou babar no saco, não conseguiu derrotar o Palmeiras em casa e ontem perdeu do Fluminense. A crônica esportiva tem de parar de comentar em cima do hipotético, alias, cada dia mais o discurso de comentaristas tem se assemelhado ao de jogadores de futebol em coletivas, clichês atrás de clichês.

 

Contratações

 

Especula-se ainda o tal Marttinuccio. Os nomes de Henrique e Fabro perderam força. Apesar da impaciência da torcida, entendo que hoje é muito difícil contratar, pelo número de pessoas e comissões que envolvem uma transação, mas a diretoria do Palmeiras tem de ser mais ágil. O Danilo já está vendido desde o início do ano e até agora não conseguiu se achar um substituto para o zagueiro. Ta na hora do presidente Tirone parar de trabalhar para destruir a imagem da diretoria anterior e construir a sua, pois até agora só ouvimos o presidente chorar na imprensa. A parte positiva é que os salários parecem estar em dia.

 

1 contra 100

 

Podem falar o que quiser do Felipão, que ele é ranzinza, descontrolado e teimoso, mas algo há que deve se admirar muito, o quanto ele é corajoso. Essa semana o Felipão bateu de frente com a DIS, aquela mesmo do Ganso. Pressionando o Palmeiras a vender o Vinicius, garoto que acabou de sair da base, o técnico veio a imprensa e bateu no peito: Enquanto eu tiver aqui quem manda no jogador é o Palmeiras. É comum nos dias de hoje treinadores coniventes ou complacentes com a farra dos empresários, alguns preferem não se expor por receio de as portas se fecharem. A verdade é que o Felipão é avesso ao tipo de futebol que emergiu no Brasil nos últimos anos. Hoje o clube é pressionado por empresários antes mesmo de um garoto subir ao time profissional, com receio de perder o investimento o clube acaba cedendo e fazendo contratos milionários com jogadores que nem provaram seu potencial.

O treinador demonstrou que usará todas suas armas para combater isso, preterindo jogadores nessas condições e soltando o verbo quando necessário, mas não sei até onde suportará essa luta solitária.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário