quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Brinquedinho de magnata.

A venda de Lucas do São Paulo para o PSG apenas reforça uma tendência do "novo" futebol europeu, com times tradicionais comprados por magnatas árabes, indianos e russos, que descarregam fortunas inimagináveis para quem está acostumado a valores reais do futebol. Digo "reais", pois a intenção desses caras não é a de recuperar valores investidos para aplicar no próprio clube, mas sim uma extravagância financeira sem garantias de retorno, por um mero capricho de formar um time de playstation para disputar com outros times de mesma espécie. É um clube de bilionários que enjoaram de disputar obras de arte raras em leilões, carros, helicópteros e iates exclusivos ou relíquias históricas, e agora simplesmente compram times e brincam de managers. Nem quero aqui discutir a origem de toda essa grana, pois aí entraremos em questões muito mais complexas como valores éticos e culturais, histórico político, entre outras coisas que infelizmente existem desde que o mundo é mundo. De tudo isso só quero deixar uma pergunta: se os países europeus costumam condenar tanto os ditadores e contraventores, porque são tão receptivo a grana desses?

Há notícias que um grupo russo pretende fazer uma oferta por 80% do Milan. Nos últimos anos acompanhamos processo semelhante no Chelsea, Manchester City e agora o PSG na França e em poucos anos a coisa tente a se espalhar à medida que os demais clubes perderem poder econômico e não conseguir sobreviver num futebol tão inflacionado. O receio é que esse tipo de hobby de magnata chegue ao Brasil, que ainda por pior que seja, mantém a tradição clubistica. Na boa, tirando meu asco pelo São Paulo, mais de R$100 milhões pelo Lucas é como se pagar R$500 o quilo da mortadela. É óbvio que tudo isso foi um trabalho bem feito por um empresário astuto, que já conseguiu coisas semelhantes com outros jogadores, unido ao clima de leilão que foi criado por uma promessa que os europeus acreditaram ser mais do que é. E como na maioria dos leilões de arte, o comprador é apenas um abastado que conhece pouco do assunto, mas que investe rios de dinheiro no que lhe dizem ser raro.

Desejo a esses times comprados por magnatas todo azar do mundo, pois me imagino como torcedor tendo meu time nessa situação, tendo de torcer por um brinquedo de milionário, por um fulano sem identificação com a história do time apenas usufruindo de uma tradição para deixar seu hobby mais divertido.

7 comentários:

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    1. Obrigado cara! Esse DKT é das antigas..rs

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    2. É porque é como está cadastrado no Blogspot...mas é antigo sim !

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  2. Ótimo post. Esse tipo de extravagância vai matar o futebol. O pior é que há até alguns anos, os alvos foram clubes sem grande tradição (Chelsea é o maior exemplo), mas agora esses investidores começam a ir atrás dos grandes clubes. Imagina se o Milan é comprado?

    Abraço!

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    1. Fala aí Marco
      Não tenho dúvidas que logo comprarão times maiores, principalmente com o agravamento da crise européia. O PSG por exemplo é um time tradicional que estava quase falido. É comprar de porteira fechada, já com torcida, história e camisa. A única chance de reverter isso seria alguma medida protecionista dos países europeus, coisa que eu duvido muito, porque o dinheiro sempre é "verde" independente de onde vem.
      abraço

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  3. Simplesmente PERFEITO! Onde assino?

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