sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mais do Mesmo!

Após o fatídico jogo contra o Flamengo, que decretou o rebaixamento do Palmeiras a imagem que marcou foi o banho de sol do Tirone no Leblon, com seu bermudão, bonezinho e óculos escuros. Esse retrato foi o símbolo maior dessa gestão, deixar o Palmeiras como um trabalho de segunda ordem, como se fosse um voluntariado filantrópico realizado nas horas vagas. O presidente Tirone jamais deixou de aproveitar sua vida de playboy mesmo em meio as crises no Palmeiras, pelo contrário, até usou seu cargo no clube para filar algumas viagenzinhas. Mas alguém pode se perguntar: por que esses sujeitos que já são ricos, tem seus negócios, não abrem mão do poder. A resposta é muito simples: vaidade. Sim, a coisa vai muito além da grana - mesmo sabendo que muitos enriqueceram as custas do clube – a questão é sentir-se importante, ter gente puxando seu saco te chamando de presidente pra lá e pra cá e a própria sequência da dinastia de sua família. Um time como o Palmeiras requer atenção exclusiva e total.
Como se seguisse uma cartilha o papo na semana seguinte ao rebaixamento foi cheio de falsas promessas e uma dissimulada abnegação. Foi definido que haveria uma extensa lista de dispensas e uma reformulação radical no elenco, além de uma rotina de tratativas com os principais candidatos presidenciais afim de alinhar o planejamento para 2013 independente da gestão. Mas não há mudança de atitude sem a mudança das pessoas, no fundo sabíamos (pelo menos os realistas) que por fim tudo daria em água e demorou pouco tempo para constatarmos isso.
Creio até que a intenção seria a de dispensar mais atletas, mas plagiando o grande Joelmir Betting, quem fala o que pensa muitas vezes não pensa no que fala, ou, na prática a teoria é outra, quando o Frizzo e o Sampaio saíram as compras notaram que tal reformulação não era tão simples de se fazer, até porque jogadores bons estão bem empregados e não é qualquer conversa de balcão de lanchonete que o convencerá mudar de time. Outra coisa é a questão jurídica da coisa, tocada pelo falastão-mor, não dá para você chegar em jogadores com contrato vigente e falar: passa no RH e pega suas coisas. Não estamos falando de sujeitos que ganham 2, 3, 5 ou 10 mil reais, jogadores como Luan, Maikon Leite e Valdivia, apesar de não merecerem, foram agraciados por contratos milionários com clausulas de proteção que os permitem estar numa paz tibetana neste momento. Pro final a misteriosa lista de dispensa tratou-se de uma grandessíssima falácia, recheada de atletas que já não vinham sendo utilizados e outros que estavam no fim de empréstimo. Nem seria necessário falar de sujeitos como: Fabinho Capixaba, Tadeu, Daniel Lovinho, Luis Felipe e Tinga por exemplo, tampouco João Vitor, Daniel Carvalho e Leandro Amaro. Pro final o Palmeiras deve iniciar o ano de 2013 com as mesmas figuras de 2012 e a desculpa já está pronta: com o time na segunda divisão fica difícil contratar.
Quanto as promissoras reuniões de presidenciáveis era questão de tempo para dar merda e olha que a rapidez foi recorde. Logicamente na hora que a água bateu no rabicó do Tironinho ele humildemente foi a favor de propostas de trégua, de união de paz e amor, mas isso foi até a fervura abaixar. A primeira reunião foi feita e todos que participaram foram unânimes nas declarações: as conversas foram positivas e devemos prosseguir com essa agenda. A segunda teve a data remarcada para ontem (quinta-feira) devido a compromissos do Tirone - talvez algum aniversário, competição de kart ou paintball – ontem os candidatos apareceram na hora marcada e surpresa, Tirone não havia chegado, devia estar retocando as madeixas douradas , enquanto Frizzo e Cezar Sampaio não os atenderam pois estavam em meio as tratativas da espetacular lista de dispensas. Pescarmona soltou os cachorros e disse que por ele não tem mais conversa pela falta de respeito, os outros candidatos não se pronunciaram mas não devem ter gostado de tomar porta na cara, ou seja, as promissoras reuniões, que seriam  um motivo de união e trégua, se tornaram um desastre e motivo de mais troca de farpas e polêmicas. Isso é uma total vergonha, um sujeito que não consegue sequer organizar uma agenda de transição jamais deveria nem ser político no Palmeiras, o Tirone é a coisa mais patética que apareceu no Palmeiras em toda sua história, parece uma piada de humor negro que nós palmeirenses temos de aguentar.

Barcos

Essa semana também rolou: o acho que vou e depois o fico do Barcos. Não há o que se questionar no argentino quanto ao seu profissionalismo e o resultado que ele rendeu em campo para o Palmeiras, tanto que isso lhe proporcionou visibilidade a ponto de ser convocado para seleção argentina pela primeira vez aos 28 anos. Será muito importante a permanência dele no Palmeiras em 2013, não há centroavantes bons dando sopa no mercado e o argentino pouco se machuca. Agora só faço uma ressalva aos meus amigos palmeirenses: não acredite que Barcos está ou ficou no Palmeiras por amor. Não estou dizendo aqui que o cara é mau caráter ou que não é digno de nosso total incentivo, mas ele é um jogador de futebol e como todos procurará sempre o que é melhor para ele e se ele ficou não é por abnegação e sim por compensação. Não é necessário muita sagacidade para entender o que aconteceu, Barcos ganhou muito destaque neste ano mas antes disso era apenas uma aposta, ninguém cravava que ele seria esse jogador todo quando ele veio da LDU, alguns golaços no youtube, alguns comentaristas dizendo que era um bom jogador, outros que era um cara de 28 anos que rodou o mundo e nunca teve grande destaque, muito provavelmente se ele fosse para o mundo árabe ele continuaria um desconhecido pois ninguém acompanha o Al Garrafa, Al Ali, Al Caralho a quatro. Com certeza o seu salário não é (ou era) dos maiores do elenco e o Palmeiras criou uma dependência enorme dos gols do Barcos, tanto que em pouco tempo se tornou ídolo. Foi convocado para seleção argentina pela primeira vez e ganhou respeito da imprensa que no início fazia piadinhas. O jogador e seu empresário sacou que cabia um aumento e nenhum argumento é tão convincente como a ameaça de ir embora e a pressão da torcida. Muito provavelmente nesse meio tempo deve ter vindo um novo contrato ou alguma promessa que o fez mudar de ideia. Há muitos times no futebol brasileiro e internacional em que Barcos caberia, mas são poucos os dispostos a investir alto num jogador de idade já avançada e que surgiu agora, o que torna sua negociação muito difícil. Ele ficar no Palmeiras, onde já tem o carinho da torcida, com um aumento substancial mesmo na segunda divisão é um ótimo negócio tanto para ele quanto para o time, pois nada da mais visibilidade para ser convocado para uma seleção quanto a idolatria da torcida do time que defende.      

Joelmir Betting

É normal termos mais afeição polos nossos irmãos de torcida, principalmente quando vivemos uma fase difícil que filtra os torcedores oportunistas e consolida ainda mais a paixão dos verdadeiros torcedores. A tendência é sempre simpatizar mais com personalidades palmeirenses. Talvez os mais jovens conheçam mais o Joelmir através do Mauro Betting, até porque hoje são poucos os jovens que fogem das páginas e programas esportivos para acompanhar noticiários de economia ou política. Para quem não conhece muito bem, Joelmir foi umas das principais referências jornalísticas principalmente no que tange a economia, quando o Brasil vivia um período onde era mais complicado entender a economia do que física quântica, Joelmir trouxe aos lares brasileiros as análises em um formato compreensível para os leigos, através de metáforas geniais e uma comunicação simpática. Foi protagonista por muito tempo na rede Globo, tornando-se nacionalmente conhecido e referência para outros que. Depois voltou a Bandeirantes onde trabalhava até hoje. Eu era fã dele antes mesmo de reconhecê-lo como palmeirense, pois suas analises era um show a parte, com tiradas engraçadíssimas e elegantes, herdadas pelo seu filho que faz isso hoje também com maestria. A parte mais conhecida por nós e que Joelmir nunca escondeu seu amor pelo Palmeiras, é autor de uma das frases mais célebres sobre o Palmeiras que já foi repetida exaustivamente durante esses dias e renunciou a carreira no jornalismo esportivo por acreditar que seu fanatismo pelo Palmeiras o impediria de ser um bom profissional – algo que muito dos que tão aí hoje deveria fazer. Conseguiu ser gênio sem se esquivar da sua paixão, jamais escondeu que era palmeirense seja na época de Ademir, Bizu ou Betinho. É referência para o jornalismo e para nós torcedores, pois mesmo com sua mente privilegiada e com os frutos que isso lhe rendeu, sempre colocou-se como um torcedor comum e doente de saúde manteve-se doente pelo Palmeiras, escrevendo um belo prefácio para o livro do São Marcos no hospital. Viveu e morreu feliz e orgulhoso por ser palmeirense, porque entendia que torcer não é apenas ver títulos e craques, mas ser capaz de amar incondicionalmente o time e isso por si só já basta. É uma perda irreparável mas um legado imortal.

2 comentários:

  1. Terrível o ano pra nós hein mano, os home ganhando tudo e a gente na segundona, vamos torcer pra que o próximo presidente fique tão indignado quanto a gente com este cenário do rival com todas as glórias e nós na miséria e mude algo...caba logo 2012...Abraço NORA

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    1. Pois é Nora! Esse ano tem sido realmente um dos piores. Torcer para que 2013 o vento comece soprar do nosso lado. Abraço cara!

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