terça-feira, 8 de janeiro de 2013

ÍDOLOS e ídolos!

Tenho escrito pouco em meu blog ultimamente, isso se deve ao fato de as vezes me cansar a redundância. Muito já se comentou da omissão e incompetência de Tirone, Frizzo e Piraci, agora com essa interdição promovida pelo COF o que já andava a velocidade de tartaruga reumática está na plena inércia e essa ausência total de governo e de notícia vira campo fértil para a reciclagem em massa de velhas má notícias ou para o oportunismo de velhas hienas. Hoje o Andrés Sanches, o projeto de mafioso que se qualifica como um ombudsman do futebol, criticou a postura da diretoria do Palmeiras no caso Assunção e ainda por cima quis induzir a outros atletas terem medo de vir ao Palmeiras devido a falta de respeito. Pois é, infelizmente para nós palmeirenses o fardo tem sido pesado, além dos dramas autênticos inerentes a essa administração pífia e a mentalidade retrograda que orienta a política do clube, somos bombardeados mesmo quando a culpa não está 100% de nosso lado. A verdade é algo sempre muito volúvel e as pessoas absorvem muitas vezes o que querem acreditar e não só o que é. Darei minha opinião abaixo sobre alguns assuntos polêmicos, dos quais muitos palmeirenses podem até discordar, mas peço apenas que reflitam e não sejam injustos.

Antes de tudo gostaria de deixar claro que na minha opinião a gestão Tirone foi a pior que já tive o desprazer de viver como torcedor, talvez só comparável a era Mustafá pós-Parmalat, mas o Tirone já tem ônus demais para assumir os que não são dele, ou seja, o palmeirense tem que parar de ficar sempre do lado de todo mundo contra o Palmeiras sob a prerrogativa da incompetência da diretoria. Sejamos ponderamos para não acabar dando força para quem quer se aproveitar da situação do Palmeiras.

 

Marcos Assunção

 

Existem ídolos, bons profissionais, maus profissionais e calhordas. Vejo o Marcos Assunção como bom profissional, mas não como ídolo como alguns querem elevá-lo. Minha referência de ídolo é o Marcos, em todos esses anos que honrou nossa camisa jamais se ouviu falar de discussão de contrato, houve época que o próprio goleiro consciente de sua condição física achava injusto ganhar o que ganhava, mesmo hoje nas entrevistas pós-aposentadoria ele reconhece humildemente que o Palmeiras deu muito mais a ele que o contrário.

Marcos Assunção tem uma postura sempre respeitosa com a camisa do Palmeiras numa era que estamos nos acostumamos com aqueles que pisam nas camisas dos clubes onde passam. Sempre foi um líder dentro de campo e cobrou garra dos companheiros. Esses méritos ninguém pode tirar. Antes de chegar no Palmeiras ele estava jogando no Grêmio Barueri, ganhando talvez 10% de seu último salário no Palmeiras. Quando veio ao Palmeiras se destacou de imediato pela bola parada, talvez a melhor do Brasil na atualidade, teve uma renovação contratual com um aumento substancial no fim de seu primeiro contrato. Teve seus méritos em todo esse tempo, mas grande parte em virtude da carência do Palmeiras em seu setor criativo, que deixou o time dependente de gols de bola parada. Sua presença em campo ao mesmo tempo que oferece um ganho nas bolas paradas, deixa o time com um meio campo mais fraco, uma vez que não é um bom marcador e tampouco um volante de habilidade e vigor físico. O próprio jogador cogitou aposentadoria no final do ano depois da Copa do Brasil e disse que pensaria em talvez jogar mais um ano só para defender o Palmeiras na Libertadores.

Vejam só amigos onde eu quero chegar. Um jogador com 37 anos, exímio em bola parada mas com dificuldades claras de acompanhar na marcação, que cogita aposentadoria, diz querer renovar apenas para encerrar sua carreira no Palmeiras no ano seguinte, imagina-se aí que a questão não é o dinheiro, principalmente quando se fala de um salário de aproximadamente R$250 mil. Acontece que nesse meio tempo o Palmeiras caiu e precisa reformular praticamente todo o elenco, ainda por cima lida com situação espinhosas como a de Barcos e Valdivia, alguém que "gosta" do clube e deseja um vinculo apenas para encerrar sua carreira, diante de um cenário desses o que faria? Negociaria um contrato possível e continuaria no clube certo?. Mas no caso do Marcos Assunção ele não só quis um aumento, como quis um aumento fora da realidade para um jogador nas suas condições.

Quando o Marcos Assunção diz na entrevista coletiva chorando que o Palmeiras não o quis mais, ele não diz a verdade, e joga a imprensa e a torcida contra a diretoria aproveitando o momento de fraqueza explicita. O Palmeiras o quis, tanto que lhe ofereceu uma proposta de reajuste, mas ele (dentro de uma prerrogativa que lhe pertence) não aceitou pois acredita que merece ter um salário, pelo que dizem, de R$350 mil e a partir de agora buscará outro clube. Do mesmo jeito que ele tem o direito de pedir o que acha que merece, o Palmeiras também está no direito de lhe oferecer o que acha que merece e nesse caso não foi desrespeitoso pois não lhe propôs uma redução de salário. A única coisa que me irrita é que o jogador tentou passar, mesmo que sem querer, que o Palmeiras o prejudicou, como se fosse obrigação do clube acatar suas condições, onde o que houve foi um desacordo salarial e o jogador ouvirá propostas de outros times.

Talvez o único erro do Palmeiras nesse caso foi o de ter demorado para tomar uma posição e deixar a situação virar esse circo que virou.

Eu pessoalmente também não renovaria com o Assunção por essa grana toda que ele pediu e aconselho as pessoas que queriam que a diretoria aceitassem essa condição reflitam um pouco mais sobre o valor do dinheiro e o quanto isso não afeta jovens promessas como João Denoni ou Patrick Vieira, que amanhã podem muito bem argumentar que querem um aumento gordo embasado no salário do Assunção. Agora resta saber se o jogador conseguirá o valor que pede no mercado ou acabará fechando com outro clube, tipo Santos, por um valor ainda menos do que o Palmeiras ofereceu.

Boa sorte ao Assunção, obrigado pela postura enquanto esteve no Palmeiras, reconheço sua importância mesmo nesses tempos inglórios, mas discordo totalmente da pauta emocional que virou esse capitulo quando o problema foi grana.

 

Barcos

 

Serei breve. Não sei se ele tem controle sobre as declarações do seu irmão e também não sei se ele sente essa gratidão pelo Palmeiras que ele diz sentir, quero acreditar que sim. Mas sair se oferecendo para times do exterior com o argumento de que o Palmeiras está na série B é ridículo. Nem vou me aprofundar no fato de que o Palmeiras lhe deu uma projeção que ele nunca teve na carreira, pois em contrapartida ele também jogou muito bem. Agora se quer realmente sair é justo, mas para isso existe a multa rescisória para ser negociada e uma mesa para ser colocada a proposta. Acredito que o Barcos tem futebol para não precisar ficar batendo na porta de time italiano pedindo: me compra, me compra. Não precisamos de declaração de amor a camisa e nem mesmo piedade. O Palmeiras é um time enorme, apesar de sua situação atual, maior que muito time de segundo escalão da Europa e vestir essa camisa tem de ser encarado como um privilégio. Se Barcos quer jogar ele será sempre bem vindo e o reconhecemos como uma grata surpresa, mas que saiba que para isso está sendo pago (inclusive com proposta de aumento) independente da divisão e que jogadores de seleção que se revelaram no Palmeiras já foram muitos, inclusive campeões do mundo, mas que caso queira sair por uma ambição particular, justo, porem que seja com a classe que apresenta em campo e não fique aí se oferecendo com uma placa de vende-se na testa.

 

Valdivia

 

Apesar de saber que o chileno é milionário, que foi ele um dos piores negócios da história do Palmeiras e que ele está cagando e andando para que eu e outros milhões de palmeirenses acham, as vezes olho com tristeza para o Valdivia, pois o vejo tentando justificar o injustificável e penso: será que ele mesmo acredita nas próprias mentiras? Eu sou um anônimo, se amanhã eu morrer ficarei na lembrança de alguns amigos e familiares mas com o passar das gerações não sobrará nenhum registro a não ser uma foto antiga numa lápide, mas se eu tivesse o talento e a oportunidade de deixar um legado eu o faria com o maior empenho. Não imagino que algo seja mais prazeroso que ter seu nome registrado na história para que as gerações futuras saibam de seus feitos e até o imaginem maiores que realmente foram. Logicamente existe uma escala de valores nesse sentido, é incomparável o legado de um grande líder ou um cientista brilhante com um jogador de futebol, de qualquer modo pelo menos para uma torcida esse poderá ter uma importância equivalente. Eu admiro jogadores do passado que nem mesmo vi jogar: Valdemar Fiume, Oberdam, Ademira da Guia, Dudu... Esses, mesmo depois de morrerem, terão seus nomes registrados na história do Palmeiras e do futebol e expostas para os apaixonados em livros, flâmulas, fotos, estatuas, etc.   

O Valdivia teve sua oportunidade, tinha até talento para tanto, tomando por base que nem sempre um ídolo precise ser um gênio da bola. A torcida do Palmeiras se identificava com ele, principalmente as crianças que escolhiam seu nome jogando bola na rua. Hoje não passa de um encosto, sem credibilidade que ninguém espera mais nada. Nem especulação em cima dele há, nenhum jornalista o colocando como reforço do Flamengo ou Grêmio, nada! Te juro que há momentos que até me esqueço que Valdivia é jogador do Palmeiras, aprendemos a não contar mais com ele, quando ouço alguma justificativa para um entrevero, uma contusão esquisita, simplesmente dou de ombros, nem irritado eu fico mais, só me lembro dele quando se fala da folha salarial elevada do Palmeiras.

Provavelmente Valdivia terá uma aposentadoria confortável, terá ganho muito dinheiro no futebol assim como outros tantos que tomaram proveito de uma era onde se paga muito mais do que vale. Viverá numa bela mansão em Santiago e pode comprar muitas terras ou virar empresário de jogador, mas passará, do mesmo jeito que eu passarei, sem deixar legado. Não estará em nenhuma escalação de Palmeiras de todos os tempos, nem da seleção chilena, será daqueles nomes raros que os poucos que lembrarem serão aqueles jornalistas enciclopédia.

Uma pena!

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