quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Camarão que dorme a onda leva

Para hoje está marcada a reapresentação do elenco palmeirense e a maior novidade é justamente a falta de novidade. O Palmeiras segue no papel que assumiu de coadjuvante tanto dentro de campo quanto fora. Essa inércia desesperadora tem causado uma sensação de angústia na torcida que já nem sabe se há para o que torcer, sabe que ama o Palmeiras acima de tudo, mas já não consegue mais enxergar Palmeiras naquele frangalho catatônico que reflete a administração atual. Alias, catatônico foi o melhor adjetivo que encontrei para descrever o momento do Palmeiras, pois não a reação alguma, nem mesmo para defesa da honra e da história perante a ofensas chulas de empresários e jornalistas mequetrefes. Desde que o presidente Arnaldo Tirone assumiu o clube, junto ao irônico Frizzo, absolutamente nada foi feito em tudo, nem ao menos a tal "recuperação das finanças" tão prometida. Tudo o que pudemos acompanhar foram brigas políticas, especulações não concretizadas e um time jogado a própria sorte. Sempre que há alguma polêmica ou alguma decisão importante a ser tomada, o Presidente se finge de planta e deixa que as coisas se resolvam sob ação do tempo. A falta de ação é sintomática a essa gestão, tanto na obtenção de receitas quanto na contenção de gastos, do contrário haveria mais empenho em casos como do Ewerton. Os últimos patrocínios fechados foram herdados da gestão Beluzzo, que errou também sim, mas por excesso de ação. A cota de TV só não foi menor, pois a Globo ofereceu o padrão ao tamanho do Palmeiras, mesmo assim descemos de nível em relação ao Corinthians e Flamengo.

O ano acabou e nesse intervalo de um mês tivemos de conviver com essa analogia infame criada por nosso técnico, de que estava cansado de arroz feijão e agora queria se esbaldar de camarões, analogia essa que foi comprada pela imprensa e agora temos de agüentar trocadilhos babacas da imprensinha e até do babaca do Frizzo. Promessas foram feitas como forma de amenizar o ano insosso de 2011, mas passado um mês, as negociações "engatilhadas" foram uma a uma pipocando, nos restando sonhos menores como Daniel Carvalho, André Lima... Nem mesmo as mudanças diretivas tão necessárias foram feitas, tudo continua na sua mais perfeita bagunça. O marketing do clube está há pelo menos 20 anos atrasado em relação a todos grandes clubes do país. A tal parceria com o grupo inglês Kentaro foi mais uma das estórias ventiladas, que do mesmo jeito em que surgiram desapareceram, me parece que qualquer um que senta-se à mesa de negociação junto com os "gestores" do Palmeiras terminam a conversa dizendo: Tudo bem, agradecemos seu interesse e qualquer coisa a gente liga.

A Mancha Verde que até então havia proposto uma trégua para diretoria decidiu se manifestar hoje em frente ao CT da Barra Funda. Segundo entrevista que ouvi a pouco do André Guerra, haviam concedido um tempo para o presidente poder cumprir o que havia prometido, mas passou o tempo e tudo não passou de conversa. É importante para todos que a Mancha Verde tome essa atitude que é extensiva a todos os palmeirenses, independente de afiliação à organizada. "Mediante ao anuncio do protesto nosso Beiruteiro Mór, Roberto Frizzo, solta essa: eles podem ficar tranqüilos, pois teremos uma panela farta de camarões.

Agora eu pergunto: Alguém acredita?

 

Pierre

Algumas coisas no futebol só são reveladas depois de algum tempo. Hoje saiu uma ótima matéria do jornalista do IG Danilo Lavieri sobre o caso Pierre. É impossível para qualquer palmeirense, mesmo os que contestam a qualidade do Pierre, não se indignar com a história. Infelizmente a diretoria delegou muito poder ao Felipão e aos seus dois capachos (Galeano e Murtosa), e excesso de poder na mão de qualquer um sempre dá merda. Não é de se estranhar que o grupo rachou.

Prefiro guardar a imagem do Felipão de 1999. É o risco que se corre em tentar resgatar antigos ídolos, eles podem, numa passagem diferente, não se mostrar tão ídolos assim. Creio que nos últimos anos nos palmeirenses tivemos uma lição bem grande sobre isso.

 

Falta de dinheiro

A justificativa maior do insucesso do Palmeiras nesta gestão é a falta de dinheiro. Nem citarei aqui times equivalentes ao Palmeiras, vamos ao Grêmio, que sem dúvida tem uma receita menor de patrocínio, televisão e venda de camisas.

Só nesse ano o Grêmio trouxe Kleber e Marcelo Moreno e ainda cogita Giuliano e Carlos Eduardo.

Será que toda a diferença está no dinheiro ou na competência em administrá-lo?

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