sexta-feira, 22 de junho de 2012

Goela abaixo


Na última década surgiu um novo tipo de abordagem nos programas esportivos, a verba de publicidade que mantêm o negócio se pulverizou na caralhada de mídias novas que surgiram e o que antes sobrava passou a faltar, nesse cenário os diretores de programação começaram ser mais pressionados por audiência e lucro e em detrimento da qualidade recorreram ao popularóide, pois para venda de espaços publicitários em mídia aberta mais importa a quantidade de audiência que a tal audiência qualificada. Emissoras de TV e rádio que antes mantinham grandes profissionais e programas esportivos optaram por debates mais polêmicos e especulativos que beira a baixaria ou direcionar suas atenções a segmentos mais numerosos. O lucro também pode vir por outros meios que não o ortodoxo, agradar certas figuras do meio empresarial e político também pode deixar determinado meio mais simpático ou antipático aos investimentos.
Onde estou querendo chegar com tudo isso depois de uma classificação emocionante como a de ontem? Vocês entenderão.
Junto a tudo isso a mídia transformou os times em personagens. Coube ao São Paulo o personagem da eficiência e pioneirismo, onde tudo vira referência para outros times; ao Corinthians o time do povo, que assim como a massa, tudo vem através do sofrimento, da luta..bla, bla; e ao Palmeiras o time da bagunça, onde sempre tem polêmica, que faz tudo errado. Pode notar que todos jornais esportivos buscam polêmicas no Palmeiras. Virou uma moda jornalística enaltecer a boa administração do São Paulo, a força da massa corintiana e as desgraças no Palmeiras.
Antes do jogo contra o Grêmio TODOS comentaristas esportivos cravavam o Palmeiras fora e São Paulo e Grêmio dentro. Não houve sequer uma ponderação, de que o time do Grêmio também tem seus problemas, que o Palmeiras fazia uma boa campanha na Copa do Brasil ou o tradicional "em clássico não tem favorito". O argumento é sempre o de que o Palmeiras passa por problemas, mas e os outros times também não passam? Temos ciência das limitações do Palmeiras, no jogo de ontem passamos sufoco, pois nossa dupla de volantes é muito fraca e não protege adequadamente a zaga, mas em compensação há de se reverenciar o belo centroavante que temos, coisa que o Grêmio, por exemplo, não tem. Não é que tudo que era ruim virou maravilhoso por uma classificação, mas é incompreensível que no confronto de dois times com tradição, que tem problemas semelhantes, seja apontado de forma tão unânime um time como amplo favorito. A campanha do Palmeiras na Copa do Brasil é irretocável, mas ao invés de ser falado isso antes de um confronto, apenas lemos problemas, problemas e problemas. Agora ficam todos esses comentaristas com cara de cu, tentando criar matérias "legalzinhas" sobre a vitória do Palmeiras, enfiem essas matérias em seus respectivos cus. Podem ter certeza que até o primeiro confronto do dia 4 de julho, surgirão mais e mais matérias sobre problemas financeiros do Palmeiras, conflito entre treinador e diretoria, lembranças constantes da eliminação para o Coritiba do ano passado, etc.
Desculpem a revolta, mas a classificação de ontem para mim, além do prazer imenso de chegar a uma final, teve o gosto do troco, da vingança. Jogadores e torcida do Palmeiras enfiaram goela abaixo da imprensa essa classificação.

Considerações diversas

Anotem aí! Esse time do Grêmio não será campeão de nada e quando o Luxemburgo sair deixará um rombo milionário. Tenho dó dos gremistas que estão caindo no conto do profexô.

O estádio do Grêmio Barueri é como uma Ferrari numa estrada de barro. Aquele retorno na Castelo Branco logo após o posto Lagoa Azul não comporta um volume de carro como o de ontem, estava na cara. Fora que o estádio fica em meio a uma zona industrial, com oferta limitada de estacionamentos e ruas esburacadas. É inviável pensar numa decisão com mais de 30 mil pessoas se deslocando para lá num dia de semana, que rotineiramente já tem transito.

2 comentários:

  1. Fala Fábio, muito bom texto, também aguardava muito essa hora de mandar muita gente da imprensa à merda.

    Sou um pouco cético quanto a essa ideia de que "todos estão contra nós" - acho que boa parte das matérias dirigidas contra o Palmeiras são feitas porque realmente nosso time não andava bem. Somada à confusão política do clube e a conselheiros oportunistas, seria muito difícil mesmo esperar uma cobertura imparcial ou positiva.

    Todavia, a imprensa esportiva no Brasil é composta por muita, mas MUITA gente medíocre ou ruim mesmo, sem formação ou conhecimento suficiente para atuar no ramo. É gente muitas vezes com anos de estrada, e que continuam por aí, mais por inércia dos veículos de comunicação do que propriamente por competência. Dessa forma, esses estereótipos como os que vc citou no texto (SPFW como eficiência administrativa, Corinthians como time do povo, etc.) são perpetuados, por conta da incapacidade dos profissionais de imprensa em refletir ou desafiar esses pré-conceitos estabelecidos, preferindo seguir pelo caminho mais fácil de repetir o que já foi escrito ou falado.

    Um exemplo claro: nossa administração foi muito criticada por ocasião da renovação do patrocínio master. Ora, mas já passou mais da metade do ano, e não consta que o SPFW tenha conseguido patrocínio para sua camisa ainda (apesar de contratarem aquela bichona do Justus).. E não vi nada que questionasse essa incompetência do dept. de marketing deles, pelo menos não no nível como criticaram nosso clube.

    Um dos caras que mais me irrita hoje em dia, pra não ficar só no Perrone, é o tal do Cosme Rímoli. Ele perdeu muita visibilidade quando mudou para a Record, mas de vez em quando olho o blog dele para ver que tipo de merda está escrevendo. Esse cara está na imprensa há anos (lia as reportagens dele no Jornal da Tarde em 1990), e representa o típico jornalista preguiçoso, que inventa polêmica e gosta de aumentar as desgraças dos times só pra aparecer mesmo. Não digo que age assim só com o Palmeiras - com outros times também - mas é impressionante que um cara desses que mal sabe escrever (são constantes os erros de português no blog dele) tenha ainda espaço em veículos de mídia.

    Isso só vai melhorar quando houver investimento em educação, e a imprensa comece a abrir espaço para gente nova, mais inteligente e com melhor conhecimento sobre o que está falando. Pô, só nos links da mídia palestrina que vc colocou aqui do lado já da pra achar gente que poderia comandar tranquilamente o depto de esportes de qualquer desses grandes veículos de comunicação (acho que a Folha está precisando de gente rsrs). Abraço!

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    1. Bom dia Marco, nada muito bom hoje depois dessa derrota para os reservas do Corinthians, mas vamos tentar não nos contagiar pelo pessimismo.
      Você tem toda razão no seu comentário, essa ideia de "vitima de todos" realmente não é legal, as vezes nos expressamos desse modo por revolta por só ler ou ouvir coisas negativas sobre nosso time, mas o poder de mudar tudo isso é do próprio Palmeiras, fazendo boas campanhas e diminuindo sua auto-flagelação pública. Sabemos que grande parte das notícias que denigrem o clube partem de dentro do Palmeiras, pois ali temos uma oposição voraz por poder e que joga contra, e que se faça justiça,isso nessa gestão e na anterior.
      O nível da imprensa esportiva brasileira é de fato medíocre, não só pela falta de material humano, mas pelo próprio posicionamento das emissoras que optam pela polêmica em detrimento da informação. Veja o caso da Radio Bandeirantes, em um período de 5 anos profissionais como Alex Muller, Mauro Beating, Claudio Zaidan, tem perdido espaço para Neto, Milton Neves e cia. O Cosme Rímoli é da escola do Perrone, gente que passa pré-suposições como informações, no caso do primeiro que você citou,nem mesmo um texto coerente ele é capaz de expor, com ideias soluçadas e sempre com temáticas polêmicas. Fazem o tipo de jornalistas que recebem material pronto da oposição dos clubes e repassam sem ao menos checar se as informações são verídicas. Infelizmente Marco, coube ao Palmeiras, até em função dos desmandos que ocorre por lá, o papel de clube trapalhão e nem mesmo notícias boas como essa do patrocínio Master recebem destaques positivos, pelo contrário, ainda buscam clausulas contratuais para desqualificar o negócio.
      Por fim Marco o investimento em educação é fundamental, não só para qualificar quem transmite a notícia, como quem recebe a notícia, pois o que manda hoje é a audiência e infelizmente o brasileiro gosta de consumir notícia ruim.

      Abraço e parabéns pelo texto.

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