Uma tarde em que Márcio Araújo rouba uma bola, arma o contra-ataque em velocidade, passa para o Obina em boas condições para finalizar e ainda chega para aproveitar o rebote e marcar o gol, não é uma tarde qualquer...
Uma tarde de domingo maravilhosa, céu aberto, ensolarada e de clima ameno. O jogo às 16h, horário que deveriam ocorrer todos os jogos de domingo, que possibilita o torcedor fazer seu almoço com a família, ir ao estádio, voltar para casa cedo para poder acompanhar o noticiário pós-jogo e se preparar para a semana de trabalho do dia seguinte. Infelizmente o número de torcedores não condizia com todo esse clima propício, para se ter uma ideia o jogo Ponte Preta e Fluminense no Moisés Lucarelli deu aproximadamente a mesma bilheteria. Talvez Barueri ainda assuste o torcedor da capital pela distância, pelos transtornos já ocorridos e a dificuldade de acesso via transporte público, ou então o torcedor está simplesmente acomodado dando de ombros para o campeonato brasileiro, algo que eu pessoalmente acho errado, mas tudo bem.
O time mais uma vez vinha cheio de desfalques, mas contou com o retorno de Henrique, Valdivia e João Vitor, além da presença de Obina como titular. Assistindo o Palmeiras de ontem e o de pouco mais de um mês atrás se surpreende muito com a mudança de postura e qualidade do time dentro de campo. O título não mudou pouco a confiança do time, mudou muito, foi como se os jogadores tivessem ganhado da noite para o dia qualidade extra. Atletas que antes todos torciam o nariz começam a ser vistos de outra perspectiva pela própria imprensa. A exemplo do jogo contra o São Paulo o Palmeiras tocava a bola muito bem, com objetividade e entrosamento, o gol parecia ser uma questão de tempo e a torcida sabia disso. A jogada que originou a primeiro gol de Obina simboliza muito bem isso, saiu de uma ótima troca de passes, sendo o último de João Vitor genial que deixou Obina na cara do gol. Em outros tempos a bola já teria sido rifada para área bem antes. Depois do primeiro gol de uma ótima defesa de Bruno o jogo ficou fácil e saiu o segundo o terceiro e sairia muito mais se o Palmeiras tivesse forçado. Lembrando que o Nautico foi o mesmo time que vendeu caro a derrota para o Corinthians aqui.
O time todo do Palmeiras jogou bem, mas em minha opinião os destaques foram Henrique, Valdivia e Obina, que nem parece ter chegado agora.
O fato negativo
A partida de ontem talvez tenha sido a melhor do Valdivia nessa passagem. Ele distribuiu bem o jogo, driblou quando tinha de driblar, ajudou bastante na marcação e não tomou nenhum cartão estúpido. Mas quando falamos de Valdivia nada pode ser perfeito, se por um lado dentro de campo não houve polêmica, nas entrevistas pós-jogo ele cagou no pau novamente, botou em questão sua permanência e muniu a imprensa de sua dose semanal de assunto.
Sinceramente acho que o fator "família" é pano de fundo para outro desejo, de ganhar mais dinheiro. Lembro-me de na saída da final contra o Coritiba que ele falou em tom de brincadeira: se o presidente me aumentar eu fico. Pelo discurso dele ontem imagino que a coisa é por aí, mais uma vez ele falou da diretoria querer fazer dinheiro - tática clichê de tirar a responsabilidade das costas - e da sua família não querer voltar ao Brasil.
A declaração mais infeliz foi a de que contratos são como regras, feitos para serem quebrados, que mostra o grau profissionalismo do cara. Uma afirmação dessas vindas de um sujeito que há pouco tempo sofreu um sequestro relâmpago é no mínimo antagônica, pois seu sequestrador quebrou uma lei, que é uma regra social nas devidas proporções, e Valdivia foi a vítima que necessitou da intervenção da justiça, que exceção a regra no Brasil, no caso dele foi ágil. Como pode ele agora ignorar o valia de uma regra, de um contrato? Pois mesmo a multa rescisória ou um acordo segue uma possibilidade prevista de um contrato e não é a quebra dele. Espero de verdade que ele não tenha tido a intenção de dizer que pode procurar subterfúgios imorais para fugir das obrigações contratuais, como fez o Adriano na época de Inter de Milão por exemplo.
Penso que o Palmeiras não deviria fazer mais sacrifício financeiro e nem abrir mão do que acha ter direito pelo jogador, se isso for esses €$ 4 milhões para o Catar como estão dizendo, que seja, só não pode se submeter a ameaças, porque existe um contrato que não pode ser simplesmente ignorado. O grande problema é que a diretoria não se preparou para isso e não há um meia no elenco capaz vestir a 10. O Daniel Carvalho está num péssimo momento e a janela europeia fechou. Está aí um pepino para descascar.
É Incrível, agora que ganhamos um título, que as coisas poderiam se encaminhar positivamente este idiota cria um assunto pra tirar o foco do time.Este cara já me encheu faz tempo, bom ele é,mas minha opinião é que ele não é efetivo na equipe, tem apenas lampejos de craque durante jogos e jogamos os jogos da Copa do Brasil praticamente sem ele. Tudo bem quanto às contusões, ele não tem culpa, mas quando se recupera já toma cartão pra ficar suspenso, o cara não gosta de estar presente me parece. O fator família também me intriga, pois este mesmo cara até bem pouco tempo atrás fugia da concentração da seleção chilena pra sair com mulheres, fato devidamente filmado, portanto é súbita pra mim esta importância da família em sua decisão. De qualquer forma acho que tá na hora de ele sair e se conseguirmos uma oferta razoável devemos vendê-lo e buscar uma reposição rapidamente. Abraço NORA
ResponderExcluirO Valdivia é malandro. Um cara sem escrúpulos, gratidão e profissionalismo. Tanto é que foi afastado da seleção de seu país, mesmo tendo talento para ser convocado. Tenho certeza que se por exemplo o Palmeiras oferecesse mais grana na mão dele, sua família voltaria para o Brasil rapidinho e o "trauma" do sequestro e a "distância" da família seriam supridas fácil, fácil.O pior que é cada vez mais comum jogador desse tipo no futebol brasileiro. Infelizmente o Palmeiras não tem um jogador capaz de cumprir a função do Valdivia, queira ou não quando ele joga bem o time ganha muito em criação, mas nem por isso tem que ficar babando ovo para esse cara, até porque são raras as vezes que ele joga. Se vier essa oferta boa do jeito que estão falando, que venda, mas já mirando uma peça de reposição, porque Daniel carvalho não dá.
ExcluirAbraço!
Declaração irresponsável do Valdívia, definitivamente. Mas vamos com calma porque, pelo visto, é provável que o cara fique por aqui mesmo. Eu não acho que ele vai tentar agir como o Kleber, até porque a situação é um pouco diferente: o Kleber até o momento do imbróglio todo tinha mais prestígio com a torcida (incrivelmente), carente de ídolos e títulos; e isso, somado à falta de jogadores à época, criava uma situação confortável para que ele tentasse se aproveitar e forçar um aumento de salário ou a transferência. Nisso pelo menos o Bananone agiu certo e peitou o traíra.
ResponderExcluirJá o Valdívia tem uma enorme dívida moral com o Palmeiras e torcida. É fato que o cara não aguenta um ritmo de jogos intenso, e ainda assim ele continua com um dos maiores salários do elenco. Esse salário ele não vai encontrar fácil em nenhum outro lugar. Ele também não é unanimidade entre a torcida: ficou muito tempo no DM e ele mesmo reconhece isso. Por isso, acredito que ele não deva forçar a barra, não tem tanto poder de barganha assim. Vai ter que ficar pianinho até aparecer uma proposta decente para ambas as partes. E pelo que tem jogado ultimamente, espero que fique pelo menos até o fim do ano, quando então teremos mais opções para repor o elenco.
Confio no C. Sampaio nesses casos. Acho que ele tem capacidade para arrumar a situação e não deixar prejudicar o ambiente como foi com o Judas. Tomara. Abs!
Marco
ExcluirA situação do Kleber era realmente diferente. Ele foi um cara mau caráter, sem dúvida, mas como você disse, ele vinha jogando e pelo que me parece a questão ali não foi só salário, mas problema de relação com o técnico e por fim com a torcida. No caso do Valdivia os problemas com contusões e disciplinares foram tão intensos que teve hora que nem contávamos mais com ele no elenco. É evidente que apesar de tudo quando ele está em campo o Palmeiras joga melhor, o Valdivia quando focado no jogo, sem fazer palhaçada é um meia muito diferenciado. Não tenho certeza que ele tenha essa consciência de que deve ao Palmeiras, você vê casos como do Ganso por exemplo, que mesmo não jogando nada vira e mexe bota o Santos na parede, me parece que o Valdivia tem essa mesma cabeça de girino.
Marco.. sou meio pé atrás com certos caras. Tenho dúvidas se essa proposta pelo Valdivia realmente existe ou se ele está aproveitando o momento para barganhar uma graninha a mais e meio que naquela, se colar colou sabe? Pode ser também que esse lance da família esteja pegando. De qualquer modo não dá mais para ficar nessa indefinição, não da para entender o que o Valdivia quer da vida.
Também confio no César Sampaio, só acho que o Palmeiras tem de aproveitar para encontrar um meia-esquerda bom que bote pressão no Valdivia. O problema é que ta todo mundo procurando esses jogadores né!
Abraço