Oficialmente 2013 começou, mas para o Palmeiras isso só deve ocorrer após dia 21 de janeiro. Está claro que a gestão atual não deve fazer nada nesses últimos 19 dias de mandato, já não há governabilidade, moral e nem vontade para isso. Tirone e Frizzo a essa altura parecem prostitutas de cidade do interior, alguns já precisaram de seus serviços mas ninguém quer ligar seu nome a eles, com isso não há situação, os dois postulantes na teoria são oposição. A corrida por apoio e participação numa eventual administração está a todo vapor, agora vem aquele momento cômico das negações mentirosas e afirmações oportunas, dos melhores amigos de infância da última semana e dos piores inimigos históricos do último mês, toda aquela ladainha inerente a política, lógico que o argumento de defesa sempre será de que é preciso criar uma coalizão com diferentes forças para manter a governabilidade. A coisa no Palmeiras é tão maluca, tão cheia de nomes que vão para lá e para cá, que tem horas que é impossível tomar partido de alguém, apenas torcemos para que quem entrar que faça um bom mandato.
Ambas as propostas são muito parecidas nos conceitos, mas na prática, por mais que haja um plano de ações, dependem muito dos interesses envolvidos para se efetivarem. É evidente que o Palmeiras precisa se profissionalizar, contratar gente de renome para tocar o marketing, gerir melhor suas finanças aumentando as receitas e negociando as dívidas, ampliar os investimentos na formação de atletas, montar elencos fortes, buscar parcerias e alterar o estatuto do clube, mas no frigir dos ovos os presidentes precisam lotear a diretoria e os cargos de baixo escalão aos aliados pois do contrário perdem apoio, aí vira uma Torre de Babel em que um não fala a mesma língua do outro. Não tenho ideia de como conseguirão isso a creio que nem Perin e nem Nobre ainda tem a chave desse problema.
A parte boa é que aparentemente ambos tiveram boas lições com a era Beluzzo e Tirone. Devem (ou deveriam) ter aprendido com o Beluzzo que não basta ser um intelectual bem intencionado e apaixonado no meio do futebol, que a malícia e até uma dose de mau-caratismo (infelizmente) é vital nesse meio, que do contrário nem mesmo grandes receitas são capazes de cobrir os custos do futebol atual e que também nem sempre pode se fazer tudo o que o torcedor quer, pois nós (me incluo nessa) não temos ideia do que rola nos bastidores, jogadores são ovelhas na mídia e lobos numa mesa de negociação. Com o Tirone puderam assistir um presidente fruto de uma aliança natimorta que passou um mandato todo em cima do muro e mais interessado no prestígio que na função. Devem ter aprendido que um presidente de time grande tem que ter posicionamento e dedicação exclusiva, não da para ficar com o barquinho no mar esperando o vento soprar para tomar uma decisão, o Palmeiras é um time imenso com uma torcida chata e que historicamente sempre lutou contra tudo e contra todos, se não tem peito (ou saco roxo) para se impor é melhor ficar tomando sol na piscina, do contrário você será atropelado como o Tirone foi.
O Palmeiras tem um primeiro semestre importantíssimo com Campeonato Paulista e Libertadores que começa em fevereiro. O presidente eleito terá poucos dias para reforçar o elenco e ainda contar com a dificuldade da escassez de opções e dos concorrentes já estarem com o time formado. Terá de assumir a cadeira a 1000km/h e muito ciente do que vai pegar e com quem irá contar. Será o presidente do centenário e da inauguração da arena, além de ter a obrigação de recuperar o respeito ao Palmeiras, se JK quis avançar 50 anos em 5, no caso do palmeiras será avançar pelo menos 30 anos em 2 - proporcionalmente mais trabalhoso.
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