domingo, 27 de janeiro de 2013

O torcedor nunca está errado.

Mais um capítulo vexatório na história da S.E. Palmeiras, mesmo com um jogador a mais foi derrotado no Pacaembu pelo inexpressivo Penapolense. Diga-se de passagem, dessa vez nem ao menos temos do que reclamar de arbitragem, pelo contrário, o lance da expulsão do jogador do Penapolense foi de um rigor desproporcional.

O time do Palmeiras é um lixo, uma bosta, recheado de jogadores medíocres e com os estigmas da derrota. O jogo foi exatamente igual ao monte de outros jogos disputados em 2012, com o time correndo desesperado, criando chances muito mais na insistência do que na técnica e deixando espaço para que jogadores quase anônimos tripudiem e se consagrem em cima de uma camisa que um dia já intimidou. Infelizmente a situação era plenamente previsível, o time em nada mudou em relação ao que caiu - erro crasso - tendo em vista que o elenco já está desgastado com a torcida e era questão de tempo para ocorrerem situações como as de hoje. Manter vestindo a camisa do Palmeiras jogadores como Marcio Araujo, Luan, Maikon Leite, Valdivia, Juninho, Maurício Ramos e Mazinho é uma afronta ao torcedor. Pior ainda é ter de ouvir que Leandro Amaro, Patrick e Fabinho Capixaba serão reintegrados.

Não existe outro caminho a não ser a reformulação total do elenco. Entendo que Paulo Nobre assumiu agora, não tem nada haver com esse caos e está avançando bastante ao profissionalizar a gestão do futebol, porem, infelizmente a situação exige atitudes imediatas no time até para evitar um desgaste precoce na relação com a torcida. É inaceitável que não haja mudanças nesse elenco. Repito! Manter alguns jogadores no time é afrontar o torcedor.

E desculpem os torcedores que ainda apostam em algumas figuras que lá estão. No caso específico do protesto estou 100% a favor dos que vaiaram. Em muitos casos discordo das organizadas, mas não nesse. Não é a pressão da torcida que faz o time cair de rendimento, mas é o baixo rendimento que faz cair o apoio da torcida. Espero que essa nova diretoria perceba que a relação entre Palmeiras e os jogadores da queda não pode mais existir.  

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A derrota da base

Na sexta-feira passada a seleção brasileira Sub 20 foi eliminada na Copa Sul-americana pela tradicional seleção peruana na primeira fase da competição. O técnico do Flamengo Dorival Junior deu uma declaração muito forte sobre as categorias de base do futebol brasileiro, alegando que aqui nunca soubemos trabalhar os fundamentos na base, dependendo apenas do dom natural dos atletas, enquanto em outros países o trabalho tem sido feito de maneira série e a consequência é o declínio do futebol nacional perante a ascensão de Espanha, Alemanha, entre outros.

Ontem o Palmeiras foi eliminado de mais uma copinha, até aí dane-se, se revelar um só jogador que brilhe no time de cima já vale mais que qualquer título. Mas o que reparei e que me deixou inconformado, tanto do lado do Palmeiras e quanto do Santos é que os jogadores de base aprendem toda catimba e marra do futebol brasileiro, mas não são capazes de sequer cobrar um escanteio com eficiência. O time do Santos é algo nojento, além do garoto que marcou os três gols, que tenta ser uma cópia do Neymar, todo o time tem aquele hábito desgraçado de cavar faltas ou valorizar um encontrão e o pior é que o árbitro apita todas. Chega a parecer aqueles filmes chineses de Kung Fu, um simples ombro a ombro é suficiente para o cara se jogar para lateral do campo e fazer uma cara de sofrimento como se tivesse sofrido uma fratura exposta. Essa é a base do futebol brasileiro atual, jogadores aprendendo o estilo boleiro, com seus cabelos moicanos, chuteiras coloridas, correntes, camisa Hollister, mas que só se preocupam em aprender driblar para fazer graça para TV e mal sabem cobrar uma falta, escanteio ou chutar no gol. O Vinicius do palmeiras se enquadra nisso, todas as bolas que ele pega ele da uma penteada, mas por fim nada de útil é produzido. Infelizmente esse é um mal geral e não só privilégio de Palmeiras ou Santos, ele está enraizado em nossa cultura atual e já afeta não só o futebol, mas também o próprio desenvolvimento do país.

Estamos hoje falando em contratar um jogador argentino de 34 anos, que está parado há 6 meses,  pagando R$500 mil por mês, porque não há um meia-esquerda na base ou em qualquer time pequeno capaz de pensar uma jogada. Os meias de destaque hoje no Brasil são argentinos. Cobramos que o Palmeiras contrate, contrate e contrate.. precisamos de um zagueiro, um volante, um meia esquerda e um segundo atacante e me falem, quem contratar? Quem tem no mercado? São os mesmos de sempre, que surge especulação em toda janela de contratação e que tem 50 times atrás. Os times do interior estão repletos de jogadores velhos, que em outros tempos já teriam sido aposentados pela falta de espaço.   

Ontem me decepcionei, não pela derrota, mas por notar que na base do Palmeiras não tem um jogador pronto para servir o time e pelo menos nos jogos que vi, nem em outros times tem.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Os doze trabalhos de Nobre

No final da noite o palmeirense enfim pode conhecer seu novo presidente. A expectativa em cima dessa eleição foi algo absurdo, talvez só tenha sido superada pela de Beluzzo, com a diferença que naquela oportunidade havia dois lados distintos – Reformistas VS aliados de Mustafá – para os palmeirenses o bem contra o mal, já nessas eleições não existia esse maniqueísmo, em ambos os lados era possível reconhecer boas propostas e alguns aliados inglórios, o mal no caso era o que estava no poder e essa deriva maldita que o Palmeiras foi deixado. O palmeirense talvez tenha vivido o pior momento de sua história principalmente nesses 3 últimos meses, onde além de rebaixado o time estava sem representação, desgovernado e tomando pedrada de todo lado. Um novo presidente nessa altura representa quase a conquista de um título, por isso as tantas manifestações de esperança de palmeirenses nas ruas ou nas redes sociais. Paulo Nobre traz consigo uma grande vantagem que ele precisa saber usar, sua imagem jovem e uma certa moral com os meios de comunicação transmite credibilidade e boa expectativa e automaticamente terá um período de trégua da imprensa e torcida. Hoje mesmo meus amigos corintianos me abordaram dizendo: Acho que esse Paulo Nobre será uma boa para o Palmeiras heim! Como eu disse algumas vezes aqui, as vezes vale mais para as pessoas em geral parecer ser bom do que ser de fato bom, no caso a expectativa é que é que a imagem seja condizente a competência. Carisma é fundamental para um líder, Paulo Nobre mostrou nas oportunidades em que teve, ser um sujeito que sabe se expressar, conhecedor de conceitos modernos de administração, bem sucedido em sua vida pessoal e que ama o Palmeiras, mesmo quando perguntado sobre o apoio de Mustafá Contursi ou do rompimento com Beluzzo, soube sair da saia justa numa boa sem se comprometer. Veja o caso de Tirone, sua pouca habilidade em se comunicar e sua imagem boçal trouxeram grandes problemas desde início. Eu não me arrisco a dizer que Nobre trará um novo tempo ao Palmeiras, não o conheço além do que li na imprensa ao seu respeito, mas torço demais e acredito sim que pelas sua propostas e pelo apoio que os palmeirenses estão dando a ele, que há chances reais de ser um grande líder. Comenta-se a respeito de Brunoro no comando do futebol e da profissionalização dos departamentos vitais, se começar nesse pé já é um grande alento. Agora resta saber como ele irá se portar diante aos grandes desafios que terá pela frente para colocar seu plano em prática. Usando uma analogia aos trabalhos que Hércules teve de realizar para se tornar imortal, descrevo abaixo o que são para mim os principais desafios para que Paulo Nobre tenha sucesso:

1 – Conseguir manter o apoio político sem ter de abrir concessões que comprometam suas metas. Sabemos como funciona a política, apesar de na teoria todos se declararem a favor do Palmeiras em primeiro lugar, na prática cada grupo possui seus objetivos próprios e não pensarão duas vezes para exercer algum tipo de retaliação quando seus interesses não forem atendidos. Já assistimos isso. Paulo Nobre terá de ter muito jogo de cintura para tentar implantar as mudanças necessárias no estatuto sem perder o apoio majoritário.

2 – Motivar elenco e técnico atual. Dificilmente em pouco tempo e com pouco dinheiro será possível fazer a reforma no elenco que o Palmeiras precisa, além disso os jogadores que lá estão dão sinais claros de desmotivação e falta de confiança. Na saída do jogo contra o Bragantino, Henrique expôs claramente que até os jogadores estavam ansiosos pelas eleições. Resta ao presidente agora contratar bons profissionais para gerir o elenco e dar suporte ao treinador, além de motivar o grupo e resolver pendências financeiras.

3 – Acalmar os ânimos da torcida. Apesar do grande apoio que a torcida possa dar nesse início de mandato, tão logo surjam os primeiros revezes pode ter certeza que o torcedor vai cobrar. A culpa pela queda para série B e pelo caos financeiro não é do presidente eleito e é evidente que problemas acumulados de 20 anos não são resolvidos em 6 meses, mas o torcedor é impaciente e quer ver o Palmeiras protagonizando os campeonatos. A cobrança por reforços já deve vir nos primeiros dias de mandato e será uma prova de fogo para popularidade de Paulo Nobre.

4 – Marketing. Está aí um abacaxi enorme a ser descascado, alias, vários. O Palmeiras possui um profissional contratado no final da gestão Tirone, que com certeza tem uma multa rescisória no caso de rompimento de contrato, independente de sua competência, não da para garantir que ele agrada Paulo Nobre. Além disso nesses próximos dois anos teremos uma série de eventos importantes que precisam ser muito bem planejados e executados: centenário do Palmeiras, inauguração da Arena Palestra Itália e Copa do Mundo. Ficou para essa gestão também a inauguração das lojas oficiais, renovação de contrato de patrocínio master e pendência jurídica com a Samsung. Podemos ainda citar que o Palmeiras está sem dinheiro para investir no elenco e caberá ao marketing captar mais recursos. O programa de sócio torcedor está aí, relativamente bem feito, mas aparentemente com um número muito modesto de associados, principalmente se comparado a outros times brasileiros.

5 – Jogadores problemas. Além de Valdivia que é o caso mais evidente, o Palmeiras possui uma cacetada de atletas caros encostados ou emprestados para outros times com o Palmeiras pagando parte do salário. O Vitor lateral por exemplo, renovou empréstimo com o Goiás e o Palmeiras que paga metade. Isso onera muito a folha de pagamento e trava financeiramente o clube. Caberá ao presidente enxugar esses gastos e ter um melhor planejamento de elenco, para que futuramente não tenhamos novos Tadeus ou Fabinhos Capixabas sendo pagos e não jogando.

6 – Relacionamento com a imprensa. Como eu digo aqui, o Palmeiras virou a Geni do futebol, todo mundo gosta de bater e cuspir. Mesmo quando algo comum a todos clubes ocorre no Palmeiras, isso é noticiado de forma jocosa e pejorativa. Grande parte dessa culpa é do próprio Palmeiras que nunca soube trabalhar bem sua imagem nos bastidores. Isso atrapalha muito o time, pois passa ao mercado uma imagem ruim impedindo a aproximação de parceiros e de bons jogadores. Paulo Nobre terá de dar uma importância maior a essa relação, pois a fritura midiática influi diretamente no sucesso ou fracasso de uma gestão. Ainda nesse gancho é preciso acertar os ponteiros com a rede Globo, o Palmeiras precisa ser tratado com mais respeito nas negociações por cotas e para isso há de se colocar gente hábil para fazer esse meio-campo.

7 – Relação com Federações. Essa atingiu seu ponto mais profundo de declínio na última administração. O Palmeiras hoje não tem representatividade alguma na CBF, FPF, FIFA ou Sulamericana, isso tem relação direta com os constantes erros de arbitragem e a tabela desfavorável a nós. Restabelecer a representatividade e o respeito é vital para as pretensões do Palmeiras.  

8 – Sanar e renegociar as dividas. Há números conflitantes quanto a dívida do Palmeiras e o adiantamento de cotas, mas todos eles são dramáticos. Será impossível recuperar isso em pouco tempo, mas que pelo menos o pagamento dessas dividas não impeçam o time de fazer novos investimentos.

9 – Reverter a queda de torcedores. O Palmeiras tem perdido muitos torcedores jovens. Sei que a conversa é de que o importante é a qualidade e não a quantidade de torcida, mas não podemos pensar desse jeito. O Palmeiras precisa ser um time próximo dos mais jovens e no mínimo manter  seu número de torcedores. Isso não é só título que trás, mas é da relação entre time e torcida. Paulo Nobre terá o papel fundamental de abrir as portas do Palmeiras ao palmeirense, independente de origem, região, idade ou sexo.

10 – Montar um grande time no centenário. Acredito que mesmo torcendo o nariz o palmeirense até suportaria um ano de 2013 mais modesto, apenas com a ascensão para série A e um time que honre nos campeonatos que disputar, mas duvido suportar um time medíocre em 2014. Não será fácil o desafio, principalmente em ano de copa e tendo times com cofre cheio em todo canto do país, mas no centenário é obrigação.

11 – Deixar um legado. O grande problema no Palmeiras é que a cada administração destrói-se tudo que foi da anterior, sendo algo bom ou ruim. Isso pelas brigas políticas e a mania de lotear cargos para aliados. Paulo Nobre fala em profissionalizar, mas de nada vai adiantar contratar uma série de gestores se ao final dos dois anos tudo for desmanchado. É preciso criar uma mentalidade de continuidade dos projetos independente da gestão. Caso no mandato de 2015 tudo seja jogado fora, estaremos mais uma vez patinando.

12 – Honrar a o Palmeiras. Acima de tudo ter postura digna e fazer o palmeirense enfim ter orgulho de um líder.  

Boa sorte Paulo Nobre! Nós palmeirenses torcemos por você e não deixaremos de cobrar quando for preciso!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Não se ensina novos truques para cachorros velhos

Honestamente para mim o placar de ontem era o menos importante. Mesmo que Barcos convertesse o pênalti e o Palmeiras vencesse por 1 x 0 o principal para nós Palmeirenses seria uma postura nova, coisa que não pudemos ver pois a base do time é a mesma do rebaixado. Não to querendo dizer que uma vitória não seria uma boa, até poderia ser pela classificação ou por começar o ano de forma positiva, mas sejamos honestos: mudaria alguma coisa ganhar de 1 x 0 chorado do Bragantino vendo mais uma vez em campo, Marcio Araújo, Luan, Juninho, Mazinho, Maykon Leite... Óbvio que não! Como diz o ditado: Não se ensina truques novos para cachorro velho. Esses jogadores carregam os estigmas do rebaixamento, trazem um flashback dramático de um tempo que não queremos mais lembrar. Para todos os times começou 2013, mas para nós esse ano só começará a partir de amanhã, com a posse do novo presidente.

Lógico que as coisas não acontecerão da noite para o dia, lamentavelmente a inércia doentia que se arrastou por toda essa intertemporada comprometerá o primeiro semestre desse ano. O próximo presidente terá pouco tempo para remendar esse time, com poucas opções no mercado e com pouco dinheiro e credibilidade, justamente em um ano que os principais rivais fizeram contratações importantes. Temos que compreender que nosso ritmo por enquanto é outro e nossa expectativa tem de estar mais direcionada às mudanças que precisam ocorrer fora e tenho esperança que ocorrerão, pois mesmo as figuras mais nefastas tem consciência que nesse grau de estagnação e degradação em pouco tempo não restará nem tribo para eles serem caciques, fora que as novas gerações já deram sinais claros que a mudança é inevitável e quem nesse momento se por contra será atropelado. Na mente maquiavélica dessa gente é hora do tal recuo estratégico.

 Que venha o novo! Seja ele quem ou o que for! 2013 precisa começar!

 

Diretas e eleições

 

Não sou sócio do clube e somente acompanho o que lá dentro ocorre por meio da imprensa, principalmente a mídia palestrina. Sempre tive a impressão que as eleições diretas restritas aos sócios do clube não trariam grandes mudanças pois um associado não é necessariamente um torcedor e sendo assim seus anseios podem ter outra direção. Mas acompanhando a movimentação de torcedores sócios do clube, que quase diariamente lutam pela mudança do Palmeiras e com a comprovação desse desejo de mudança nas urnas de sábado, passo a acreditar que o Palmeiras deu um passo decisivo para mudança essencial para sua grandeza. A vitoria absoluta demonstra que os sócios não confiam mais sua escolha aos velhacos conselheiros, alias, que a muito tempo não confiam mas que só agora tiveram a oportunidade de endossar isso. É também uma mensagem clara que o Palmeiras não pertence a meia dúzia de famílias, que está na hora dessa gente passar o bastão para novas lideranças e de dar satisfação para o torcedor que agora tem um estímulo a mais para se tornar sócio do clube. Outro avanço considerável é o fato de as eleições serem em dezembro, algo que nos teria feito muito bem esse ano.

Nas eleições de hoje torço para o melhor. Ambos tem propostas semelhantes e fundamentais, o que irá diferenciar é a capacidade de cada um em botá-las em prática. Também tem ciência da importância desse mandato, que inclui o centenário e a inauguração do novo estádio, além de ser a primeira administração que passará pelo crivo do voto direto em seu final.

Estou otimista.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Uma semana

 Falta exatamente uma semana para que se conclua o mandato mais esdrúxulo e nefasto da história do Palmeiras. Resta ainda mais uma semana para suportarmos declarações imbecis, descaso com o clube, humilhação e omissão na montagem do time. Infelizmente esse período de quase dois meses em que a administração do Palmeiras se arrastou desde o fim do brasileiro deverão comprometer o resto do ano, dificilmente a chance de o Palmeiras protagonizar algo, com exceção da série B, é muito pequena. Perdemos a credibilidade no mercado, os jogadores preterem o Palmeiras na disputa com qualquer outro clube pois o caos político do clube já expande seu odor fétido para muito além da Turiaçú. Em meio a tudo isso Tirone aproveita seus últimos dias como presidente para dar entrevistas e participar de eventos representando o Palmeiras com sua figura patética de riso fácil do tipo que qualquer um, a quilômetros de distancia, identifica como otário. 

Ao ver Tirone sempre surge a pergunta: como um sujeito como este conseguiu se tornar presidente de um grande clube? Qualquer prévia simples de qualquer tipo de instituição jamais o colocaria como candidato a qualquer cargo. Arnaldo Tirone é do tipo de fruto que só a política palmeirense pode gerar, só um meio tão cansado, turvo e tumultuado pode resultar num consenso em cima de um indivíduo sem qualquer aptidão à liderança, provavelmente essa ausência de virtudes tenha sido fundamental para conseguir unir sob uma mesma chapa gente de interesses tão distintos e ao mesmo tempo tão semelhantes em seus objetivos finais  - o de favorecimento próprio. O Frankenstein político formado ao fim da gestão Beluzzo, que uniu velhos coronéis que nós palmeirenses estamos (infelizmente) habituados a ouvir os sobrenomes, jamais teria criado consenso sob um individuo de opiniões fortes ou que tendesse a favorecer um dos lados, Arnaldo Tirone cabia como uma luva nesse cenário pois conseguia personalizar o único ponto em comum entre essas vertentes que buscavam coalizão – a infâmia. Seu sobrenome também lhe favorecia uma vez que, tal qual seus pares, pertence a uma família tradicional dentro do Palmeiras. Para não ser maniqueísta ou injusto a oposição (situação da época) também teve enorme responsabilidade, uma vez que se fragmentou em brigas, perdeu a chance de implantar grandes e necessárias mudanças ao estatuto do clube, fez dividas colossais e permitiu o retorno de Salvador Hugo Palaia aos holofotes.

Com esse estilo "inofensivo" Tirone conseguiu ser eleito e passou quase os 6 primeiros meses no ócio alegando que ainda estava tomando ciência da situação do clube e que a saúde financeira era péssima – argumento muito atraente para um presidente repetir insistentemente em entrevistas não é mesmo? Imagino o número de investidores e jogadores que queiram se alinhar a um clube o qual o presidente fala aos quatro cantos que está a beira da falência. Frizzo desde o início foi seu fiel escudeiro, como zorro e tonto ou vice-versa. Tirone entrou também num momento fundamental para futebol brasileiro e para o Palmeiras, em que se discutia a nova divisão de cotas de TV, o presidente fez um "belo" trabalho e mostrou seu "estilo", colocando o Palmeiras como coadjuvante nas discussões e por fim aceitando o que lhe deram. Mas esse estilo mureta não duraria muito tempo, pois uma hora aqueles que o colocaram lá também cobrariam a conta através de posições políticas e cargos e nesse cabo de guerra Mustafá foi o primeiro a anunciar seu rompimento com o nosso nobre banana, devido principalmente ao ímpeto de rancor do Mumu que exigia demissão imediata de todos que prestaram serviço a administração anterior.  Depois disso começou o bombardeio via imprensa, guerrilha peculiar a turma mustafista e muito usada contra Beluzzo, distribuindo documentos e fofocas internas aos abutres da imprensa. Tirone, Frizzo e Piraci saiam fazendo cagadas atrás de cagadas e dando declarações que deixaria qualquer ex-BBB no chinelo, com essas atitudes cada vez mais repercutidas pela imprensa restava poucos argumentos para defendê-los. O título da Copa do Brasil foi como uma barraca de coco gelado no meio do deserto, a conquista deu um fôlego ao presidente, que poderia ter aproveitado para dar um novo rumo a sua administração, mas ele não aproveitou, bebeu o coco até acabar, dormiu em berço esplêndido e a inércia lhe castigou com o rebaixamento, alias, castigou a nós palmeirenses, pois o presidente foi visto horas depois de bermuda e boné tomando um sol no Rio de Janeiro. Desde então o que assistimos sem poder fazer nada é um esfacelamento da história do Palmeiras, uma depredação pública de um time quase centenário, de inúmeras glórias que por muitos anos foi protagonista em qualquer competição que disputava. Mesmo assim Tirone continua lá, com um ar tão boçal que beira a demência, não se vê em seu rosto preocupação, abatimento, culpa, nada que indique que no fundo algum dia ele entendeu a importância que tem o time que ele dirige para milhões de pessoas.

E hoje estamos nós contando os dias para que termine esse mandato, mesmo sem ter a certeza do que nos espera, pois a essa altura qualquer coisa é melhor que essa inércia dramática.

Uma semana!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Humor negro

Há uma piada de humor negor que ouvi a muito tempo atrás que era mais ou menos assim:
Dois sujeito, Paulo e Marcos, conhecidos de longa data, se encontram numa festa de um amigo em comum.
Um se aproxima do outro e começa o diálogo?
- Po Paulão! Quanto tempo cara? Me conta meu, como está sua vida? E seu filho já deve estar um homem?
- Poxa Marcos, infelizmente meu filho morreu num acidente de carro o ano passado.
Marcos meio sem graça, tenta mudar de assunto
- Meus pêsames Paulão, imagina a barra que é, mas você ainda tem uma filha, aquele menina linda.
- Lamentavelmente Marcos, ela estava com meu filho no carro e também morreu.
Marcos plenamente constrangido, tentando ainda mudar de assunto para quebrar o gelo
- Bom Paulão, sinto muito mesmo. Você ainda tem aquela empresa de importação? Como andam os negócios?
- Minha empresa faliu, meu sócio me deu um golpe e me deixou com todas as dividas, tenho passado por uma péssima situação financeira.
- Mas o casamento ainda está em pé?
- Não, minha esposa pediu divorcio e hoje está morando nos EUA com meu ex-sócio.
- Poxa Paulão, que fase complicada. Mas e o futebol, tem acompanhado?
- Sabe Marcos, sou Portuguesa, sabe como é?
 Aí Marcos fica puto e diz:
- Porra Paulão, puta que o pariu, você só me conta desgraça. Você não tem nada de positivo não?
Paulo respira fundo e diz:
- Tenho! HIV! Peguei de minha ex-mulher que tinha pego de meu ex-sócio

Cada vez que abro um jornal ou site, ouço programas de futebol nas rádios ou os assisto na TV me sinto como o cara da piada. Simplesmente não há notícia boa do Palmeiras, nosso espaço no noticiário que vem se tornando cada vez menor é só para dar má notícia ou então para avacalhar. Conheço até torcedores rivais complacentes com a situação, que também as vezes se surpreendem com o volume de más notícias que são veiculadas sobre o Palmeiras. Se antes na gestão Beluzzo as manchetes davam conta de problemas financeiros ou briga no elenco, hoje na gestão Tirone são situações absurdas, pastelões, coisas que jogam o nome Palmeiras abaixo do limbo e que causam danos patrimoniais e históricos incalculáveis.
A notícia que foi veiculada ontem a respeito do evento da FPF e do mico protagonizado pelo Arnaldo Tirone causa um constrangimento tão intenso que por si só já deveria ser suficiente para expulsar o atual ex-presidente de todos registros da S.E. Palmeiras. http://blogs.lancenet.com.br/deprima/2013/01/10/palmeiras-pega-carro-da-gm-escondido-e-causa-acidente/ Não é o primeiro do gênero, quem não se lembra da reunião das finais do Campeonato Paulista do ano passado em que o presidente ficou ao lado dos times do interior alegando não ter entendido a questão. Tirone deve ter retardo mental e se fizesse psicotécnico não poderia assumir o Palmeiras.
O presidente defende-se argumentando que a imprensa tem má vontade contra o Palmeiras. Presidente... a imprensa sempre teve má vontade contra o Palmeiras, mesmo quando não há motivos, quem é palmeirense sabe que somos atualmente a Geni (da música do Chico Buarque) do futebol. Isso já é motivo de sobra para não munir de argumentos essa corja de pilantras.  Lógico que a situação não deve ter sido exatamente como a relatada, no mínimo o presidente foi orientado a não participar da foto oficial em respeito ao patrocinador e quando terminou a cerimônia foi buscar o carro e bateu na saída, nessa de modo oportunista (como é peculiar) os jornalistas pegaram o gancho da história, misturaram fatos com suposições e saiu essa história infame. Ninguém vai querer ouvir a versão do Palmeiras, pois o mais legal para o público em geral é acreditar na história com enredo mais engraçado (como bem retratado nas Aventuras de Pi). O grande erro foi justamente o presidente estar no carro, caso quem dirigisse fosse um assessor ou outro representante a notícia não teria tanto efeito, mas pelo que me parece Tirone não queria perder mais esse privilégio de ser presidente de clube. O São Paulo por exemplo possui uma rede extensa de jornalistas que prestam serviço de assessoria de imprensa informal para o time, não sei a troca de que, mas tem. Quando foi veiculada a notícia do colunista da revista Época que o contrato com a Penalty foi inflado propositalmente para aparentar ser o maior do país, de prontidão o Blog do Paulinho postou um texto defendendo o clube, muito se sabe que esse sujeito não cria nada, ele é apenas um clipping de uma série de pessoas que espalham seus boatos pela imprensa ou da imprensa, como alguns jornalistas preferem não expor seus nomes publicando eles mesmos explicitamente as matérias, repassam para o rapaz. Não duvidem que algumas vendas de jogadores, contratos de patrocínio entre outras coisas, não são tão elevadas como noticiadas. O Corinthians, que por um período sofreu algo semelhante ao que o Palmeiras sofre hoje, aprendeu a trabalhar com a imprensa e também já possui o seu exército espalhado pelos meios de comunicação. Já o Palmeiras nisso também parou no tempo, ainda acredita que o relacionamento com os meios de comunicação se restringe a contratar um assessor e deixá-lo trabalhar sozinho matando um leão por dia. A imprensa é livre teoricamente mas totalmente presa aos seus interesses, pois no fim do mês de alguma forma tem que ter dinheiro para se sustentar e enriquecer os seus proprietários, nessa quem sabe jogar o jogo pode ter ela a seu favor ou contra.
Esse é mais um desafio para o próximo presidente, compreender que parecer ser muitas vezes é mais importante que ser.

Lágrimas de crocodilo

Nosso "herói" Marcos Assunção, que chorou dizendo que o Palmeiras não lhe queria mais, mesmo o time tendo oferecido um salário muito superior as suas condições técnicas atuais, acabou de fechar com o Santos por um salário consideravelmente menor que o Palmeiras lhe ofereceu. Alguns dizem que ele queria valorização pois acreditava ter se esforçado demais pelo Palmeiras, mas e o Palmeiras, será que não se esforçou todo esse tempo para pagar o salário desses vagabundos que colocaram o time na segunda divisão?
Cada um sabe o que é melhor para si e o jogador está no seu direito, desde que honre corretamente com seu compromisso - algo que Assunção fez - mas que não esconda suas reais intenções através de um dramalhão público que só prejudicou a imagem já desgastada do Palmeiras.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

ÍDOLOS e ídolos!

Tenho escrito pouco em meu blog ultimamente, isso se deve ao fato de as vezes me cansar a redundância. Muito já se comentou da omissão e incompetência de Tirone, Frizzo e Piraci, agora com essa interdição promovida pelo COF o que já andava a velocidade de tartaruga reumática está na plena inércia e essa ausência total de governo e de notícia vira campo fértil para a reciclagem em massa de velhas má notícias ou para o oportunismo de velhas hienas. Hoje o Andrés Sanches, o projeto de mafioso que se qualifica como um ombudsman do futebol, criticou a postura da diretoria do Palmeiras no caso Assunção e ainda por cima quis induzir a outros atletas terem medo de vir ao Palmeiras devido a falta de respeito. Pois é, infelizmente para nós palmeirenses o fardo tem sido pesado, além dos dramas autênticos inerentes a essa administração pífia e a mentalidade retrograda que orienta a política do clube, somos bombardeados mesmo quando a culpa não está 100% de nosso lado. A verdade é algo sempre muito volúvel e as pessoas absorvem muitas vezes o que querem acreditar e não só o que é. Darei minha opinião abaixo sobre alguns assuntos polêmicos, dos quais muitos palmeirenses podem até discordar, mas peço apenas que reflitam e não sejam injustos.

Antes de tudo gostaria de deixar claro que na minha opinião a gestão Tirone foi a pior que já tive o desprazer de viver como torcedor, talvez só comparável a era Mustafá pós-Parmalat, mas o Tirone já tem ônus demais para assumir os que não são dele, ou seja, o palmeirense tem que parar de ficar sempre do lado de todo mundo contra o Palmeiras sob a prerrogativa da incompetência da diretoria. Sejamos ponderamos para não acabar dando força para quem quer se aproveitar da situação do Palmeiras.

 

Marcos Assunção

 

Existem ídolos, bons profissionais, maus profissionais e calhordas. Vejo o Marcos Assunção como bom profissional, mas não como ídolo como alguns querem elevá-lo. Minha referência de ídolo é o Marcos, em todos esses anos que honrou nossa camisa jamais se ouviu falar de discussão de contrato, houve época que o próprio goleiro consciente de sua condição física achava injusto ganhar o que ganhava, mesmo hoje nas entrevistas pós-aposentadoria ele reconhece humildemente que o Palmeiras deu muito mais a ele que o contrário.

Marcos Assunção tem uma postura sempre respeitosa com a camisa do Palmeiras numa era que estamos nos acostumamos com aqueles que pisam nas camisas dos clubes onde passam. Sempre foi um líder dentro de campo e cobrou garra dos companheiros. Esses méritos ninguém pode tirar. Antes de chegar no Palmeiras ele estava jogando no Grêmio Barueri, ganhando talvez 10% de seu último salário no Palmeiras. Quando veio ao Palmeiras se destacou de imediato pela bola parada, talvez a melhor do Brasil na atualidade, teve uma renovação contratual com um aumento substancial no fim de seu primeiro contrato. Teve seus méritos em todo esse tempo, mas grande parte em virtude da carência do Palmeiras em seu setor criativo, que deixou o time dependente de gols de bola parada. Sua presença em campo ao mesmo tempo que oferece um ganho nas bolas paradas, deixa o time com um meio campo mais fraco, uma vez que não é um bom marcador e tampouco um volante de habilidade e vigor físico. O próprio jogador cogitou aposentadoria no final do ano depois da Copa do Brasil e disse que pensaria em talvez jogar mais um ano só para defender o Palmeiras na Libertadores.

Vejam só amigos onde eu quero chegar. Um jogador com 37 anos, exímio em bola parada mas com dificuldades claras de acompanhar na marcação, que cogita aposentadoria, diz querer renovar apenas para encerrar sua carreira no Palmeiras no ano seguinte, imagina-se aí que a questão não é o dinheiro, principalmente quando se fala de um salário de aproximadamente R$250 mil. Acontece que nesse meio tempo o Palmeiras caiu e precisa reformular praticamente todo o elenco, ainda por cima lida com situação espinhosas como a de Barcos e Valdivia, alguém que "gosta" do clube e deseja um vinculo apenas para encerrar sua carreira, diante de um cenário desses o que faria? Negociaria um contrato possível e continuaria no clube certo?. Mas no caso do Marcos Assunção ele não só quis um aumento, como quis um aumento fora da realidade para um jogador nas suas condições.

Quando o Marcos Assunção diz na entrevista coletiva chorando que o Palmeiras não o quis mais, ele não diz a verdade, e joga a imprensa e a torcida contra a diretoria aproveitando o momento de fraqueza explicita. O Palmeiras o quis, tanto que lhe ofereceu uma proposta de reajuste, mas ele (dentro de uma prerrogativa que lhe pertence) não aceitou pois acredita que merece ter um salário, pelo que dizem, de R$350 mil e a partir de agora buscará outro clube. Do mesmo jeito que ele tem o direito de pedir o que acha que merece, o Palmeiras também está no direito de lhe oferecer o que acha que merece e nesse caso não foi desrespeitoso pois não lhe propôs uma redução de salário. A única coisa que me irrita é que o jogador tentou passar, mesmo que sem querer, que o Palmeiras o prejudicou, como se fosse obrigação do clube acatar suas condições, onde o que houve foi um desacordo salarial e o jogador ouvirá propostas de outros times.

Talvez o único erro do Palmeiras nesse caso foi o de ter demorado para tomar uma posição e deixar a situação virar esse circo que virou.

Eu pessoalmente também não renovaria com o Assunção por essa grana toda que ele pediu e aconselho as pessoas que queriam que a diretoria aceitassem essa condição reflitam um pouco mais sobre o valor do dinheiro e o quanto isso não afeta jovens promessas como João Denoni ou Patrick Vieira, que amanhã podem muito bem argumentar que querem um aumento gordo embasado no salário do Assunção. Agora resta saber se o jogador conseguirá o valor que pede no mercado ou acabará fechando com outro clube, tipo Santos, por um valor ainda menos do que o Palmeiras ofereceu.

Boa sorte ao Assunção, obrigado pela postura enquanto esteve no Palmeiras, reconheço sua importância mesmo nesses tempos inglórios, mas discordo totalmente da pauta emocional que virou esse capitulo quando o problema foi grana.

 

Barcos

 

Serei breve. Não sei se ele tem controle sobre as declarações do seu irmão e também não sei se ele sente essa gratidão pelo Palmeiras que ele diz sentir, quero acreditar que sim. Mas sair se oferecendo para times do exterior com o argumento de que o Palmeiras está na série B é ridículo. Nem vou me aprofundar no fato de que o Palmeiras lhe deu uma projeção que ele nunca teve na carreira, pois em contrapartida ele também jogou muito bem. Agora se quer realmente sair é justo, mas para isso existe a multa rescisória para ser negociada e uma mesa para ser colocada a proposta. Acredito que o Barcos tem futebol para não precisar ficar batendo na porta de time italiano pedindo: me compra, me compra. Não precisamos de declaração de amor a camisa e nem mesmo piedade. O Palmeiras é um time enorme, apesar de sua situação atual, maior que muito time de segundo escalão da Europa e vestir essa camisa tem de ser encarado como um privilégio. Se Barcos quer jogar ele será sempre bem vindo e o reconhecemos como uma grata surpresa, mas que saiba que para isso está sendo pago (inclusive com proposta de aumento) independente da divisão e que jogadores de seleção que se revelaram no Palmeiras já foram muitos, inclusive campeões do mundo, mas que caso queira sair por uma ambição particular, justo, porem que seja com a classe que apresenta em campo e não fique aí se oferecendo com uma placa de vende-se na testa.

 

Valdivia

 

Apesar de saber que o chileno é milionário, que foi ele um dos piores negócios da história do Palmeiras e que ele está cagando e andando para que eu e outros milhões de palmeirenses acham, as vezes olho com tristeza para o Valdivia, pois o vejo tentando justificar o injustificável e penso: será que ele mesmo acredita nas próprias mentiras? Eu sou um anônimo, se amanhã eu morrer ficarei na lembrança de alguns amigos e familiares mas com o passar das gerações não sobrará nenhum registro a não ser uma foto antiga numa lápide, mas se eu tivesse o talento e a oportunidade de deixar um legado eu o faria com o maior empenho. Não imagino que algo seja mais prazeroso que ter seu nome registrado na história para que as gerações futuras saibam de seus feitos e até o imaginem maiores que realmente foram. Logicamente existe uma escala de valores nesse sentido, é incomparável o legado de um grande líder ou um cientista brilhante com um jogador de futebol, de qualquer modo pelo menos para uma torcida esse poderá ter uma importância equivalente. Eu admiro jogadores do passado que nem mesmo vi jogar: Valdemar Fiume, Oberdam, Ademira da Guia, Dudu... Esses, mesmo depois de morrerem, terão seus nomes registrados na história do Palmeiras e do futebol e expostas para os apaixonados em livros, flâmulas, fotos, estatuas, etc.   

O Valdivia teve sua oportunidade, tinha até talento para tanto, tomando por base que nem sempre um ídolo precise ser um gênio da bola. A torcida do Palmeiras se identificava com ele, principalmente as crianças que escolhiam seu nome jogando bola na rua. Hoje não passa de um encosto, sem credibilidade que ninguém espera mais nada. Nem especulação em cima dele há, nenhum jornalista o colocando como reforço do Flamengo ou Grêmio, nada! Te juro que há momentos que até me esqueço que Valdivia é jogador do Palmeiras, aprendemos a não contar mais com ele, quando ouço alguma justificativa para um entrevero, uma contusão esquisita, simplesmente dou de ombros, nem irritado eu fico mais, só me lembro dele quando se fala da folha salarial elevada do Palmeiras.

Provavelmente Valdivia terá uma aposentadoria confortável, terá ganho muito dinheiro no futebol assim como outros tantos que tomaram proveito de uma era onde se paga muito mais do que vale. Viverá numa bela mansão em Santiago e pode comprar muitas terras ou virar empresário de jogador, mas passará, do mesmo jeito que eu passarei, sem deixar legado. Não estará em nenhuma escalação de Palmeiras de todos os tempos, nem da seleção chilena, será daqueles nomes raros que os poucos que lembrarem serão aqueles jornalistas enciclopédia.

Uma pena!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O que esperar de 2013?

Oficialmente 2013 começou, mas para o Palmeiras isso só deve ocorrer após dia 21 de janeiro. Está claro que a gestão atual não deve fazer nada nesses últimos 19 dias de mandato, já não há governabilidade, moral e nem vontade para isso. Tirone e Frizzo a essa altura parecem prostitutas de cidade do interior, alguns já precisaram de seus serviços mas ninguém quer ligar seu nome a eles, com isso não há situação, os dois postulantes na teoria são oposição. A corrida por apoio e participação numa eventual administração está a todo vapor, agora vem aquele momento cômico das negações mentirosas e afirmações oportunas, dos melhores amigos de infância da última semana e dos piores inimigos históricos do último mês, toda aquela ladainha inerente a política, lógico que o argumento de defesa sempre será de que é preciso criar uma coalizão com diferentes forças para manter a governabilidade. A coisa no Palmeiras é tão maluca, tão cheia de nomes que vão para lá e para cá, que tem horas que é impossível tomar partido de alguém, apenas torcemos para que quem entrar que faça um bom mandato.

Ambas as propostas são muito parecidas nos conceitos, mas na prática, por mais que haja um plano de ações, dependem muito dos interesses envolvidos para se efetivarem. É evidente que o Palmeiras precisa se profissionalizar, contratar gente de renome para tocar o marketing, gerir melhor suas finanças aumentando as receitas e negociando as dívidas, ampliar os investimentos na formação de atletas, montar elencos fortes, buscar parcerias e alterar o estatuto do clube, mas no frigir dos ovos os presidentes precisam lotear a diretoria e os cargos de baixo escalão aos aliados pois do contrário perdem apoio, aí vira uma Torre de Babel em que um não fala a mesma língua do outro. Não tenho ideia de como conseguirão isso a creio que nem Perin e nem Nobre ainda tem a chave desse problema.

A parte boa é que aparentemente ambos tiveram boas lições com a era Beluzzo e Tirone. Devem (ou deveriam) ter aprendido com o Beluzzo que não basta ser um intelectual bem intencionado e apaixonado no meio do futebol, que a malícia e até uma dose de mau-caratismo (infelizmente) é vital nesse meio, que do contrário nem mesmo grandes receitas são capazes de cobrir os custos do futebol atual e que também nem sempre pode se fazer tudo o que o torcedor quer, pois nós (me incluo nessa) não temos ideia do que rola nos bastidores, jogadores são ovelhas na mídia e lobos numa mesa de negociação. Com o Tirone puderam assistir um presidente fruto de uma aliança natimorta que passou um mandato todo em cima do muro e mais interessado no prestígio que na função. Devem ter aprendido que um presidente de time grande tem que ter posicionamento e dedicação exclusiva, não da para ficar com o barquinho no mar esperando o vento soprar para tomar uma decisão, o Palmeiras é um time imenso com uma torcida chata e que historicamente sempre lutou contra tudo e contra todos, se não tem peito (ou saco roxo) para se impor é melhor ficar tomando sol na piscina, do contrário você será atropelado como o Tirone foi.

O Palmeiras tem um primeiro semestre importantíssimo com Campeonato Paulista e Libertadores que começa em fevereiro. O presidente eleito terá poucos dias para reforçar o elenco e ainda contar com a dificuldade da escassez de opções e dos concorrentes já estarem com o time formado. Terá de assumir a cadeira a 1000km/h e muito ciente do que vai pegar e com quem irá contar. Será o presidente do centenário e da inauguração da arena, além de ter a obrigação de recuperar o respeito ao Palmeiras, se JK quis avançar 50 anos em 5, no caso do palmeiras será avançar pelo menos 30 anos em 2 - proporcionalmente mais trabalhoso.