quarta-feira, 12 de junho de 2013

Time grande, time pequeno!

Ontem em Ceara Mirim, cidade próxima a Natal, o Palmeiras disputou sua última partida na série B antes da parada para a Copa das Confederações. De um lado o maior campeão de títulos nacionais, campeão do século XX, berço de craques inesquecíveis, com uma torcida imensa e nacionalizada e com um orçamento de R$70 milhões só em cotas de TV, contrastando com o adversário da noite, que recebe pouco menos de R$3 milhões de cota, um time que mais raramente figurou na primeira divisão que na segunda, que nesse campeonato fraco ainda não conseguiu uma só vitória e que abriga inúmeros jogadores renegados que vagam por times do Brasil em busca de espaço e sobrevivência. Porém na hora que o juiz apitou o que pode se ver foram dois times fracos tecnicamente que fizeram uma partida só digerível aos torcedores de seus próprios times. O Palmeiras seguiu o padrão do ano, jogando um futebol desorganizado, de correria, cheio de passes e jogadas precipitadas e se impondo mais no vigor físico e na força da camisa. Dessa vez não há desculpa de gramado, juiz ou esforço extra do adversário, pelo contrário, o América se mostrou entregue desde o início do jogo. São raros os momentos em que os jogadores alviverdes conseguem trocar uma sequência de passes certos e articulam uma jogada passando a bola pelo meio até se aproximar da área, na maioria das vezes são lançamentos em profundidade que culminam num erro de cruzamento, numa roubada de bola ou no máximo um escanteio. Quem só pegou o resultado final da partida não viu que o Palmeiras depois de marcar o primeiro gol correu riscos de tomar o empate num chute forte de um tal de Cascata e numa jogada truculenta dentro da área do Marcelo Oliveira em cima de um tal de Ebinho que podia ter ocasionado um pênalti. 

A despeito de contratações, mudança do elenco e limitações técnicas eu acredito que o Palmeiras poderia estar jogando um futebol melhor e mais seguro. O Gilson Kleina teve um tempo enorme para entrosar o time e até agora a sensação é que não há evolução! Não há troca de passes, virada de jogo, jogadas ensaiadas, nada! O Palmeiras não exerce superioridade mesmo diante de times fraquíssimos, apenas avança sem coordenação tentando um gol a todo custo no método tentativa e erro. Logicamente que isso é o suficiente para estar entre os quatro e me desculpem, para mim só de não estar em primeiro já é um absurdo. Hoje esse time do Palmeiras não é mais um time grande disputando a segunda divisão, joga de igual para igual com times sem expressão, sofrendo para conseguir uma vitória e comemorando por figurar entre os quatro antes da tal "parada da Copa das Confederações".

Para mim o time está ume merda! Comemorar terceiro lugar numa série B é um discurso que não dá para engolir. O Gilson Kleina não é técnico para o Palmeiras. O cara vir me dizer que o Palmeiras ganhou porque foi inteligente é sacanagem. Não vou aqui ficar me fazendo de contente, respeito os que tem mais paciência que eu e pode ser que vocês estão certo, mas não tenho essa virtude. Dessa vez não vou culpar a diretoria porque ta na hora de alguém botar esse time para jogar futebol, não é possível que um time que tem jogadores com bons contratos não consiga se impor diante de um outro com coitados que peregrinam Brasil afora em busca do sonho de jogar futebol.

 

1993

 

Já disse aqui no Blog que para mim o título mais emocionante foi o Paulista de 1993. Entendo quem qualifica a Libertadores de 99 como mais importante, mas para quem viveu os anos 80 entende a valia daquele 4 x 0 diante do Corinthians no Morumbi.

Sou daqueles que nunca tinham visto o time ser campeão até então. Nasci em 1980 e desde que me entendo como palmeirense o time vivia de esperança e frustração. Lembro que na escola ao dizer que time eu torcia a pergunta jocosa era recorrente: você já viu seu time ser campeão? Aquilo incomodava muito.

O Paulista de 1993 não foi só um título como foi o de 2008 por exemplo, foi o nascimento de um esquadrão, foi a vingança contra um estúpido que imitou porco e contra aqueles que diziam que o palmeirense nem sabia mais comemorar título. Eu estava lá no Morumbi naquele dia. Presenciei aquele massacre, aquela aula de futebol e pude pela primeira vez na minha vida sentir o gosto de gritar "É campeão" de uma arquibancada. Uma pena que junto com a cogestão da Parmalat também foi embora a competência em administrar o futebol e o Palmeiras voltou a era das trevas. Torço e rezo para que os jovens palmeirenses de hoje tenham também o seu 93 e possam acompanhar mais uma ressurgimento do gigante.

    

2 comentários:

  1. Maravilhoso o título de 93, pra mim também foi o mais significativo, comemorei como nenhum outro. Pena que já to cansado de ver defesa do Marcos no penalti do Marcelinho,´título de 93, Libertadores 99; é sempre bom relembrar mas percebo que, muitos anos depois, não temos mais nada a comemorar, aquelas foram as últimas conquistas de verdade, em que o Palmeiras entrava contra os melhores pra ganhar. Com exceção do Paulista 2008 e a Copa do Brasil 2012, não ganhamos mais nada (série B conta?). Digo isto pois concordo com seu post, o Palmeiras entrou muito mal preparado na série B, no meu modo de ver teríamos que ter montado uma equipe pra ,pelo menos, correr poucos riscos na competição, ter uma certa superioridade além da camisa. Mas o que vemos, e vc frisou bem, parece um amontoado sem direção, sem jogada, sem unidade, de jogadores sem comprometimento, uns tem certeza que nem ficarão para 2014, então tanto faz subir ou não,parece que os caras querem até brincar com a gente que sofre pelo time. Claro que tem exceção, mas muito pouco. E comemorar G4 na série B um time de nosso tamanho chega a assustar como estão pensando pequeno. E só pra completar, diziam que a "parada" serviria pra preparar melhor o time, entrosar com os reforços, mas a comissão técnica deu férias aos jogadores até dia 19, se não me engano. Não era hora de trabalhar??? Abraço NORA

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  2. É bem isso Nora... as vezes recordamos com tanto gosto esses grandes títulos e é tão duro ver a situação que chegamos. Sei que temos de nos manter esperançosos, mas acredito que nem esperança esse time que tem entrado em campo está nos dando. Espero de verdade que a diretoria enfim trabalhe nessa pausa de competição.. pq viver de passado só cansa.

    Abraço

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