quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Um time pequeno jogando como grande e um time grande jogando como pequeno

A Portuguesa tem sim um elenco fraco, recheado de jogadores desconhecidos e outros que já rodaram por times grandes mas que nunca se firmaram, porem há de se destacar a filosofia de jogo imposta por Jorginho à Portuguesa. Em 2009, quando o Palmeiras ao seu comendo como interino, disparou na liderança do Brasileiro, chegou-se a cogitar que ele não tinha os méritos pelo futebol que o Palmeiras vinha apresentando e que hora ou outra iria pipocar, contrataram o Muricy por um caminhão de dinheiro e o resto da história já conhecemos. Confesso que fico feliz eu ver o treinador dando a volta por cima e mostrando que é um cara ousado, moderno, querido pelos jogadores e que transformou um time decadente em um time razoável que se movimenta bastante. Claro que há quem diga que é um exagero já colocá-lo como um grande treinador, porem eu gostaria muito de vê-lo novamente no Palmeiras. No jogo de ontem ficou claro que a Portuguesa não deve conquistar nada este ano devido a falta de qualidade de seus atletas na hora de definir uma jogada, no entanto o time da Lusa é ofensivo, adianta a marcação, toca bem a bola e os jogadores se movimentam muito.

Do outro lado o Palmeiras tem um técnico vitorioso, consagrado e que graças a isso ganha uma pequena fortuna por mês. Felipão criou uma receita que lhe rendeu muito sucesso, no Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro, seleção Brasileira e Portugal e insiste nessa fórmula nem que morra abraçado a ela. É inegável que os times dirigidos pelo técnico demonstram uma vontade fora do comum e o Palmeiras de hoje tem isso, mas há momentos que a insistência nesse estilo de jogo cansa o torcedor, principalmente quando o time não ganha títulos. Ouço muitos torcedores palmeirenses dizendo que "não é mais o Felipão de antigamente", mas eu penso o contrário, esse é exatamente o mesmo Felipão de antigamente. Ele sempre foi teimoso, retranqueiro e com predileção por alguns jogadores questionáveis, mesmo na época em que se consagrou dirigindo o Palmeiras, sempre houve apostas pessoais dele que ninguém compreendia (lembram do Thiago Silva?). O que o diferencia dos outros é que ele é dedicado ao time que treina, não aceita sacanagens e nem corpo mole e vibra dentro de campo, isso cria uma empatia muito grande com o torcedor, principalmente com o palmeirense que é o torcedor mais passional do Brasil. Ontem o Palmeiras entrou mais uma vez como um time pequeno, preocupado em conter a Portuguesa e esperando que em num contra-ataque ou numa bola parada saísse um gol. Felipão gosta de jogadores voluntariosos e isso que garante vaga no time a caras como Tinga, Marcio Araújo e Luan, mas são jogadores fracos tecnicamente, erram muitos passes e chutam mal a gol. Marcos Assunção é um ótimo batedor de faltas, mas com a bola rolando é apenas regular. Com isso a culpa sempre acaba caindo no centro-avante ou no meia de criação, que se sentem num jogo de fliperama, toca a bola mas não sabe como a receberá de volta. O troca de Tinga por Maicon Leite e de Luan por Daniel Carvalho, não foram coisa de outro mundo, mas mudou totalmente o time, pois aí responsabilidade pelo "bom passe" ficou partilhada entra Valdivia e Daniel Carvalho e sem dúvida Maicon Leite é mais inteligente no último passe que o Luan. Até Ricardo Bueno foi capaz de melhorar depois disso, pois limitações a parte, as coisas ficam mais fáceis para um atacante quando a bola chega redonda.   

Em minha opinião o Palmeiras vem buscando há tempos a solução errada para o time. O grave problema de criação tem início na falta de qualidade dos volantes e mesmo com o melhor centroavante ou meia do mundo, continuaremos sofrendo com a mediocridade de alguns atletas. A bola chega sempre mal da zaga do Palmeiras ao setor ofensivo, pois os atletas responsáveis por essa ligação não são capazes de trocar passes certos e objetivos. Está provado que nos grandes times sempre há grandes volantes ou ao menos, bons volantes. Com Marcio Araujo e Tinga não dá, deveria ter sido procurado substituto para esses atletas, nem que seja na base. Enquanto Felipão insistir em sua receita de bolo com esses atletas o Palmeiras seguirá entrando em campo para se defender e contar com o acaso, pois até é possível ser campeão com um Thiago Silva ou um Galeano, mas não com 3 ou 4 desses jogando juntos como titulares.      


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