sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sem mais

Dizem que verde é a cor da esperança, se esse adjetivo atribuído a cor não fosse tão antigo pensaria ser oriundo da torcida palmeirense, pois nos últimos tempos é apenas a esperança que nos apegamos. Já há alguns anos, ou melhor, há muitos anos que apenas acreditamos por sermos palmeirenses, que de algum modo as glórias do passado farão com que aquele monte de lixo que entra em campo seja contagiado. Tornamos-nos um cemitério de jogadores, o Palmeiras marca a curva de descenso na carreira de muitos atletas, veja o caso do Tinga, jogador promissor da Ponte Preta que foi contratado e hoje seria vendido no máximo a um time de segunda linha do Brasil ou Europa. Não saberia ao certo apontar uma causa desse nanismo crônico que lentamente assola o Palmeiras, sei lá se é uma espécie de maldição pelos anos vitoriosos ou se é um anacronismo de gestão e caráter de todos os dirigentes que tivemos nos últimos... 35 anos. Veja bem, mesmo com esses vexames e campanhas medíocres, ainda temos vantagem em confronto contra quase todos os times do Brasil, imaginem se fossemos hoje no mínimo 50% do que fomos no passado? Seríamos disparadamente o time mais vitorioso do país. Mas não... nossa história vem se deteriorando pela falta de cuidado. Nós palmeirenses ainda resistimos defendendo o clube, baseando-se em argumentos cada dia mais frágeis, como um título que vencemos em cima de um rival ou de alguma conquista a mais, que muitos de nós nem mesmo vimos. Culpamos a imprensa por não nos tratar com a mesma igualdade de Corinthians, São Paulo ou mesmo o Santos, mas no fundo sabemos que não há mais grandes notícias sobre nós que não seja as pataquadas de nossos dirigentes ou as desculpas por mais um tropeço, por mais uma eliminação. Hoje a capa do Lance ignorou nossa derrota no Rio, em vez disso mais uma vez destacou o Corinthians, pelo lado positivo escapamos das frases sarcásticas da capa, porem parece que a própria imprensa tem perdido de vez o interesse no time. Não adianta falarmos que tal veículo é corinthiano, são paulino ou anti-palmeiras, a realidade é que não tem o que se falar do Palmeiras, nada que desperte interesse de nós ou de rivais. Nem me lembro há quanto tempo ligo para meu cumpadre palmeirense após mais um grande fracasso e digo: esse ano já era. Sei que ainda há chances de reverter o placar, mas meu otimismo já foi corroído e não confio mais no poder de reação do Palmeiras e o pessimismo não é um traço de personalidade meu, mas é decorrente às inúmeras experiências do passado. Provavelmente sairemos da competição, faremos uma campanha medíocre no brasileiro e no ano que vem nos apegaremos em mais alguma coisa para renovar nossa esperança – num jogador novo, técnico novo ou sei lá mais o que. O fato é que a cada ano nos tornamos menores e não tenho nem idéia do que poderá ser feito para reverter isso.

O que comentar do jogo de ontem, que não seja igual o que comentaríamos nas outras tantas derrotas semelhantes? O time do Palmeiras é fraco e insosso, a imagem e semelhança de nossa diretoria. Um time pragmático que pratica um futebol feio, de chutões, passes errados e correria. Diferente de outros times de vagabundos que tivemos, esse jogadores até se esforçam, correm, mas efetivamente não produzem muito. É irritante a insistência em lançamentos pelas pontas que quando raramente alcançam Luan ou Maicon Leite, esses perdem a bola para seus marcadores ou cruzam na área para ninguém. Alias como tem jogado mal esse tal do Maicon Leite, até o Dinei entrou e conseguiu ser mais produtivo que ele. Ah, que se foda! Nem vale a pena aqui também ficar falando de como foi o jogo ou de como o Palmeiras tem jogado, pois todo palmeirense tem assistido e mesmo nas vitórias, comemorado com aquele sorriso amarelo, cientes que o futebol apresentado não será suficiente para ganhar algo relevante.

Sem mais

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