terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Uma semana

 Falta exatamente uma semana para que se conclua o mandato mais esdrúxulo e nefasto da história do Palmeiras. Resta ainda mais uma semana para suportarmos declarações imbecis, descaso com o clube, humilhação e omissão na montagem do time. Infelizmente esse período de quase dois meses em que a administração do Palmeiras se arrastou desde o fim do brasileiro deverão comprometer o resto do ano, dificilmente a chance de o Palmeiras protagonizar algo, com exceção da série B, é muito pequena. Perdemos a credibilidade no mercado, os jogadores preterem o Palmeiras na disputa com qualquer outro clube pois o caos político do clube já expande seu odor fétido para muito além da Turiaçú. Em meio a tudo isso Tirone aproveita seus últimos dias como presidente para dar entrevistas e participar de eventos representando o Palmeiras com sua figura patética de riso fácil do tipo que qualquer um, a quilômetros de distancia, identifica como otário. 

Ao ver Tirone sempre surge a pergunta: como um sujeito como este conseguiu se tornar presidente de um grande clube? Qualquer prévia simples de qualquer tipo de instituição jamais o colocaria como candidato a qualquer cargo. Arnaldo Tirone é do tipo de fruto que só a política palmeirense pode gerar, só um meio tão cansado, turvo e tumultuado pode resultar num consenso em cima de um indivíduo sem qualquer aptidão à liderança, provavelmente essa ausência de virtudes tenha sido fundamental para conseguir unir sob uma mesma chapa gente de interesses tão distintos e ao mesmo tempo tão semelhantes em seus objetivos finais  - o de favorecimento próprio. O Frankenstein político formado ao fim da gestão Beluzzo, que uniu velhos coronéis que nós palmeirenses estamos (infelizmente) habituados a ouvir os sobrenomes, jamais teria criado consenso sob um individuo de opiniões fortes ou que tendesse a favorecer um dos lados, Arnaldo Tirone cabia como uma luva nesse cenário pois conseguia personalizar o único ponto em comum entre essas vertentes que buscavam coalizão – a infâmia. Seu sobrenome também lhe favorecia uma vez que, tal qual seus pares, pertence a uma família tradicional dentro do Palmeiras. Para não ser maniqueísta ou injusto a oposição (situação da época) também teve enorme responsabilidade, uma vez que se fragmentou em brigas, perdeu a chance de implantar grandes e necessárias mudanças ao estatuto do clube, fez dividas colossais e permitiu o retorno de Salvador Hugo Palaia aos holofotes.

Com esse estilo "inofensivo" Tirone conseguiu ser eleito e passou quase os 6 primeiros meses no ócio alegando que ainda estava tomando ciência da situação do clube e que a saúde financeira era péssima – argumento muito atraente para um presidente repetir insistentemente em entrevistas não é mesmo? Imagino o número de investidores e jogadores que queiram se alinhar a um clube o qual o presidente fala aos quatro cantos que está a beira da falência. Frizzo desde o início foi seu fiel escudeiro, como zorro e tonto ou vice-versa. Tirone entrou também num momento fundamental para futebol brasileiro e para o Palmeiras, em que se discutia a nova divisão de cotas de TV, o presidente fez um "belo" trabalho e mostrou seu "estilo", colocando o Palmeiras como coadjuvante nas discussões e por fim aceitando o que lhe deram. Mas esse estilo mureta não duraria muito tempo, pois uma hora aqueles que o colocaram lá também cobrariam a conta através de posições políticas e cargos e nesse cabo de guerra Mustafá foi o primeiro a anunciar seu rompimento com o nosso nobre banana, devido principalmente ao ímpeto de rancor do Mumu que exigia demissão imediata de todos que prestaram serviço a administração anterior.  Depois disso começou o bombardeio via imprensa, guerrilha peculiar a turma mustafista e muito usada contra Beluzzo, distribuindo documentos e fofocas internas aos abutres da imprensa. Tirone, Frizzo e Piraci saiam fazendo cagadas atrás de cagadas e dando declarações que deixaria qualquer ex-BBB no chinelo, com essas atitudes cada vez mais repercutidas pela imprensa restava poucos argumentos para defendê-los. O título da Copa do Brasil foi como uma barraca de coco gelado no meio do deserto, a conquista deu um fôlego ao presidente, que poderia ter aproveitado para dar um novo rumo a sua administração, mas ele não aproveitou, bebeu o coco até acabar, dormiu em berço esplêndido e a inércia lhe castigou com o rebaixamento, alias, castigou a nós palmeirenses, pois o presidente foi visto horas depois de bermuda e boné tomando um sol no Rio de Janeiro. Desde então o que assistimos sem poder fazer nada é um esfacelamento da história do Palmeiras, uma depredação pública de um time quase centenário, de inúmeras glórias que por muitos anos foi protagonista em qualquer competição que disputava. Mesmo assim Tirone continua lá, com um ar tão boçal que beira a demência, não se vê em seu rosto preocupação, abatimento, culpa, nada que indique que no fundo algum dia ele entendeu a importância que tem o time que ele dirige para milhões de pessoas.

E hoje estamos nós contando os dias para que termine esse mandato, mesmo sem ter a certeza do que nos espera, pois a essa altura qualquer coisa é melhor que essa inércia dramática.

Uma semana!

2 comentários:

  1. Uma semana que pelo jeito vai demorar um ano pra passar, espero que pelo menos concretize a contratação do argentino (excelente jogador, mas não sabemos como está)evitando tomar mais um chapéu de outro clube como estamos acostumados nos últimos anos...Abraço NORA

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  2. Olha Nora. Nem sei mais se é bom esse retardado contratar alguém, do jeito que é incompetente é capaz de fechar um contrato super desvantajoso pro clube. Não fez nada durante os últimos 2 meses, acho que não é nesses últimos dias que fará.
    Abraço

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