sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Vada a bordo Cazzo!

E começamos mais um ano desacreditados, colocados por alguns jornalistas abaixo até da Portuguesa. Claro que isso tudo é com objetivo claro de espezinhar o Palmeiras, que vem sendo objeto de escárnio da imprensa já há alguns anos.

Concordo que grande parte da culpa cabe ao próprio Palmeiras e seus políticos, que além da incompetência gerencial, escancaram suas crises pela imprensa em tempo real, transformando o Palmeiras num verdadeiro BBB, prato cheio para quem vive de fofoca de bastidores.

Hoje ouvi uma crônica bem interessante do Arnaldo Jabor na CBN -http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm  - ele fala do acidente do Návio Costa Concordia. Em um dos momentos ele cita o diálogo entre o capitão Schettino – hoje considerado um traidor dos italianos – e capitão da Guarda Costeira Gregório Falco. Falco representa o passado de honra e valentia italiana, indignado com a covardia e egoísmo do capitão Schettino, que é símbolo da geração Pusilânime que perpetuou não só na Itália, como no mundo intero. Talvez esse diálogo ganhe um poder simbólico muito grande nesse momento que passa o povo italiano, que precisa recuperar sua dignidade depois de anos de um governo corrupto que deteriorou a imagem do país no mundo. Gosto muito de uma frase que escutei uma vez, que só a Itália é capaz de produzir gênios incríveis e ao mesmo tempo líderes tão patéticos. O Palmeiras é talvez uma micro-reprodução fiel em terras brasileiras disto tudo.

O Palmeiras, apesar de sua dimensão, ainda é em seu núcleo um time da colônia italiana, e isso se torna muito claro pelos sobrenomes de seus dirigentes. Em um primeiro momento da história, aqueles italianos que vieram de uma situação terrível de guerra e pós-guerra, tiveram de ter muita tenacidade e valentia para prosperar em um novo país - e conseguiram – talvez é o povo, dos muitos povos, que mais tenha cedido características a São Paulo e o Palmeiras é um símbolo desta influência. Porém a passagem de geração é quase sempre ingrata aos povos e no Palmeiras tem sido terrível. Os dirigentes de hoje em nada lembram aqueles responsáveis pelas glórias do Palmeiras, creio que muitos, até pela avançada idade, viveram os dias melhores dentro do clube, mas foram seduzidos pelo poder e hoje não passam de decrépitos brigando por interesses pessoais. Pode ser que eu esteja enganado, que tenha sido sempre assim e que só os tempos mudaram, mas não imagino que uma história como a do Palmeiras tenha sido construída por pulhas como os de hoje, que ostentam uma "italianice" vulgar, onde se orgulham de pertencer a uma raça, mas não a honram como devem. Não tenho idade para ter acompanhado os primeiros italianos que comandaram o Palmeiras, mas os construo em minha mente através da referência de meu pai: vanguardistas, honrados, valentes e orgulhosos, que podiam se pegar no tapa em uma discussão, mas jamais permitiriam que os outros desonrassem os seus. Imagino que se vissem estes antigos, os de hoje, teriam a mesma indignação do capitão Gregório Falco ao ver seu compatriota se acovardar. Pois nas devidas proporções de uma tragédia a um time de futebol, que o Tirone e o Frizzo têm feito hoje é se acovardar, ficarem omissos às humilhações que o Palmeiras vem sofrendo, fugirem de confrontos e deixarem os milhões de palmeirenses sem uma voz que os representa. 

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